domingo, fevereiro 10, 2013

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 
 photo campainhas_zps4ec20de5.jpg
 
Campainhas, Bairro Alto, Lisboa
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 
 photo Nora_zps2724e3f5.jpg
   
Nora, aldeia de Monsanto [A. Cabral] 

Jumento do dia
  
António Borges
 
Quem é António Borges, quem o noemou, de onde vem a legitimidade para este senhor falar de despedimentos de dezenas de milhares e de cortes de 4 mil milhões ou de reformas e cortes no Estado? Tanto quanto se sabe até à data o senhor só foi uma vez eleito para presidente de uma assembleia municipal de Alter do Chão. Que o homem goste de cavalos de Alter tudo bem, que os cuide lá na sua luxuosa herdade onde promove missas e almoçaradas para o jet set, mas que trate os portugueses como cavalos de carga já é demais.
 
«O consultor do Governo António Borges considera o corte de quatro mil milhões nas funções do Estado uma “questão acessória” e diz, em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo, que é preciso fazer reformas de fundo.

Segundo o antigo director do departamento europeu do Fundo Monetário Internacional, o corte de quatro mil milhões é “um corte relativamente marginal” quando comparado com as reduções que têm vindo a ser feitas nos últimos dois anos.

“A questão de fundo é saber se vamos fazer reformas porque os grandes cortes que se fizeram até agora foram relativamente horizontais, sem muita selectividade. O que é preciso é efectivamente reformar o sistema”, disse Borges, para quem há muitas opções e se devia ir procurar à Europa o que há de melhor para adaptar ao caso nacional.» [Jornal de Negócios]

 Só o Relvas!
 
Relvas teve mais uma das suas brilhantes ideias, que devia ser o parlamento a esclarecer a lei relativa aos mandatos dos autarcas profissionais. É uma excelente ideia, a partir de agora se subsistirem dúvidas quanto à constitucionalidade de uma lei, ou à interpretação de um qualquer diploma é como se fosse um carro com uma peça com um problema de origem, leva-se o diploma à fábrica e o pessoal da oficina parlamentar resolve a coisa.
  
Com os atrasos na justiça é uma ideia que permite poupar milhões, se existem dúvidas sobre uma pena o tribunal interrompe o julgamento e manda o arguido a São Bento perguntar aos deputados qual a solução. O grave de tudo isto é que neste país já tudo parece normal e até as baboseiras do Miguel Relvas parecem ter força de lei, o facto é que não foram muitas as vozes a questionar esta brilhante solução de interpretação autêntica.


  
 A tendência para as asneiras deste governo
   
«Estava o PS entretido a unir-se numa união forçada pelo taticismo político falhado de António Costa e o touché fatal de António José Seguro. Estavam os sindicatos a tentar ver se a gafe verbal colorida de Arménio Carlos era esquecida antes de os protestos voltarem à rua. Estavam os banqueiros desesperados pelos esquecimentos fiscais de uns, os problemas clubísticos de outros e o "cada cavadela, cada minhoca" do mesmo de sempre. Estava o CDS repartido entre encontrar tempo de antena para promover alguns projetos de lavoura no fantástico TV Rural e os maquiavelismos de apoiar Rui Moreira para esvaziar e derrotar o PSD no Porto. E o que faz o Governo no meio de tudo isto? A resposta pode parecer óbvia: aproveita a onda gigante que o êxito da ida aos mercados, a margem da troika e o relativo sucesso da execução orçamental proporcionou e avança no que pode avançar perante as acalmias laterais? Não, senhora. Não este Governo, o tal que estava preparadíssimo para governar. Este envolve-se em confusões, omissões e escândalos, a sua imagem de marca. Consegue transformar uma minirremodelação que, segundo o próprio primeiro-ministro, nem tinha dignidade para ter relevo numa polémica estrondosa. Enreda-se nas linhas do TGV, que numa segunda-feira, e pelos comunicados de dois ministérios, começaram por ser de Alta Velocidade Lisboa-Madrid e quase integralmente pagas pela Europa de onde eles tinham chegado e acabaram numas LTM (Linhas de Transporte de Mercadorias) Sines-Badajoz de bitola europeia, não se sabe ainda pagas com que dinheiro na quinta seguinte. Foi mais uma semana para esquecer em que Álvaro Santos Pereira queimou em poucas horas os créditos que demorara meses a amealhar e em que nem Vítor Gaspar escapou à trapalhada. Isto não é apenas má comunicação ou falta de coordenação política. É mesmo falta de jeito.

As omissões e a defesa do caso Franquelim

Caso Franquelim Alves. Vamos às várias versões. O novo secretário de Estado, ou quem o nomeou, terá decido resumir o seu currículo. Manteve essa informação relevante e marco de carreira que foi ter começado como consultor-paquete aos 16 anos. Mas apagou a sua passagem por essa instituição financeira reputadíssima que é o BPN, sobre a qual ele, mesmo tendo-lhe cheirado a esturro, achou prudente nada denunciar não fosse ficar também chamuscado. Já o ministro, ou quem o aconselha, esqueceu-se de ler bem os documentos que ia usar no Parlamento para fazer a defesa da sua quarta escolha da temporada (em seis) e citou uma carta-denúncia que infelizmente nada denunciava e era assinada por outros. Aliás, pela mesma lógica ministerial, os verdadeiros signatários - um deles até arguido no caso - seriam também, imagine-se, grandes denunciadores dessa fraude que é o maior crime financeiro de sempre em Portugal. Vamos então lá ver se nos entendemos. Qualquer colagem ao BPN é tóxica. O BPN podia ser eleito como o símbolo do pior que o País tem: os amiguismos, os favores, as cunhas, a corrupção e o roubo puro e simples. É criminoso. Pior: é crime continuado, porque o Estado continua a injetar dinheiro na coisa. Para um Governo que precisa como pão para a boca de recuperar a confiança dos cidadãos, qualquer ética política desaconselhava a nomeação de Franquelim Alves. O próprio devia ter, até em defesa da sua imagem, dito não. Mas nada disso: a solução milagrosa foi omitir uns dados achando que já mais se saberiam e alinhavar uns argumentos falsos, acreditando que ninguém os desmontaria. Na lógica da distribuição de lugares, do-nomeia-tu-este-que-eu-nomeio-aquele partidário, em que o CDS entrou esvaiu-se o que restava de ética política. E de bom senso. É mesmo incompetência.

Entre o faz de conta no PS e as contas de Gaspar

António Costa anda a reunir-se com António José Seguro para chegarem a um documento cujo nome elucida qualquer português que esteja à espera de ouvir propostas para mudar o País: "Base Comum de Orientação Estratégica". O número 2 oficial do Governo, com Passos Coelho em Bruxelas, marca conselhos de ministros ao fim de semana para decidir os cortes de 4 mil milhões sem que nenhum português, seja ele próprio ministro, político da oposição ou simples contribuinte anónimo, saiba onde e como estes vão acontecer, muito menos porquê. Vamos por partes. Do lado do PS, o pela terceira vez serei-candidato-mas-afinal-já-não-vou-ser já chega sozinho ao Largo do Rato e não ao lado de Silva Pereira, mas não dispensa de o ter, entre outras chamadas figuras do partido, a seu lado. E isso ficará colado para sempre à sua imagem, quer para dentro do partido quer para fora. Por muito que diga o contrário, claro que foi empurrado e estava refém de alguns socratistas; e claro que recuou porque, uma vez mais, não arriscou perder e temeu o confronto. E o pior é que as fotos dos encontros não sugerem estarmos na presença de quem nos está a preparar uma governação alternativa, mas sim de quem negoceia uns lugares-chave para a meia dúzia do costume. Já do lado do Governo, e de Vítor Gaspar, depois do simulacro de discussão à porta fechada e com oradores devidamente selecionados, mais uma vez voltamos às contas de Excel, sem discutir o essencial, e seguindo diretrizes estrangeiras, depois anunciadas por Marques Mendes. Quando é que teremos uma solução tão simples como esta: faça-se a conta de quanto é possível o Estado gastar, como qualquer família tem de fazer mês a mês. E a partir daí elaborem-se as propostas - de todos os lados das barricadas políticas - sobre que Estado queremos e podemos pagar com esse dinheiro, de forma concreta e clara. Depois submetam-se essas propostas aos portugueses. E acabe-se de vez com os joguinhos políticos e o faz de conta.

ESCLARECEDOR Depois dos elogios de Paulo Portas, o apoio público de Rui Rio, com direito a brinde conjunto acompanhado de farpa: a de que simpatiza com a limitação de mandatos. Se algumas dúvidas existissem sobre o que move (ou moveu) a candidatura de Rui Moreira ao Porto, e os seus objetivos de impacto no nome oficial do PSD, o de Luís Filipe Menezes, esta foto é esclarecedora. Aliás, esta legenda é só mesmo para quem não percebe nada, mas mesmo nadinha, de política.» [DN]
   
Autor:
 
Filomena Martins.   
   
  
     
 Mais um a morrer nas falésias do Algarve
   
«Um pescador desportivo morreu hoje de manhã ao cair de uma falésia na Carrapateira, no concelho de Aljezur, no Algarve, tendo o corpo sido resgatado pelas autoridades marítimas, disse à Lusa fonte dos bombeiros.» [CM]
   
Parecer:
 
Parece que são mais os que morrem à pesca nas falésias do que as vítimas da EN 125.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
      
 Tudo em família
   
«A mulher de Hugo Fernandes, coordenador no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) da Guarda, venceu de forma irregular um concurso para dar aulas nesta entidade, denunciou Arlindo Ferreira, autor de um dos principais blogues de professores, o DeArLindo. O IEFP promete "averiguar de forma rigorosa o caso".

Cláudia Fonseca foi a primeira classificada no concurso para o grupo de recrutamento 200 (Português e Estudos Sociais//História, do 2º Ciclo), depois de obter na entrevista a classificação de 18,75, mais de dois valores acima dos candidatos nas primeiras posições. A nota na entrevista permitiu-lhe ultrapassar todos, depois de ter partido como 47ª entre mais de 300 candidatos.» [CM]
   
Parecer:
 
E ainda está no cargo?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se.»
   
 O preço da deslocalização é a carne de cavalo
   
«A carne de cavalo detetada em pratos preparados da marca Findus, nos quais estava indicada como carne de vaca, procedia da Roménia. Em Portugal, não foram detetadas irregularidades.

A emissora de rádio France Info indicou hoje que Spanghero, uma cooperativa radicada em Castelnaudary, no sul de França, reconheceu trabalhar com um matadouro da Roménia, onde se abatem bovinos e cavalos.

Spanghero foi identificada como a origem do engano sobre o tipo de carne dos três preparados da Findus pela Comigel, uma empresa de carne também francesa e com sede em Mets, a que o grupo de congelados se identificou quando se tornou público o escândalo no Reino Unido.» [DN]
   
Parecer:
 
Estas empresas vão para a Roménia em busca de custos mais baixos e não é por acaso, não há regras e vale tudo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Recusem-se as marcas como a Findus.»
   
 O BANIF a caminho do BPN
   
«O banco mais do que triplicou o resultado negativo registado em 2011, que se cifrou em 161,6 milhões de euros. O valor dos prejuízos de 2012 supera em mais de sete vezes o actual valor de mercado do banco, de 76 milhões de euros.

A justificar estes prejuízos estão, essencialmente, o nível de provisões e imparidades, que subiram 41%, para 532 milhões. Destas, só as imparidades para crédito somam 411 milhões.» [DE]
   
Parecer:
 
Parece que o PSD vai ter o seu BPN.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Gaspar se vai enterrar mais dinheiro no BANIF.»
   
 Paulo Portas é porta-voz do sôr Álvaro?
   
«O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, revelou, durante a conferência de imprensa, que o Executivo aprovou 10 projectos de investimento, no valor total de 154 milhões de euros.

Estes projectos vão permitir manter 3.800 postos de trabalho já existentes e criar mais 289, adiantou o ministro.

"Os contratos referidos respeitam às seguintes sociedades: Santos Barosa - Vidros, S.A.; Font Salem Portugal, S.A.; Labesfal - Laboratórios Almiro, S.A.; Borgstena Textile Portugal, Unipessoal, Lda.; Vale de S. Martinho - Sociedade Agrícola, S.A.; Tyco Electronics Componentes Electromecânicos, Lda.; Ferpinta - Indústrias de Tubos de Aço de Fernando Pinho Teixeira, S.A.; CS - Coelho da Silva, S.A.; Pentaplast, S.A.; e Gypfor - Gessos Laminados, S.A.", refere o Governo em comunicado.

"São fixados os objetivos e as metas a cumprir pelos promotores e os benefícios fiscais a conceder, correspondendo estes contratos a um investimento total de 154,6 milhões de euros. Estão em causa projetos de investimento que o Governo considera revestirem especial mérito e interesse para a economia nacional, reunindo as condições necessárias para a concessão dos incentivos fiscais legalmente previstos", acrescenta a mesma fonte.» [Jornal de Negócios]
   
Parecer:
 
Pobre Álvaro, todos passam por cima dele e ainda o poem a escolher os homens do BPN.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   

   
   
 photo Sean-Archer-5_zps8e484a7d.jpg
  
 photo Sean-Archer-4_zps4d85c799.jpg
   
 photo Sean-Archer-3_zps126a4298.jpg
   
 photo Sean-Archer-2_zps5715fea1.jpg
  
 photo Sean-Archer-1_zps52d6e75c.jpg