segunda-feira, fevereiro 25, 2013

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 
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Janela de Alcochete
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 
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Janela da aldeia de João Pires [A. Cabral]   

Jumento do dia
  
Luís Montenegro
 
Luís Montenegro é um das personalidades do PSD que aprece ter chamado a si a árdua tarefa de conferir ao governo a inteligência que não resulta do somatório da inteligência dos seus ministros, desdobra-se em esforços de comunicação numa tentativa desesperada de fazer brilhar um grupo de gente que em lado nenhum se assemelharia a um governo.

Agora descobriu que o país está abusando do pobre Revas, servindo-se dele como calhau para atirar ao governo. O que Montenegro não percebe é que ao atribuir o paple de calhau a Relvas está a parir do pressuposto de é para isso que o falso doutro serve.
 
«Luís Montenegro recusa que Pedro Passos Coelho possa afastar algum membro do Governo face aos recentes protestos em presença dos ministros. E afirma que Miguel Relvas tem sido "utilizado" como uma das formas de atacar a coligação governamental.» [DN]

 O de e o da
 
Toda a agente sabe que a lei da limitação dos mandatos dos autarcas não visava impedir que o Alberto João se candidatasse ao governo regional dos Açores e talvez por isso ninguém debata o assunto, a lei visava o óbvio, a corrupção, os abusos de poder, as teias mafiosas á volta de autarcas e isso não acaba se um autarca mudar de autarquia, vai com ele para onde ele for. Não se acabam com os abusos mudando um autarca de Sintra para Lisboa, de Almada para Coruche ou de Gaia para o Porto.
  
Ver um Presidente da República ignorar a questão de fundo e andar a catar das e des é ridículo e explica muito bem o estado a que o país chegou. Quando estavam em causa os seus poderes em relação aos Açores Cavaco reagiu como todos viram, agora que estão em causa as eleições autárquicas em muitos concelhos o Presidente parece estar a jogar ao dominó com os velhotes de Belém.
 
 Relvas boneco


Será que Vital Moreira virá a público defender que a utilização da imagem do ilustre democrata é uma ofensa à Constituição?

 Relvas e o país que somos
 

Se alguém quiser perceber o desenvolvimento português tem no incidente académico de Miguel Relvas uma boa explicação, avaliar a democracia pela liberdade de expressão de um ministro como Miguel Relvas explica como a nossa pobreza mental tem necessariamente reflexos na nossa pobreza económica. Com distintas personalidades a fazerem uma procissão em defesa de Relvas percebe-se como as nossas elites estão mais preocupadas com questões da treta do que com o país.
  
Se eu fosse estudante do ISCTE também teria cantado a Grândola Vila morena e festejaria a saída cobarde do ministro, que dias antes tinha reagido de forma ridícula, provocando os manifestantes cantando a música. O convite dirigido pela TVI a Miguel Relvas para falar numa sala de uma universidade a sério foi uma provocação de muito mau gosto, revela como a comunicação social portuguesa é subserviente, hoje convidam Relvas, amanhã vão dizer cobras e lagartos, vão transformar em novidade tudo o que abafaram.
  
Convidar Relvas para falar a estudantes universitários a sério é a mesma coisa que pedir a mesquita de Lisboa emprestada para dar organizar um espectáculo ao vivo da Erica Fontes, a atriz porno portuguesa que ao que dizem ganhou um Óscar do ramo. Os responsáveis da TVI até revelaram um grande sentido de humor, convidar o Miguel Relvas para ir falar de comunicação social numa universidade foi uma forma fina de gozar com o próprio Relvas, o problema é que o próprio não o percebeu.
  
Como pode um país ser grande coisa ou ter esperança de o vir a ser quando tem um ministro como o Miguel Relvas, uma televisão que o convida para fazer palestras e uma oposição que parece andar mais preocupada com o conforto desta equivalência a ministro do que com as dificuldades do país?
  
Os nossos professores deveriam estar mais preocupados com a autêntica profanação de uma universidade promovida por uma televisão que decidiu convidar um equivalente a doutor para falar de uma actividade em que o seu único curriculo parece ter sido o incidente com a jornalista do jornal Público. Mas compreende-se o empenho de algumas distintas personalidades políticas do PS, ao defenderem o Relvas estão defendendo um deles e como o país está nunca se sabe de quem vamos precisar um dia destes.
 

  
 Pedro Marques Lopes
   
«Não há cidadão defensor do Estado de direito que rejubile com o tipo de situação por que passou esta semana Miguel Relvas. Por muito que discorde do ministro, por muito que o julgue incompetente, por muito que o ache o símbolo de tudo o que está mal na politica portuguesa, não há com certeza muita gente que goste de ver um ministro da República silenciado, insultado e enxovalhado. Mesmo sendo Miguel Relvas. Mesmo tendo a noção de que o que se passou com ele não se passaria com outro qualquer ministro. É alguém que foi escolhido por quem tem um mandato popular e merece, principalmente por isso, ser respeitado e ouvido.

Foi pena, aliás, não o termos mais uma vez escutado. É que uma das melhores formas de percebermos a sua incapacidade para o desempenho das suas funções é ouvi-lo falar. Lá teríamos umas pérolas sobre o regresso dos jovens à agricultura ou uns comentários infelicíssimos sobre o desemprego e a sua falta de sono. Talvez até uma daquelas frases sobre a simplicidade da procura constante de conhecimento. Seria, aliás, um desafio curioso tentar descobrir nos seus inúmeros discursos e intervenções públicas uma ideia política, uma visão de Estado, uma frase que não fosse um lugar-comum ou uma citação para enfeitar.

Sendo sobre comunicação social o discurso que ia fazer, talvez o objectivo fosse explicar uma nova ideia para a RTP. Seria a nona ou a décima, mas se calhar era desta que acertava. E como tudo se passava numa universidade, talvez nos esclarecesse sobre o método de obtenção duma licenciatura fazendo apenas uma disciplina, frequentando quatro ou cinco e sacando vinte e tal equivalências. Estou convencido de que os alunos e os pais que se desunham a trabalhar para dar educação aos filhos adorariam saber o truque.

Miguel Relvas é um dos dois grandes mistérios da política portuguesa.

Como diabo um ministro que é suposto conduzir politicamente o Governo se mostra completamente incapaz de o fazer, que exibe uma incompetência gritante no momento de fazer a comunicação do Executivo, que tratou o dossier RTP duma forma desastrosa, que inventou uma coisa chamada Impulso Jovem em que se gastou uma fortuna sem qualquer resultado, que faz uma reforma autárquica que é um embuste e que pode ser tudo menos uma reforma, que mentiu descaradamente a uma comissão parlamentar, que é desprezado pelos portugueses, se mantém no Governo?

O outro é o mistério Gaspar. Como será possível manter um ministro das Finanças que dois meses depois de fazer um orçamento baseado em determinados pressupostos nos vem dizer que afinal estão todos errados? Que nos vem dizer que a recessão é o dobro da prevista. Que só em 2012 fez três orçamentos enganando-se em todos e que já vamos em Fevereiro e aí vão dois. Que tem o descaramento, depois de nos ter dito que o mal era todo nosso, da nossa preguiça, de termos vivido acima das nossas possibilidades, do anterior Governo, que a culpa afinal é da Europa. E então onde pára o discurso do nem mais tempo nem mais dinheiro? Deixe-me adivinhar: era para aumentar a credibilidade. Sim, senhor, a melhor maneira de aumentar a credibilidade é passar um ano a dizer uma coisa e depois desdizê-la completamente... Que terá Gaspar a dizer ás pessoas que repetiram e voltaram a repetir que todas as previsões se baseavam em ficções e que a política seguida estava completamente errada? Descobriu agora que é preciso crescimento, foi?

Entretanto lançaram-se umas centenas de milhares de pessoas para o desemprego, faliram-se milhares de empresas, destruíram-se sectores de actividade por inteiro. Só faltou mesmo dizer: desculpem qualquer coisinha.

A verdade é que não há mistério nenhum. Passos Coelho não convive ou deixa de conviver bem com a incompetência de Relvas e Gaspar, Passos Coelho é o paladino da incompetência dos dois ministros.

O primeiro-ministro não existe sem Relvas e Gaspar e estes não existiriam sem ele. Pedir a demissão de Relvas ou Gaspar é pedir a demissão de Passos Coelho. E é por isso que nem um nem outro são remodeláveis. Passos Coelho assim o quis. E Portugal é que os aguenta.» [DN]
   
Autor:
 
Pedro Marques Lopes.   
   
  
     
 Calúnias e garotices, diz ele
   
«O presidente do Governo Regional da Madeira disse hoje que não fala “sobre calúnias e garotices” quando confrontado com a notícia de que o Departamento Central de Investigação e Ação Penal vai acusar o executivo regional por prevaricação.

“Eu já disse que não falo sobre o que considero calúnias e garotices, mais nada”, afirmou Alberto João Jardim, ao entrar no Centro de Congressos do Casino da Madeira, no Funchal, para assistir ao concerto que assinala o centenário do Recreio Musical União da Mocidade.» [i]
   
Parecer:
 
Este senhor nunca mais aprende.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se o homem para onde o Viegas gosta de mandar os ex-colegas.»
      
 Exame à Relvas
   
«O exame de admissão à Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC) foi parcialmente anulado por algumas perguntas de escolha múltipla incluírem também as respostas. Em declarações ao Jornal de Notícias, o bastonário da OTOC assegurou que se tratou de “erro humano” e que, por isso, “vai ser instaurado um inquérito”.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:
 
Portugal no seu melhor.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  

   
   
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