quinta-feira, fevereiro 28, 2013

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 
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Estátua do Parque  Eduardo VII, Lisboa
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 
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Convento do Varatojo [A. Cabral]

Jumento do dia
  
Soares dos Santos, merceeiro holandês
 
De repente o mais luso dos merceeiros holandês e patrão do assalariado intelectual António Barreto achou que por ter uma quota no Pingo Doce também a tem na democracia portuguesa e decidiu dar lições de democracia aos portugueses. Não aí alguém que lhe responda à Francisco José Viegas'
 
«O presidente do Conselho de Administração da Jerónimo Martins, Alexandre Soares dos Santos, afirmou esta quarta-feira que a situação do país tem de ser resolvida com diálogo e não com iniciativas nas quais se canta o 'Grândola, Vila Morena'.» [Notícias ao Minuto]


  
 O mito escangalhado
   
«Tudo indica que o Grande Manitu das finanças portuguesas não passa de uma fraude. O homem, tido e havido como um génio sem par, não lhe acerta uma. De cada vez que se põe a prever, a projectar números e concepções, sai tudo errado; pior: acontece o contrário, com a consequência nefasta de afectar milhões de nós. Só agora, as indignações e os vitupérios começaram a surgir. E posta em causa a competência de Vítor Gaspar. Não se lhe exige que seja uma pitonisa de Delfos, dispondo de poderes premonitórios quase divinos. Mas pede-se-lhe, unicamente, que faça bem o seu trabalho: analise, compare, estatua as previsibilidades do mercado. A experiência ideológica aplicada a Portugal, de que ele é um obediente serventuário, conduz a um esvaziamento do próprio animus colectivo, resultado de um empreendimento de sujeição baseado no medo, na violência e na unilateralidade de pensamento.

No domingo, durante o programa Prós e Contras, de Fátima Campos Ferreira, um dos melhores que vimos, o general Loureiro dos Santos referiu que, nas Forças Armadas, um oficial superior que se enganasse tanto e tantas vezes, já tinha sido despedido. Aliás, durante a sessão, as críticas às definições e às decisões do Governo foram das mais lúcidas interpretações que tenho ouvido acerca da maneira e do modo como estamos a ser conduzidos e governados. Todo o poder encontra sempre uma resistência, sobretudo quando actua admitindo não haver possibilidade de escolha e de alternativa. As decisões são aceitas e tomadas em conjunto.

É, pois, preciso não esquecer de que a desgraça que nos atinge estende-se, na sua imperiosa e grave crueldade, à culpa de todos os membros do Executivo. Nenhum é inocente e cada um e todos terão de ser punidos, para lá do que as urnas disserem. A correlação entre acção e indulgência, que se tornou uma absurda normalidade, tem de ser interrompida, e os governantes responsabilizados. Recordo que a França, após a Libertação, criou a figura jurídica de "indignidade nacional" aplicável aos que haviam tripudiado sobre "a honra da pátria e os direitos de cidadania."
  
O lado "punitivo e ideológico", de que fala a eurodeputada socialista Elisa Ferreira, foi por eles criado e desenvolvido com inclemência e zelo. Resgatar a tragédia aplicando-lhes o mesmo remédio é uma tese que faz caminho, como resposta de justiça, nunca como retaliação ou vingança. Justiça, pura e simplesmente
  
O que este Governo nos tem feito representa a mais grave contraconduta social, política, cultural e humana verificada em Portugal desde o salazarismo. O discurso oposicionista não pode, somente, ser "diverso" e incidir, apenas, na "actualidade" portuguesa. Os sicários deste projecto encontram-se espalhados transver- salmente por todos os sectores da actividade europeia, mas não há batalhas inúteis, nem lutas sem sofrimento.» [DN]
   
Autor:
 
Baptista-Bastos.
  
 Estupidez funcional
   
«Em Outubro de 2010, a propósito do OE para o ano seguinte escrevi neste jornal: “o aumento do IMI, na situação atual do mercado imobiliário, e o aumento da carga fiscal através do IVA e do IRS terão seguramente um efeito recessivo que não será compensado pelo crescimento das exportações.

É chegado o momento de refletir sobre as funções do Estado, de planear e executar as mudanças que seguramente terão de ser feitas." Passaram mais de dois anos. Infelizmente eu tinha razão!

Num trabalho recentemente publicado no prestigiado Journal of Management Studies analisa-se o conceito da "estupidez funcional" nas organizações. Refere-se à ausência de reflexividade, à falta de raciocínio substantivo e ao evitar de justificações. A falta de reflexividade envolve incapacidade ou falta de interesse em questionar as regras, rotinas e normas dominantes. A falta de justificação leva os indivíduos a não entrarem em diálogo ou a não questionarem as razões subjacentes para fazer algo ou tomar alguma decisão. Não requerer justificações leva a que práticas sejam aceites sem qualquer escrutínio crítico. Por vezes, apenas porque "os outros também fazem". A falta de raciocínio substantivo acontece quando os indivíduos se focam apenas na realização de uma finalidade específica mas ignoram as questões mais amplas sobre a própria finalidade.

A estupidez funcional pode proporcionar uma sensação de certeza e ajudar ao funcionamento com ordem e regularidade. Mas também pode ter consequências negativas como falta de flexibilidade, de iniciativa e um sentimento de dissonância entre os indivíduos e a organização a que pertencem.

Temo que estejamos numa situação, em Portugal, onde a estupidez funcional começa a ser muito comum. As previsões macro económicas do Governo têm falhado sucessivamente. Quando o atual programa de assistência foi concebido, estimou-se um crescimento económico de 1,2% para 2013. No entanto a generalidade das previsões aponta agora para uma queda de 2%.Para 2014 o BP prevê um crescimento de 1,3%, a OCDE 0,8%, e o Governo português também tem expetativas positivas. Este otimismo para 2014 tem falta de fundamentos sólidos. Tem "falta de justificação" e "falta de raciocínio substantivo". As perspetivas de crescimento na Europa e a situação económica de Portugal indicam que tal crescimento não irá acontecer.

A situação política na Itália, decorrente das eleições no fim-de-semana, está a provocar novamente forte apreensão nos mercados financeiros. Não é necessário ter uma bola de cristal para prever que, pelo menos no curto prazo, se nada for feito pelas instituições internacionais, a situação irá piorar.
Desejo que durante as reuniões com a ‘troika' nesta 7ª avaliação, a estupidez funcional seja afastada. Aguardemos.» [DE]
   
Autor:
 
Vítor da Conceição Gonçalves.
   
  
     
 Lagarde responde a Seguro
   
«De acordo uma fonte do PS, Christine Lagarde refere - na carta, que responde a uma outra enviada por António José Seguro no passado dia 17 -- que a delegação do FMI está em Portugal para apreciar o contexto económico e garantir um equilíbrio correto entre ajustamento e crescimento e emprego.

Num trecho da carta a que a Lusa teve acesso, a diretora do FMI admite, no entanto, que o equilíbrio necessário é difícil de atingir.

A mesma fonte do PS adiantou à Lusa que a diretora do FMI defende também, na carta, que "a sustentabilidade das finanças públicas é essencial para evitar uma crise económica mais profunda que poderia criar ainda mais tensões na sociedade portuguesa" e sublinha que isso é "algo que todos queremos evitar".» [CM]
   
Parecer:
 
Usa uma terminologia mais inteligente do que o senhor Salassie que já devia ter sido demitido por incompetência e triste figura. Aliás, o FMI tem um grave problema com os técnicos, são incompetentes, falam demais, e revelam pouco respeito pelos países onde são colocados.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao Gaspar.»
      
 Os problemas resolvem-se pagando os impostos na Holanda
   
«Face aos últimos acontecimentos que se têm registado, em que membros do movimento "Que se lixe a Troika" têm recebido alguns ministros ao som da canção de Zeca Afonso, o presidente do conselho de administração do grupo salientou que esta não é a solução para os problemas do País.

"Não há dinheiro à borla", sublinhou ainda Alexandre Soares dos Santos para dizer que Portugal terá de fazer face à dívida contraída junto das instituições internacionais. O gestor falava na apresentação dos resultados de 2012 do grupo.» [DE]
   
Parecer:
 
Este senhor devia ter mais tento na língua, ainda não percebeu que é muito ouvido pela comunicação soial a quem paga a publicidade mas é detestado pelo povo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vamos cantar o "Grândola nas mercearias do holandês.»
   

   
   
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