sábado, fevereiro 02, 2013

Umas no cravo e outras na ferradura


 
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Faro
   
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Janela [A. Cabral]   

Jumento do dia
  
Deputados portugueses
 
Os deputados do PSD e do CDS decidiram pedir à RTP para voltra a transmitir o TV Rural. Agora espera-se que os mesmos deputados se reunam com o cardeal patriarca para que este interceda junto do papa para que o eng. Sousa Veloso possa ressuscitar. Espera-se ainda que muito em breve a direita paramentar aprove a transmissão do Bonanza, do Speedy Gongalez e da Vaca Cornélia.
 
«A maioria parlamentar PSD/CDS-PP recomenda ao Governo, num projecto de resolução que será debatido nesta quinta-feira no Parlamento, a recuperação de um programa televisivo da RTP do tipo TV Rural (emitido entre 1960 e 1990) como forma de cumprir o serviço público. Toda a oposição condena a medida considerando-a uma “ingerência” na programação da televisão do Estado.» [Público]


  
 Do Rato e dos Homens
   
«Não fossem os portugueses ainda com emprego ficar mesmerizados com os recibos do ordenado de janeiro, o PS encenou, esta terça-feira, um grandioso espetáculo no Rato. Coisa shakespeariana: um rei fraco rodeado de lugares-tenentes aos gritos de deslealdade e conspiração ante o anúncio de uma pretensão ao trono, uma reunião à porta fechada e um final em que o monarca, depois de chamar e deixar chamar tudo a quem possa pô-lo em causa, abraça o concorrente que não chega a sê-lo e assume o compromisso de com ele trabalhar em prol da união do reino.
  
Em Shakespeare, como em geral, o pano nunca cai depois de uma cena destas. É só o princípio da intriga e de sangrentas congeminações que inevitavelmente nos revelam a natureza das personagens e da sua relação com o poder. E que sabemos nós das personagens? Comecemos pelo rei. Há um ano e meio no trono, não só tarda em mostrar o seu projeto e valor no campo de batalha como se rodeia de uma corte apagada e sem chama que, na noite de terça, mostrou também (com raras exceções, como a de Zorrinho) ser vil. É um monarca que não hesita em recorrer ao insulto, à ameaça e a insinuações de conspiração - chama desleais aos que com ele não concordam e que o consideram inadequado, fala ou deixa que por ele falem de "limpar o partido e o grupo parlamentar" (atribuído pela SIC, na noite de terça, à direção socialista), acusa quem o defronta de "querer regressar ao passado", dando alento aos boatos que dizem ser o rei anterior a comandar, do exílio, a sublevação. Para, numa entrevista na noite seguinte, fazer de magnânimo e amnésico, cumulando de elogios o adversário da noite transata.

Quanto a este, alcaide valoroso e respeitado, com legítimas aspirações ao trono, renunciou a bater-se por ele quando ficou livre. Desde a coroação, porém, não perde uma ocasião de demonstrar o seu desagrado e até desprezo pelo ora rei. Era, pois, previsível que aglutinasse a esperança dos que consideram estar o reino mal dirigido e veem nele a esperança da vitória contra o inimigo e a salvação do povo. Como explicar, pois, que na famosa noite, quando todos esperavam que se perfilasse como candidato ao trono - o que só pode decorrer do facto de o ter confirmado aos próximos - se tenha ficado? Faltou-lhe a coragem, as ganas? Percebeu que não estava garantida a vitória e só quer arriscar não arriscando? Habituou-se ao conforto de criticar, na sua cátedra da SIC, sem correr o risco de provar que sabe e quer fazer melhor? Sentiu-se traído, na hora H, por aqueles de quem esperava apoio? Ou, como alguns aventam, recuou para tomar balanço, fazendo do recuo (o acordo da união) repto? Seja qual for a resposta certa (senão todas), sabemos, como sabem os protagonistas, isto: que na noite de terça algo se partiu no PS, e não há pantomina de união que o disfarce. O trono pode ter sido segurado, mas o reino está longe de seguro.» [DN]
   
Autor:
 
Fernanda Câncio.
   
 A remodelação possível
   
«A remodelação governamental minimalista que ontem foi oficialmente anunciada – no culminar de um bizarro Processo de Remodelação Em Curso (PREC), que se prolongou por vários dias – ficou muito aquém das expectativas.

Como facilmente se percebe, esta remodelação não mudará nada do que, de essencial, precisava de mudar - e essa é a mais perfeita definição de uma remodelação falhada. Mas o que mais impressiona é que, ao fim de pouco mais de ano e meio de Governo, esta seja, sobretudo, a remodelação possível.

Num Governo, já se sabe, bem mais importante do que os nomes são as políticas - e essas dependem, em última análise, do próprio primeiro-ministro. Mas os nomes, sem dúvida, também contam, até porque as políticas não poderão ser remodeladas enquanto permanecerem os seus principais protagonistas.

Manifestamente, o Governo de Passos Coelho precisava de uma remodelação. Uma grande remodelação, uma remodelação a sério. Uma remodelação que fosse capaz de responder a pelo menos três problemas fundamentais: em primeiro lugar, a necessidade óbvia de reforçar o núcleo político do Governo; em segundo lugar, a urgência de libertar o Executivo de algumas imparidades e de certos erros de ‘casting' ao nível ministerial e, em terceiro lugar, a conveniência de começar a corrigir a disfuncional orgânica do Governo, que tão gravemente prejudicou a operacionalidade dos ministérios tornados demasiado grandes para uma gestão eficaz.

Como está bem de ver, esta remodelação não resolve nenhum destes problemas, tal como não resolve nenhum outro problema verdadeiramente fundamental. Limita-se, apenas, a alguns ajustamentos pontuais e de escassa relevância ao nível dos secretários de Estado. Nesse sentido, terá alguma razão o primeiro-ministro quando diz que esta remodelação "não terá dignidade para ocupar grande destaque político no debate interno". Com efeito, o que muda não desperta grande interesse e não merece grande discussão. Mas já não se pode dizer o mesmo daquilo que não muda. Porque o que realmente merece atenção é o próprio facto de esta ser uma remodelação falhada, uma remodelação que passa ao lado de tudo o que é essencial nos problemas políticos e funcionais do Governo.
É claro, poderá sempre dizer-se que, apesar de todas as evidências várias vezes assinaladas pelos mais relevantes comentadores políticos (incluindo os que acumulam com a condição de ex-líderes do PSD - e são vários), o primeiro-ministro não foi mais longe nesta remodelação apenas porque não reconhece qualquer problema sério na composição e no funcionamento do Governo. Mas, a ser assim, naturalmente que essa miopia seria, em si mesmo, um problema sério.

A questão de fundo, porém, será outra. A verdade é que a comunicação social já noticiou diversos convites (ou "sondagens") que foram feitos para determinadas funções ministeriais, ao longo dos últimos meses. E essas diligências respeitavam, efectivamente, aos verdadeiros problemas essenciais do Governo. Mas, ao que agora se percebe, não tiveram sucesso. O problema, portanto, é que a confiança no rumo e no futuro do Governo já não é o que era e isso prejudica necessariamente o "poder de atracção" indispensável ao êxito de uma remodelação significativa. É por isso é que esta foi, sobretudo, a remodelação possível.» [DN]
   
Autor:
 
Pedro Silva Pereira.
   
     
 Mais chefes do que índios
   
«O Conselho de Chefes de Estado-Maior (CCEM), órgão que reúne os chefes das Forças Armadas, propôs ao ministro da Defesa a promoção de 30 militares ao posto de general.

Deste total, 18 dizem respeito ao Exército, dez à Marinha e dois à Força Aérea. Ao todo, segundo a proposta enviada este mês a José Pedro Aguiar-Branco, deverão ser promovidos 5700 militares, daí resultando uma despesa anual de quase 7,6 milhões de euros.
  
O CCEM considera, segundo a proposta a que o CM teve acesso, que no Exército sejam feitas promoções de quatro militares a tenente--general e 14 a major--general. Na Marinha, por seu lado, propõe--se uma promoção a almirante, três a vice-almirante e seis a contra-almirante. E na Força Aérea, é indicada a promoção de dois militares ao posto de major-general. Para o CCEM, "afigura-se imprescindível que ocorram promoções em todos os postos dos militares".» [CM]
   
Parecer:
 
Com tanto general e almirante até se fica com a impressão de que as nossas forças armadas estão preparando uma invasão da Normandia.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
      
 Mais gente a ir ao mercado ... de trabalho
   
«A taxa de desemprego em Portugal situou-se nos 16,5% em dezembro de 2012, ligeiramente acima do valor observado no mês anterior (16,3%) e superior aos 14,6% registados um ano antes, segundo dados divulgados hoje pelo Eurostat.» [DN]
   
Parecer:
 
Parece que neste país está tudo no mercado.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proteste-se.»
   
 TAntónio Costa deixou-os pendurados
   
«Tudo estava preparado para a candidatura à liderança arrancar, já havia muita gente contactada e até o líder da campanha. Mas no último momento o "candidato" não avançou e alguns apoiantes sentem-se traídos.

A frustração dos apoiantes pelo recuo inesperado de António Costa em avançar para a liderança do partido, na reunião da Comissão Política, que acabou com um abraço a António José Seguro, não passou indiferente nos corredores do Parlamento.

Segundo avança o semanário "Sol", a versão mais moderada dos comentários dos parlamentares era "estou lixado". Quando subiram, na terça-feira, a escadaria do Largo do Rato, os apoiantes de Costa tinham missões distribuídas, discursos combinados e até um diretor para a campanha interna apontado: Jorge Lacão, ex-ministro de José Sócrates, mas o recuo de António Costa deixou-os desmobilizados. "Comigo não contam para mais nada", desabafou um dos deputados socialistas, enquanto Jorge Lacão afirmava que "este é um momento em que os combois mudam de agulha".» [DN]
   
Parecer:
 
Compreende-se, é mais confortável ser presidente da CML.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   

   
   
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