Esta semana o país viveu uma grandiosa jornada de luta pela
democracia, jornada que quase uniu o PS em nome de uma causa superior a
qualquer divergência interna em torno do país, jornada que se fez ouvir de Lisboa
a Estrasburgo, personalidades do jet set do PS, como António Costa, Assis e
Vital Moreira uniram-se para defender a liberdade de expressão de um dos nossos
melhores pensadores, Miguel Relvas. Boicotado pelas televisões e pelos jornais
só restou a Relvas o refúgio numa universidade, o seu território de eleição,
para tentar fazer chegar a sua palavra
aos portugueses, um povo cada vez mais ávido por ouvir o seu pensamento. Mas
uma turba de perigosos turras juntou-se para cantar a Grândola Vila Morena,
usando a música de Zeca Afonso como um crucifixo apontado ao diabo em plena
sessão de exorcismo e Relvas, esse modelo de virtudes democrática, grande
lutador pelas amplas liberdades democráticas, grande amigo dos jornalistas, em
especial do jornal Público, foi impedido de se fazer ouvir e saiu protegido
pela sua equipa da musculação.
Animado pela grandiosa jornada de luta do ISCTE, onde
enfrentou milhares de turras e se manteve firme e hirto em defesa dos seus
valores, o Miguel Relvas foi para os amigos dizer-lhes que quando o governo
tiver medo está tramado. É evidente que o governo não tem medo, já tem por sua
conta quase toda a PSP e um dia destes quando o Miguel Relvas for almoçar ao
Ginjal requisita uma fragata da classe Meko à Armada. Faz todo o sentido, que
melhor do que uma fragata Meko para proteger o badameco!
Seguro não sabe o que há-de fazer para se livrar dos três
que o persegue nas sondagem os três dos 33%. Agora decidiu convidar Passos
Coelho para participar no debate do PS sobre o futuro do país. Bem, parece que
o António Costa não quis participar no laboratório de ideias da malta do Seguro
e à falta de alguém capaz de pensar o líder do PS decidiu recorrer a Passos
Coelho para animar a sua iniciativa. Por este andar ainda vai convidar o académico
Relvas, pelo menos tem garantias de que vai algazarra, cânticos, e só os
seguranças do governo serão capazes de encher a sala, algo impossível mesmo que
convide a sua Beleza para nos falar das imbecilidades sobre a melhor forma de
ajudar a extrema direita a destruir o Estado Social, a começar pela ADSE.
Outra grande manifestação de ardor democrático foi o exibido
por um tal Viegas que depois de passar pelo governo sem se ter reparado decidiu
dar nas vistas mandando o colega dos Assuntos Fiscais “tomar no cu” o que no
português anterior às telenovelas quer dizer mais ou menos “levar na peida”.
Mas o ardor do Viegas durou pouco, dias depois já estava dando uma entrevista
elogiando Passos Coelho e informando que não era o seu ex-colega o visado por
causa da lei do governo de ambos, a culpa da lei era dos malandros dos funcionários
do fisco e esses é que deviam ir levar no dito cujo. Estes rapazolas podiam
melhorar quando saem do governo, mas nem mesmo assim, quer nasce mal formado
tarde ou nunca deixa de o ser.
Cavaco também anda nesta luta das liberdades e como parece
querer defender a liberdade de Menezes e de Seara aproveitou-se de uns des e
das para dar uma ajudinha a esses dois grandes símbolos da democracia autárquica.
Se não fosse Cavaco e o seus preciosos conhecimentos de economia o que seria
deste pobre país?