O caso do Franquelim Alves mostra a que ponto chegou o país,
escolhem-se governantes sem qualquer critério, apenas com base em relações
pessoais e políticas, como se Portugal fosse uma mercearia propriedade do
primeiro-ministro.
Idóneo ou não Franquelim Alves não tinha condições para ser
governante, não devia ter sido convidado, não devia ter aceite, não devia ter
sido nomeado e muito menos empossado. Mas nada disto sucedeu e o homem é secretário
de Estado.
É evidente que alguém que participou numa empresa burlona
que custou um ordenado a cada português não tem o mínimo de condições para ser
um governante. Ainda por cima só mesmo um idiota colocaria um currículo
omitindo a passagem pelo BPN e ainda por cima dizendo que trabalhava como
consultor desde os 16 anos. Ao tentar fazer os portugueses passar por parvos o
Franquelim ou quem lhe escreveu o currículo mostrou ter um QI entre o imbecil e
o deficiente mental.
Franquelim ainda é secretário de Estado e vai continuar
sendo, num governo onde o Relvas ainda é ministro tudo cabe, vivemos um PREC de
direita onde a nomeação de um membro do governo é feita apenas com base em critérios
partidários, sem grande exigência e bastando a sugestão de um qualquer
controleiro político, que tanto pode ser um Relvas como um Dias Loureiro.
Esta bandalhice poderia muito bem ser designada por
franquelinismo em homenagem à personagem, entendendo-se franquelinismo como a
escolha de governantes sem olhar ao seu passado, nomeando-os e dando-lhes posse
sem cuidar da credibilidade do país e das suas instituições.
Longe vai o tempo em que Jorge Sampaio forçou António
Guterres a demitir Fernando Vara de secretário de Estado e por muito menos,
comparar a fundação que condenou Vara com a SLN é a mesma coisa que comparar um
infantário com o Estabelecimento Prisional de Lisboa.