Era a grande dúvida que atazanava a cabeça do país, como é
que se soube o que se passava dentro do BPN, quem terá sido o Garganta Funda
que alertou o regulador preguiçoso para a bagunça que havia dentro das empresas
da SLN. Finalmente, um país atónito perante a frontalidade de um ministro
corajoso ficou a saber quem foi o delator, o bufo, o garganta funda do BPN.
De nada tinha servido as aturadas investigações do MP que
tudo fez para evitar que ocorresse no BPN a impunidade que se viu no caso
Freeport, a verdade é que o MP investigou, investigou e não apurou nada de
novo, já tudo se sabia. Os magistrados trabalharam que se desunharam mas
ficaram a saber o que já se sabia no BdP,
pela primeira vez em vez de serem os jornais a saberem os podres da
sociedade através do MP, foi este a conhecer os podres do BPN através dos
jornais. Aliás, o caso BPN em vez de páginas numeradas devia ter edições do CM.
Já se sabia que o Vítor Constâncio armou-se num Tio Patinhas
que abriu a porta do cofre aos irmãos Metralha e por isso foi ele o delinquente
e não os Metralhas do PSD que roubaram o país. Mas para condenarmos
definitivamente o Constâncio faltava-nos a prova de que ele tinha sido avisado,
tinha de haver um garganta funda e sse garganta funda existiu mesmo.
O país não deve questionar a escolha do garganta funda para
o governo, antes pelo contrário, deve elogiar a sua coragem, o seu apego à
defesa dos interesses do país, a sua coragem em denunciar os seus, tudo isso
sem pedir nada em troca e ainda por cima difamado durante anos.
Compreendo agora aquele sorriso de Cavaco, devia estar
pensando que estava perante um herói nacional e que o ia colocar na lista das
medalhas. O empenho na sua defesa feita por um primeiro-ministro que deve
escolher os melhores portugueses para o governo. Finalmente se percebeu aquele
ar tresloucado do Álvaro, é natural que com tão grande segredo dentro da
moleirinha tudo inchasse ao ponto de aqueles olhos saírem das órbitas.