Qualquer economista, a não ser alguém considerado
equivalente a tal pela Lusófona, sabia que as consequências do extremismo do Vítor
Gaspar seriam uma recessão brutal. A invenção de de desvios colossais para fundamentar
ainda mais troikismo só poderia levar ao colapso do consumo, à destruição de
empresas em massa, à falência de sectores inteiros como a construção civil.
Qualquer economista honesto sabe que não é destruindo
riqueza que se pagam dívidas, não é forçando os melhores quadros à emigração
que se estimulam as empresas que produzem mais valor acrescentado, não é torrando
miseráveis os trabalhadores que os empresários ficam mais competentes, não é
com colaboradores desmotivados que as empresas são competitivas.
Qualquer economista íntegro sabia que a política económica
que estava sendo adoptada não consta em qualquer manual, não foi testada em
lado nenhum, não assenta em qualquer estudo prévio, não foi devidamente pensada
ou reflectida, foi pensada por alguém que não sabe distinguir um ser humano do
cão da vizinha e que em tempos já ajudou a levar o país a um beco sem saída ao
mesmo tempo que impingia a ideia de que o país era um oásis no meio de uma
Europa em desgraça.
Se assim é como se entende tanto Bento e outros a apoiar
esta política?
Porque pensavam que a desgraça só bateria à porta dos mais
pobres muito boa gente de direita achou que mal ou bem este governo destruir o
que restava de sonhos incómodos que todo um povo ousou ter nos anos setenta.
Era ao mesmo tempo uma liberalização que ia de encontro aos manuais e uma
vingança, com a ajuda de uma troika de imbecis, clarinhos ou escurinhos todos
eles imbecis, pensaram que podiam destruir direitos, valores constitucionais,
violar a vontade da maioria sociológica de um país.
Aquilo a que Portugal tem assistido é a um golpe de Estado,
só que em vez de armas o país foi invadido por um exército de bárbaros armados
de dinheiro que vieram em apoio de gente de muito baixo nível. Gente como os
banqueiros que durante trinta anos se encheram de dinheiro, corromperam o país,
estimularam o consumo e penalizaram a actividade produtiva, ajudaram a
branquear dinheiro de origem duvidosa e perante a crise foram à falência.
Não foi o país que trabalha que foi à bancarrota, foi quase
toda a banca, em especial o Millennium e o BPI, bancos que neste momentos
estariam a ser vendidos na Feira da Ladra se não fosse a ajuda externa, não
admira que alguns senhores se tenham oferecido para fazem de pitbulls
privativos do ministro das Finanças.
Quando disse que se estava lixando para as eleições Passos
Coelho mentiu, o que ele estava era que se estava lixando para os portugueses.
Para vender a EDP e dar umas massas ao Catroga, para se vingar do 25 de Abril fez
tudo para conduzir o país à ajuda externa e agora lança a economia na desgraça
para ter poderes que vão para além do que é razoável em democracia.