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Corvo-marinho [A. Cabral]
Jumento do dia
Mário Simões, deputado do PSD por Beja
Chico esperto!
«A Guarda Nacional Republicana (GNR) não consegue notificar o deputado do PSD, Mário Simões, para que pague uma multa de 250 euros relativa à falta de inspecção da sua viatura. Acontece, explica o Jornal de Notícias (JN), que o deputado social-democrata, eleito por Beja, tem três moradas diferentes nos vários documentos de identificação e reside num quarto endereço.
O deputado do PSD, Mário Simões, substituto de Carlos Moedas na Assembleia da República e presidente da distrital de Beja, anda a ‘dificultar a vida’ à GNR. Conta hoje o JN que, a autoridade quer notificar o político mas está a braços com um problema: Mário Simões tem três moradas diferentes e, ao que parece, reside numa quarta.» [Notícias ao Minuto]
‘It is deja vu all over again’
«Até ao final do mês, o Governo vai divulgar o seu plano para o corte de 4 mil milhões de euros em salários, pensões e prestações sociais, dos quais 800 milhões serão aplicados já para em 2013.
Isto acontece ao mesmo tempo que Passos e Gaspar falam de "viragem", de "retoma", de "luz fundo do túnel" e de "antecâmara do crescimento". Contradição? Não. É pior: trata-se de dissonância cognitiva.
O discurso do governo entrou definitivamente numa realidade paralela. Infelizmente, o governo não entrou sozinho nesta noite escura, porque Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional insistem em dizer que Portugal está no bom caminho e que o Programa de Ajustamento, apesar de todas as dificuldades, está a correr às mil maravilhas. Mas isto acontece porque o programa está a ser aplicado com zelo, e não porque esteja a resultar.
Albert Jaeger, o responsável permanente do FMI em Portugal, deu esta semana uma perturbadora entrevista ao "Portugal Daily View", onde defende a tese de que o melhor estímulo que podemos dar à economia é restaurar a credibilidade das actuais políticas. Ou seja, a recuperação está garantida se o governo ignorar a espiral recessiva, a crise de emprego, e as falências em massa, e uma recessão se vai prolongar em 2014. Resumindo, se insistir em não mudar de rumo. Nesta narrativa, a economia recuperará porque o empenho, a cegueira e a obstinação são, em si mesmas, garantias de sucesso. Se não hoje, amanhã, num qualquer futuro, quando as famosas reformas estruturais produzirem os efeitos necessários.
A maioria dos defensores das actuais políticas serão economistas, mas parecem não perceber como funciona uma economia. Como o PIB é despesa, a economia recuperará se houver quem invista e quem consuma. Ora, uma política orçamental que não faz outra coisa senão cortar no investimento (público e privado), cortar na saúde, cortar na educação, cortar nas pensões e cortar nas prestações sociais tem exactamente o efeito contrário; e um Pacto Orçamental, traduzido no Tratado de Estabilidade, Coordenação e governação, que generaliza estas políticas a toda a Europa não só agrava o problema, como ameaça torná-lo permanente.
Todas as políticas actualmente em curso, quer em Portugal quer na Europa, agravam a situação económica e social e não se vislumbra que possam ser a antecâmara de outra coisa que não perpetuação da realidade actual. Há um túnel ao fundo do túnel, sim, mas só mesmo fechando os olhos podemos vê-la.» [DE]
João Galamba.
Chamem-me o que quiserem
«A SIC, através do jornalista Pedro Coelho, fez uma excelente reportagem sobre o escândalo BPN. Mais do que as novidades, que também tinha algumas, o trabalho de sistematização é notável.
O resultado é ficarmos sem dúvidas sobre quem foram os principais beneficiários das ações suspeitas levadas a cabo por Oliveira Costa e a sua equipa (o termo é um eufemismo, porque na realidade são mais do que suspeitas). Esses beneficiários foram, mais coisa menos coisa, os amigos de Oliveira Costa, seus colegas na gestão do banco e outros acionistas da SLN, como Dias Loureiro, por exemplo, ou (eu sei que é incorreto invocar o seu nome) Cavaco Silva. E alguém anda a pagar estes benefícios.
Mas ficámos, igualmente, a saber quem foram aqueles que, mesmo depois de denúncias, nada fizeram: o então governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio e o então presidente da CMVM, Teixeira dos Santos, o mesmo que mais tarde enquanto ministro das Finanças nacionalizou o banco. E alguém anda a pagar esta ineficiência.
Ficámos - e aqui para mim foi uma novidade, embora com tantos anos disto, eu já devesse suspeitar - que ninguém foi atrás do dinheiro. Ou seja, que sendo o BPN nacionalizado credor de diversas 'personalidades' daquele já citado grupo de amigos, ninguém quis saber onde pára o dinheiro. E alguém anda a pagar esta, digamos, falta de lembrança.
Ficámos, também, a saber que banqueiros (dos dos outros bancos) empurraram o Governo para a nacionalização por temer uma corrida aos depósitos (o que jamais se poderá avaliar). Foi por isso que pessoas como eu - que se opuseram, na época, à nacionalização - ficaram isoladas. E alguém anda a pagar esta nacionalização.
Ficámos, por último, a saber que o julgamento do BPN se arrasta, ainda longe de uma conclusão, desde 2010. E alguém anda a pagar esse atraso no julgamento.
Mas na mesma semana em que esta investigação foi para o ar, falou-se muito do BPN, mas a propósito de um tal Franquelim, cujas culpas são seguramente mais pequenas do que todas estas que aqui referi. Eduardo Guerra Carneiro, poeta e jornalista já falecido, tinha uma frase que ficou célebre: isto anda tudo ligado. E, se calhar, anda... » [Expresso]
Henrique Monteiro.
Governo está possuído pelo diabo
«Em tempo de crise, os consultórios de bruxos e videntes estão cheios de clientes que procuram uma ‘luz ao fundo do túnel’, conta esta segunda-feira o Jornal de Notícias (JN). Mas para os profissionais do sobrenatural a conclusão é simples: “O Governo está possuído pelo demónio (…) basta olhar para o ministro das Finanças”.» [Notícias ao Minuto]
Parecer:
Bem me parecia.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Contrate-se um exorcista para livrar o ministério das Finanças do diabrete.»
Já foi executado uma boa parte do QREN
«Portugal já executou 56,9% do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), até ao final do ano passado, revelam os dados hoje publicados pelo Observatório do QREN.
O boletim especifica, contudo, que este valor poderá subira até aos 60%, quando forem conhecidos os dados de execução do Fundo Social Europeu (FSE), que só serão conhecidos no final do primeiro trimestre deste ano, até porque, os dados disponíveis revelam que o FSE é o que tem a maior taxa de execução (64%).
O Boletim do Observatório revela ainda que "o volume de pagamentos efectuados aos beneficiários do QREN ascende a 12,3 mil milhões de euros", mas a taxa de compromisso, ou seja, de projectos que já receberam luz verde para obter financiamento comunitário "ascendeu a 92,4% dos fundos disponíveis no QREN".» [DE]
E quanto a resultados uma treta.
«Portugal já executou 56,9% do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), até ao final do ano passado, revelam os dados hoje publicados pelo Observatório do QREN.
O boletim especifica, contudo, que este valor poderá subira até aos 60%, quando forem conhecidos os dados de execução do Fundo Social Europeu (FSE), que só serão conhecidos no final do primeiro trimestre deste ano, até porque, os dados disponíveis revelam que o FSE é o que tem a maior taxa de execução (64%).
O Boletim do Observatório revela ainda que "o volume de pagamentos efectuados aos beneficiários do QREN ascende a 12,3 mil milhões de euros", mas a taxa de compromisso, ou seja, de projectos que já receberam luz verde para obter financiamento comunitário "ascendeu a 92,4% dos fundos disponíveis no QREN".» [DE]
Parecer:
E quanto a resultados uma treta.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
As boas novas do ajustamento
«O fabricante de automóveis desportivos Porsche aumentou as suas vendas em 25,5% em janeiro, atingindo as 12.061 unidades, com Portugal a registar um avanço de dois dígitos na comercialização, divulgou hoje a marca alemã.
Sem precisar os números para Portugal, a Porsche revela que o mercado nacional, em conjunto com o italiano e espanhol, registou avanços de dois dígitos nas vendas durante o primeiro mês do ano, por comparação com janeiro de 2012.» [i]
Parecer:
Alguma coisa teria de correr bem ao Gaspar.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabéns ao salvador da nação.»