Se o governo de Santana Lopes ficou conhecido como um
governo de trapalhadas, o governo de passos Coelho será o governo das Franquelinadas.
No governo de Santana Lopes imperava a loucura, neste impera a imbecilidade e o
Chico espertismo, Santa tinha pavor dos portugueses, Passos Coelho e os seus
pares acham-nos uns palermas.
É óbvio que a SLN está longe de ter sido uma escola de
virtudes, se o fosse a precaução mandaria defender o bom nome da empresa e o
interesse nacional, as na SLN um bom administrador, um homem competente, idóneo
e cheio de bons princípios entendeu esconder ilegalidades e fraudes por uma
questão de precaução. Precaveu-se o interesse privado e o nome dos vigaristas
em prejuízo do interesse nacional.
Mas alguém mais cuidadoso e alérgico à sigla SLN achou por
bem omitir a passagem do Franquelim pela SLN e o seu currículo foi divulgado
sem aquela passagem duvidosa por esse conglomerado de interesses de gente do
PSD a que pertencia o BPN. Compreende-se, a alguém acima de qualquer suspeita o
pior que pode suceder é colar a sigla SLN, porque SLN significa BPN e BPN
significa vigarice, falta de honestidade e fraude. Ora, o irrepreensível secretário
de Estado foi gestor da holding a que pertencia o BPN, à frente desta soube das
vigarices do BPN e omitiu-as.
O mais curioso é que esta omissão curricular foi agora
justificada pelo gabinete de Passos Coelho com o argumento de que os currículos
dos membros do governo não podem exceder os 500 caracteres. Daí que fosse
necessário fazer escolhas, dizer que o Franquelim tinha sido moço de recados ou
lembrar a sua passagem pela SLN? A escolha era óbvia, se o homem ia ser moço de
recados do ministro sôr Álvaro era bem mais importante evidenciar aptidões
profissionais para essa tarefa do que mais uma ou menos uma experiência como
administrador.
Compreende-se a escolha, assim como se compreende que num
governo onde até o Miguel Relvas é doutor não se ia dizer que alguém tão
distinto tinha sido paquete na Ernst & Young, que ia comprar o tabaco ao
chefe ou levar as mercearias da esposa a casa. Havia que enobrecer a coisa e é
muito provável que os assessores de Passos Coelho se tenham inspirado no dr.
Relvas, numa consultora como a Ernst & Young um par de meses a levar as
mercearias à esposa do presidente convertido em títulos na Universidade Lusófona
daria uma equivalência a júnior auditor.