terça-feira, fevereiro 05, 2013

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 
 photo Cascais_zps24a89dfd.jpg
 
Cascais
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 
 photo Vespas1_zps00263b29.jpg
   
Vespas em Monsanto [A. Cabral]   

Jumento do dia
  
Pedro Passos Coelho
 
É uma boa escolha sim senhor, só é pena que Alves dos Reis tenha morrido há muitos anos pois daria um excelente governador do Banco de Portugal. Pois, é uma boa escolha mas como a coisa pode dar para o torto a escolha foi do Álvaro, uma escolha tão boa que pela primeira vez um primeiro-ministro vem esclarecer que as escolhas dos secretários de Estado são da responsabilidade dos ministros. Aliás, toda a gente sabe que o Franquelim tomava café todos os dias com o Álvaro ... em Toronto!
 
«O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu esta segunda-feira que o ex-administrador do grupo SLN/BPN Franquelim Alves agiu "sempre de forma correta nos lugares por onde passou" e "é uma boa escolha para o Governo".

Em declarações, no final de uma visita às instalações do Sistema de Segurança Interna, em Lisboa, Pedro Passos Coelho manifestou-se "muito tranquilo" com essa nomeação e contestou que o CDS-PP se tenha demarcado da escolha de Franquelim Alves para secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação.

"Estou muito tranquilo, quer quanto à idoneidade, quer quanto à sua experiência e, portanto, àquilo que pode ajudar o Governo nesta fase", declarou.

"Foi uma escolha feita pelo senhor ministro da Economia, que eu aceitei", referiu o primeiro-ministro, defendendo que "é uma boa escolha para o Governo".» [CM]
   
 O governo voltou aos mercados
 
 photo BPN_zpsc761d5b4.jpg

Momento em que se selava o negócio na Feira de Belém,
na imagem vê-se o antigo administrador d SLN cumprimentando um antigo acccionista da mesma empresa
 
Foi ao mercado dos ex-administradores do BPN contratar o Farnquelim.


  
 Tropeçar no Vilão
   
«Ocaso de um membro de uma associação criminosa, chamada SLN, que aceitou integrar a delegação permanente da troika em Lisboa, e que, erradamente, se costuma designar por "governo", está longe de ser um exclusivo português. A crise global tem muitas características. É política. É ambiental. É financeira. É económica. Mas aquilo que a distingue é a sua natureza moral. A crise desfaz as máscaras e rasga os véus. Logo em 2008, ficou claro que, desde há décadas, os governos não passavam de obedientes agentes de uma rede de interesses ligados a uma parte do capital financeiro. O Goldman Sachs, com empregados seus em quase todos os executivos do mundo, ficou como símbolo de uma realidade mais vasta. O problema fundamental não reside só em perceber como as nossas democracias são frágeis e ineficazes. O problema é que a gente que manda, os banqueiros e especuladores que vivem acima da lei, nos casos Monte Branco, Libor, e outros, esses homens que, da UE aos EUA, utilizam o crime como ferramenta de trabalho, essa gente manda, mas não forma uma elite. Uma elite constitui-se em torno de valores comuns. De uma visão da sociedade. De um projeto de futuro. De uma capacidade de diferenciar o bem e o mal. Uma elite, se necessário, será capaz de se sacrificar pelos valores que protagoniza e pelo mundo em que acredita. O melhor exemplo disso foi dado pela elite financeira no naufrágio do Titanic, em 1912. Dos 400 homens super-ricos que viajavam em 1.ª classe, 70% morreram afogados. Há registos, recordados num ensaio de F. Zakaria, que nos confirmam que J. J. Astor, a maior fortuna do mundo de então, acompanhou a sua mulher até ao bote salva-vidas, recusando-se a entrar enquanto existissem mulheres e crianças por salvar. O mesmo fez B. Guggen- heim, que ofereceu o seu lugar no bote a uma mulher desconhecida. Se o Titanic naufragasse em 2013, estou seguro de que quase todos esses 400 super-ricos chegariam são e salvos, deixando para trás, se necessário, as suas próprias mulheres e crianças. A gente que manda hoje no mundo acredita apenas no sucesso egoísta, traduzido em ganhos monetários, pisando todas as regras e valores. Os aventureiros que conduziram a humanidade à atual encruzilhada dolorosa não passam de jogadores que transformaram o mundo num miserável reality show. Tirando o dinheiro, nada neles os distingue da gente vil, medíocre e intelectualmente indistinta que se arranha para participar nesses espetáculos insultuosos para com a condição humana. Quando andarmos pela rua, é preciso ter cuidado. É preciso olhar lá bem para baixo. No meio do pó e da lama, habita a vilanagem que manda no mundo. Cuidado para não tropeçarmos nalgum deles...» [DN]
   
Autor:
 
Viriato Soromenho-Marques.
   
 Tempos de decadência
   
«Vivemos um tempo acelerado de decadência de valores; um tempo em que os “senhores do dinheiro” se sobrepõem, como querem e lhes apetece, ao poder soberano do Estados e dos povos; um tempo em que o poder – um governo eleito – está subordinado à “lógica” financeira e, temerário, evoca o “interesse público” para espoliar um povo exausto e entregar os despojos do saque a essa seita que controla este “novo mundo”. Por isso, quase já não espanta quando um banqueiro, que para a sobrevivência do seu negócio precisa de usar parte do produto do saque feito aos contribuintes, se dá ao desaforo de exigir ao governo que prossiga o saque, porque a “escumalha” aguenta muito mais e ainda tem um caminho a percorrer até ficar sem salário, sem subsídio de desemprego, sem assistência social e sem casa. Mas, apesar dos tempos que vivemos, ainda causa espanto que o primeiro-ministro de um governo eleito, se recuse a condenar as declarações do dito banqueiro e que, de cócoras, sem vergonha, apenas responda que não é banqueiro, nem tem acções ou participações no banco que o dinheiro dos contribuintes recapitalizou. Na mesma linha de decadência de valores, de ética e de vergonha de quem nos governa, se insere a ida para o governo de um dos “homens” do BPN – a maior vigarice financeira de que há memória em Portugal, depois da falsificação de Alves dos Reis, em 1925. As opções deste governo, que tem como missão transformar a maioria dos portugueses em miseráveis, são claras, inequívocas. Nada disto acontece por acaso. Primeiro foi António Borges a “abrir caminho” para o corte significativo dos salários; agora é o banqueiro Fernando Ulrich a anunciar o futuro da maioria dos portugueses: gente sem eira, nem beira, humilhada e sem abrigo, enquanto a “cúpula” da grande fraude chamada BPN chega ao governo.

As consequências das opções deste governo estão à vista, apesar da momentânea euforia pelo “regresso aos mercados” e outros “êxitos” inscritos nas folhas de cálculo do ministro das Finanças. No entanto, a realidade mostra que a economia definha e o desemprego dispara, inevitavelmente. A taxa de desemprego no final de 2012 – 16,5% - já é superior às melhores previsões do governo para o final de 2013. E as consequências da aplicação do orçamento de “guerra” para este ano ainda não começaram a produzir os seus efeitos a que soma, mais cedo ou mais tarde, o corte de 4 mil milhões de euros nas despesas do Estado. Até ao final deste ano, é de prever o pior.

O tempo que vivemos exige do maior partido da oposição mais do que aquilo que, neste ano e meio, tem mostrado ser capaz de dar; exige alternativa ideológica e política à degradação em curso. O tempo que corre exige ousadias, rupturas e clarificação política. Não basta esperar que o poder lhe caia nas mãos, como fruto maduro. No fundo, exige tudo aquilo que não aconteceu na reunião da comissão política do PS, na semana passada, depois dos deputados Silva Pereira e Vieira da Silva terem tirado a cavilha da granada, e a enviarem para as mãos de António Costa. O actual secretário- geral do PS fez o que era seu dever fazer: não se atemorizou, o que surpreendeu os seus adversários internos, e disse muito claramente: querem um congresso imediatamente, vamos a ele o mais rapidamente possível.

O maior partido da oposição precisa mais de clarificar as suas opções programáticas alternativas às do actual governo do que discutir sobre personalidades e egos. Até 10 de Fevereiro, dia da reunião da comissão nacional que irá decidir sobre a data do congresso e das eleições internas, caso António Costa não encontre divergências políticas que sustentem a sua candidatura a secretário-geral do PS, ao menos que José Lello, Vieira da Silva, Jorge Lacão, Silva Pereira ou Augusto Santos Siva se disponibilizem para avançar com a candidatura ao cargo. Neste momento, o pior que pode acontecer ao PS é navegar nas meias-tintas. A questão não tem a ver com personalidades, tem a ver com a sobrevivência do regime e da democracia. Ninguém aguenta mais enganos.» [i]
   
Autor:
 
Tomás Vasques.
      
 Novas oportunidades perdidas
   
«As Novas Oportunidades foram uma das grandes bandeiras da governação de José Sócrates, que este agitou efusivamente até ao seu último dia como primeiro-ministro. Passos Coelho não foi mais discreto na forma como a repudiou: saltou-lhe em cima, ameaçou deitar-lhe fogo e finalmente rasgou-a aos bocadinhos. 

Como a jornalista Marlene Carriço conta na edição de hoje do Negócios, em seis anos, os mais de 400 centros de Novas Oportunidades – que têm vindo a ser encerrados – receberam a inscrição de um milhão e meio de portugueses, dos quais apenas um terço chegou ao fim do programa e viu as suas competências validadas. Entre 2008 e 2012, o Estado gastou mais de 470 milhões com estes centros. Em contas grosseiras, o Governo conclui que cada adulto certificado (cerca de 500 mil) custou 1.000 euros. 

E agora, o que quer fazer Nuno Crato? Em primeiro lugar, há que mudar o nome. Novas Oportunidades, "jamais"! Em segundo lugar, eliminar quase dois terços dos centros. Em terceiro, cortar em mais de 90% o orçamento destinado a estes centros. E em quarto lugar, não, não é fechar a porta. Em quarto, alarga-se o âmbito destes centros, que acumulam a certificação de conhecimentos de adultos com a orientação profissional de jovens com 15 ou mais anos a frequentar o 9º ano que saíram prematuramente das escolas. Ou seja, o projecto do Governo é pôr 120 centros a fazer o mesmo que 300, acrescentando-lhe ainda a vertente da orientação profissional aos jovens com apenas 10% do orçamento que antes existia. Gaba--se a ambição em matéria de eficiência, mas, admita-se, tem tudo para dar mau resultado. 

Este Governo, como tantos outros, caiu no erro de destruir o que o seu antecessor fez sem propor uma alternativa concreta. Ao anterior modelo foram sendo apontadas várias críticas: era caro, pouco exigente na atribuição dos certificados e medíocre nos efeitos gerados na vida profissional dos participantes. As críticas são parcialmente justas, mas a resposta do Governo é lamentável. Em vez de melhorar, destrói. Em troca do programa de Sócrates, propõe um modelo híbrido, sem condições para funcionar. Assim, substitui-se um programa que tinha muitos defeitos por um programa que ameaça revelar-se inútil. Mas lá baratinho, é. » [Jornal de Negócios]
   
Autor:
 
Manuel Esteves.
   
     
 Ok, serão só 49.999
   
«O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, negou esta segunda-feira que o Governo tenha intenção de despedir entre 30 mil a 50 mil funcionários da área do ensino, tal como proposto no relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI).
  
"Uma coisa é o relatório do FMI, outra coisa é o que Governo vai fazer", disse Nuno Crato em Campo Maior quando questionado pelos jornalistas sobre o despedimento de 30 mil a 50 mil funcionários, uma das muitas propostas do FMI para o Governo poupar 4 mil milhões de euros. "Nós não somos irresponsáveis. Isso não está em causa de forma alguma", acrescentou. O ministro da Educação e Ciência falava à margem do lançamento da primeira pedra do centro escolar de Campo Maior, no distrito de Portalegre.» [CM]
   
Parecer:
 
As coisas que o FMI inventou!
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
      
 E o Passos diz que o CDS não se demarcou da escolha
   
«O "desconforto" na maioria instalou-se. O CDS garante que "não teve, nem tinha de ter intervencão na escolha do secretário de Estado" Franquelim Alves. O secretário-geral dos centristas garantiu ao DN que "em coligacão cada partido indica os seus elementos" e que "tratando-se de secretários de Estado, naturalmente há uma coordenação lógica com os ministros respetivos [no caso, o ministro Álvaro Santos Pereira], no momento da escolha".» [DN]
   
Parecer:
 
Pois não.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
   
 Mais olhos do que barriga
   
«Um dos principais objetivos do Governo com esta medida foi obter mais receita. Mas o resultado pode ser diferente do esperado porque basta que uma empresa decida trocar o pagamento deste subsídio em dinheiro por título-refeição, para que o Estado deixe de receber 10,24 euros por mês por cada trabalhador abrangido.

O encargo fiscal com os subsídios que excedam o valor isento de tributação afeta tanto o trabalhador como a empresa. Ao empregador é exigido que entregue ao Estado 23,75% sobre o valor que está acima dos 4,27 euros, a título da taxa social única (TSU), enquanto o trabalhador terá de pagar IRS e os 11% de contribuição para a Segurança Social.» [DN]
   
Parecer:
 
É um problema da actual política fiscal, o governo parece ter mais olhos do que barriga.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 Só agora ó Costa
   
«Ricardo Salgado foi chamado nos últimos dias por Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, para explicar o porquê de não ter declarado na sua declaração inicial de IRS rendimentos de 8,5 milhões de euros, confirmou o i junto de fontes do regulador da banca. Este encontro revela que o Banco de Portugal está assim a analisar a idoneidade de Salgado para continuar à frente do BES.

A notícia de que o presidente executivo do BES já teria sido ouvido pelo governador Carlos Costa foi avançada hoje pelo jornal Público, que destaca ainda o facto de Costa também ter chamado, no final de Janeiro, José Maria Ricciardi, presidente do Banco Espírito Santo Investimento (BESI), e Amílcar Morais Pires, o braço direito de Salgado e chief financial officer do BES. Estes dois elementos estão indiciados pelo crime de inside trading no chamado caso BES Vida, tal como i já havia revelado. Este caso, que está a ser investigado pelo DIAP de Lisboa liderado pela procuradora Maria José Morgado, refere-se a uma denúncia da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários sobre irregularidades em diversas transacções da EDP, efectuadas em 2008, entre o BES e a sua seguradora BES Vida.» [i]
   
Parecer:
 
Foi necessário o BE levantar a questão para que o governador do BdP se mexesse.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
   
 A economia agrícola segundo Portas
   
«O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, defendeu hoje que que um "euro da União Europeia ou do Estado português no desenvolvimento rural mobiliza 4 a 5 euros do setor privado a investir na agricultura".» [i]
   
Parecer:
 
Pois, se a UE financiar o abandono de algumas produções cada euro gera quatro de investimento!
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se e perdoem-lhe pois o Portas não sabe do que fala.»
   
 Boas novas do ajustamento
   
«Federação da construção refere na análise de conjuntura de Janeiro que o número de desempregados no sector ultrapassou os 100 mil. Consumo de cimento é o mais baixo dos últimos 39 anos.
  
O consumo de cimento em Portugal registou no ano passado uma quebra de 26,9% face a 2011, fixando-se em 3.329 milhares de toneladas. Números que, refere a Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (Fepicop) na análise de conjuntura de Janeiro, “torna necessário recuar até 1973 – 39 anos – para se encontrar um ano com um consumo de cimento inferior ao registado”.» [Jornal de Negócios]
   
Parecer:
 
Mais um pouco e estaremos no Estado Novo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
   

   
   
 photo Igor-Alekseev-5_zpsc46ca830.jpg
  
 photo Igor-Alekseev-4_zpse2b4bf0a.jpg
   
 photo Igor-Alekseev-3_zps890de386.jpg
   
 photo Igor-Alekseev-2_zpsf4de9726.jpg
  
 photo Igor-Alekseev-1_zpsfb12ef97.jpg