De repente ninguém tem culpas, o comissário dos assuntos
monetários escreve aos ministros para que se calem com os erros do
multiplicador para que as responsabilidades sejam exclusivamente dos países, a
presidnete do FMI desapareceu de cena e o senhor do BCE limita-se a pedir mais
austeridade. Os canalhas que dirigem as instituições da troika ensaiam uma
estratégia que visa ilibarem-se de responsabilidades, esquecendo que o que estão
fazendo em Portugal é tudo menos uma operação de ajuda, emprestaram dinheiro a
juros dignos superiores ao que qualquer investidor consegue ganhar nos mercados
financeiros, instalaram em hotéis de luxo Portugal um rebanho de contratados à
pressa promovidos a experts a troco de comissões chorudas pagas pelo país e impõem
uma política que passa pela venda dos interesses portugueses e pelas medidas
que entendem ser as necessárias para assegurar que Portugal lhes paga o empréstimo,
os juros e as comissões.
A troika tem responsabilidades e deve assumi-las, o governo
português não passa de paus mandados que fizeram tudo o que qualquer imbecil
enviado pela troika mandou.
1. O programa económico da troika é pouco sério
Os dirigentes do FMI já assumiram que erraram tecnicamente ao
considerarem parâmetros no modelo conduziu a uma recessão muito superior à
esperada. A consequência desse erro foi a destruição de riqueza, de emprego e o
aumento do défice, aumento que a troika quer compensar usando os mesmos
pressupostos errados e as mesmas medidas inadequadas.
2. Os técnicos da troika são incompetentes
Chamar técnicos à rapaziada que a troika mandou para
aconselhar o governo é uma ofensa à inteligência, os pensionistas da América
Latina e os gaiatos que contrataram à pressa limitam-se a copiar o que viram
noutros países e a fazerem propostas idiotas. Nalguns casos é mais o que
aprendem com a Administração Pública que supostamente ajudam do que o que
ensinam. Os técnicos da troika não estão à altura das exigências de um país
europeu, a prova disso é o famoso relatório do FMI sobre cortes do Estado, é
uma obra-prima da fraude intelectual, da incompetência e da arrogância de
idiotas.
3. Os responsáveis da troika comportaram-se de forma pouco
digna
A troika assinou um memorando com os partidos que
representam uma maioria alargada e ouviram não só todos os partidos e forças
sociais. Mas quando perceberam que tinham um governo obediente disposto a ser
pau mandado ignoraram todas as partes e elegeram o ministro das Finanças como único
interlocutor. Se o FMI tem uma longa tradição de intimidade com ditadores e
muitos dos seus técnicos são pensionistas de países onde subsistiram ditaduras
até muito recentemente, o mesmo não se pode dizer dos quadros da União
Europeia, BCE e Comissão, a EU assenta na democracia e as ditaduras não são
aceites.
4. A troika actuou de má fé em Portugal
Com um governo de paus mandados a troika decidiu transformar
Portugal num campo de testes das teorias económicas de gente cinzenta que tem
crescido nos gabinetes escondidos da Comissão e do BCE.O que a troika impôs a
Portugal foram experiências para testar teorias não validades por ninguém como é
o caso da desvalorização fiscal, de que a troika não desiste.
5. A troika tem praticado a ingerência nos assuntos internos
A troika tem tratado Portugal como uma ditadura africana dos anos 50 do século passado, as declarações do representante do FMI sobre o estado social sõ um exemplo disso. A troika tem participado sistematicamente em semináros, dando opiniões que são claros gestos de ajuda política. Um outro exemplo disso são as intervenções chantagistas de um tal Simon O'Connor, porta-voz do comissários dos assuntos monetários, que sempre que Vítor Gaspar está em dificuldades políticas vem intervir em público fazendo chantagem sobre os portugueses, para que estes aceitem as imposições do ministro. Um bom exemplo disso foi a comunicação que fez chantageando Portugal para que ou aceitava o golpe da TSU ou não recebia dinheiro de um empréstimo feito ao abrigo de um memorando onde aquele golpe não constava.
A troika tem tido em Portugal um comportamento criminoso e
todos os que em determinado momento assinaram o memorando ou o apoiaram devem
equacionar a hipótese de denunciar as responsabilidades da troika e exigir aos
seus técnicos e dirigentes que assumam a responsabilidade pelo que fizeram,
mandaram fazer ou exigiram que fosse feito em Portugal. A troika e Vitor Gaspar, que não passa de uma marioneta local, devem assumir as suas responsabilidades bem como as consequências financeiras dos seus erros, incompetência e abusos.