sábado, fevereiro 09, 2013

Franquelinadas


Se o governo de Santana Lopes ficou conhecido como um governo de trapalhadas, o governo de passos Coelho será o governo das Franquelinadas. No governo de Santana Lopes imperava a loucura, neste impera a imbecilidade e o Chico espertismo, Santa tinha pavor dos portugueses, Passos Coelho e os seus pares acham-nos uns palermas. 

É óbvio que a SLN está longe de ter sido uma escola de virtudes, se o fosse a precaução mandaria defender o bom nome da empresa e o interesse nacional, as na SLN um bom administrador, um homem competente, idóneo e cheio de bons princípios entendeu esconder ilegalidades e fraudes por uma questão de precaução. Precaveu-se o interesse privado e o nome dos vigaristas em prejuízo do interesse nacional.

Mas alguém mais cuidadoso e alérgico à sigla SLN achou por bem omitir a passagem do Franquelim pela SLN e o seu currículo foi divulgado sem aquela passagem duvidosa por esse conglomerado de interesses de gente do PSD a que pertencia o BPN. Compreende-se, a alguém acima de qualquer suspeita o pior que pode suceder é colar a sigla SLN, porque SLN significa BPN e BPN significa vigarice, falta de honestidade e fraude. Ora, o irrepreensível secretário de Estado foi gestor da holding a que pertencia o BPN, à frente desta soube das vigarices do BPN e omitiu-as.

O mais curioso é que esta omissão curricular foi agora justificada pelo gabinete de Passos Coelho com o argumento de que os currículos dos membros do governo não podem exceder os 500 caracteres. Daí que fosse necessário fazer escolhas, dizer que o Franquelim tinha sido moço de recados ou lembrar a sua passagem pela SLN? A escolha era óbvia, se o homem ia ser moço de recados do ministro sôr Álvaro era bem mais importante evidenciar aptidões profissionais para essa tarefa do que mais uma ou menos uma experiência como administrador.

Compreende-se a escolha, assim como se compreende que num governo onde até o Miguel Relvas é doutor não se ia dizer que alguém tão distinto tinha sido paquete na Ernst & Young, que ia comprar o tabaco ao chefe ou levar as mercearias da esposa a casa. Havia que enobrecer a coisa e é muito provável que os assessores de Passos Coelho se tenham inspirado no dr. Relvas, numa consultora como a Ernst & Young um par de meses a levar as mercearias à esposa do presidente convertido em títulos na Universidade Lusófona daria uma equivalência a júnior auditor.