Os povos nunca foram muito lestos a perceber a grandeza dos
grandes políticos e é isso que justifica a incompreensão que rodeia o Gaspar,
esse Messias que regressou a Portugal para com o que aprendeu com a avozinha de
Manteigas pagar a imensa dívida que tem para com o país porque estudou na
Universidade Católica e em vez de ir fazer o doutoramento a Londres ou a Boston
optou pela Nova, ali para os lados de Campolide.
As coisas estão a correr melhor do que o esperado, os
portugueses deixaram de gastar, uns porque poupam outros, ao mais irresponsáveis,
porque deixaram de ter para comer. As empresas desnecessárias estão fechando
umas atrás das outras, os restaurantes porque um bom português usa marmita, a
construção civil porque a casa portuguesa é uma barraquinha, muito amor, um benfiquista
e porrada na mulher q.b., qual apartamentos, direito à habitação e outras
idiotices constitucionais das quais só se aproveita a liberdade de expressão do
dr. Relvas.
É verdade que o crescimento tarda, mas também não se podia
esperar antes, como uma vez o nosso grande Gaspar explicou e voltou a explicar
ao Álvaro, o pobre ministro da Economia é de compreensão lenta e tarda a
entender o que lhe dizem, não há dinheiro para medidas de apoio ao crescimento.
Agora já há, a recessão bateu quase nos 4%, a receita fiscal ficou 4.000
milhões abaixo do esperado, o emprego inútil foi combatido com afinco e o
desemprego atinge níveis saudáveis que nunca se viram.
Agora já há dinheiro em barda para promover o crescimento e
o emprego, dinheiro que não havia quando se descobriu um desvio colossal nas
contas públicas. Agora já não há desvios e à abundância vai somar-se o corte
das gorduras do Estado, vai haver dinheiro à fartazana para fazer crescer a
economia portuguesa, o BPI vai crescer, o Millennium vai voltar a crescer, com
sorte até o vencimento do Catroga vai crescer, o crescimento vai ser de tal
forma que não nos admiraria nada se voltasse a crescer por aí algum BPN.
Mas é uma pena que os portugueses ainda não tenham percebido
que o Gaspar está a levar Portugal para o bom caminho, infelizmente somos um
país de atrasadinhos e nem todos têm o brilhantismo intelectual do Ulrich, a
argúcia e curiosidade do Marques Mendes, a visão do futuro do Passos Coelho, o
empenho intelectual quase académico do Relvas, infelizmente os portugueses não
estão em condições para decidirem o seu destino e é por isso que o Gaspar tem
de decidir tudo sozinho. É o Gaspar que sabe quem deve pagar mais impostos,
quais as empresas que estão a mais, que portugueses não fazem falta e devem
emigrar. O que seria de nós sem o saber do Gaspar?
Queira Deus que o país não acabe, queira Deus que o país não
caia na guerra civil, queira Deus que o país não resvale para a revolução,
queira Deus que o país disponha de todo o tempo no mundo porque um dia, ainda
não sabemos quando, mas um dia todos iremos perceber que o Gaspar tem razão.
Nesse dia mudaremos o nome deste país para Gasparilândia, plantaremos
eucaliptos num das faixas de rodagens das nossas auto-estradas inúteis,
voltaremos a viajar de comboio apanhando vento na cara por esse país bucólico,
voltaremos a reciclar pneus transformando-os em sandálias, reaprenderemos a
coser remendos nas calças,, o país voltará à senda do emprego e do crescimento
graças a este verdadeiro menino Jesus de Manteigas.