Mas todos sabemos que Miguel Relva é mais dado a música
folclórica de Tomar ou a música brasileira em réveillons no Copacabana Palace
na companhia do Dias Loureiro do que a cantar a música imortalizada na
madrugada do dia 25 de Abril. Cantar a Grândola Vila Morena não foi mais do que
uma pequena resposta provocatória de Miguel Relvas a um grupo de manifestantes,
o ministro doutor não corresponde à imagem de quem partilha os valores de
Abril, é o cérebro político de um governo que tem uma verdadeira paranoia contra o que o país fez durante todos os anos que se seguiram a 1974.
Era mais do que óbvio que depois desta resposta provocatória
o ministro mais odiado e desprezado deste governo dificilmente se safaria da próxima.
Mas Relvas é um provocador e depois de ter sobrevivido no governo não se cansa
de exibir um sorriso que vai de orelha a orelha, como se estivesse a gozar com
todo um povo. Ir a uma sessão numa universidade onde os estudantes têm de
estudar a sério se quiserem conseguir um diploma é uma provocação quase tão
grande como uma prostitua entrar nua numa mesquita de Meca.
Como era óbvio os estudantes acharam que na sua casa os
discursos de Relvas eram dispensados e manifestaram-se. Desta vez Relvas perdeu
a vontade de cantar, despareceu o sorriso de orelha a orelha e o político que
gosta de dar ares de dar o peito às balas saiu escondido por seguranças e nem tão
cedo vai lembrar-se de entrar numa dessas universidades onde os estudantes vão
estudar e não se limitam a entregar requerimentos.
Num país onde todas as conquistas sociais estão sendo
devoradas em nome dos desvios colossais inventados ou criados premeditadamente
por Gaspar a grandolada que foi dada a Relvas despertou vários lutadores pelas
liberdades. Lutadores que não levantaram a voz contra a destruição grosseira de
direitos sociais, mas vieram a público defender a liberdade de quem se faz acompanhar
de segurança, de quem manda na televisão pública, de quem tem uma das vozes
mais ouvidas deste país.
O que António Barreto e outros defenderam não foi a
liberdade de expressão de Miguel Relvas, esse fala pelos cotovelos e tem uma
televisão por sua conta, para não falar dos amigos da Ongoing, dos compadres do
Dias Loureiro e do pessoal das secretas, ou dos patrões do DN ou da Cofina. O
que ele defenderam foi que os portugueses deviam ser obrigados a ouvir Relvas.
A verdade é que não vamos perder a oportunidade de ouvir
Relvas todos os dias até que nos livremos deste governo. Quem não ouvimos à
muito tempo é a Maria José Oliveira? Não sabem quem é a Maria José Oliveira? É
a jornalista que Miguel relvas perseguiu e acabou por se demitir do jornal Público.
Será que António Barreto sabe o que é feito da jornalista? Ter-lhe-á dado
emprego na sua fundação ou prefere os livrinhos escritos pelo José Manuel
Fernandes?
Num país onde os jornalistas são perseguidos, onde os portugueses perdem os mais elementares direitos e são tratados como uns criminosos que ousaram pensar ter direitos, os nossos Toinos estão preocupados com a liberdade de expressão do falso doutor Relvas!
Num país onde os jornalistas são perseguidos, onde os portugueses perdem os mais elementares direitos e são tratados como uns criminosos que ousaram pensar ter direitos, os nossos Toinos estão preocupados com a liberdade de expressão do falso doutor Relvas!