terça-feira, fevereiro 26, 2013

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 
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Mosca do Parque Florestal de Monsanto, Lisboa
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 
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Rio Ponsul, Idanha-a-Velha [A. Cabral]   

Jumento do dia
  
Cavaco Silva
 
Depois de um desaparecimento prolongado Cavaco aparece para dar uma pequena mordidela no Gaspar, dizendo que não é com baixos salários que se consegue competitividade. Cavaco ora repete o discurso de Gaspar, ora faz umas críticas ao mesmo Gaspar. Digamos que a Presidência da República sofre de doença bipolar.
 
«O Presidente da República, Cavaco Silva, defendeu hoje perante jovens empresários que não é nos "baixos salários" que se garante a competitividade das empresas.

"Que nunca pensem que é nos baixos salários que se garante a competitividade das empresas", afirmou Cavaco Silva.» [DN]

 Capitalismo miserável
 
Quanto ganhava o IKA pela carne de cavalo das suas almôndegas ou a Nestle pelas lasanhas, quase nada, muito provavelmente pouco mais do que um cêntimo ou cêntimos. Então porque alinharam no esquema? Porque são miseráveis.
 
 Infalível


Os que esperam que Gaspar venha admitir o falhanço das suas políticas estão enganados, enquanto os funcionários públicos receberem ordenado, os do sector privado ainda puderem pagar IRS, ou enquanto o IVA não chegar aos 100% o Gaspar manter-se-á firme e hirto na sua política, ele está certo de que é a solução.
  
Gaspar é como a progenitora vaidosa que foi ver o seu filho mancebo prestar juramento e quando o rebento marchava na parada exclamou que era o único que tinha o passo certo, todos os outros tinham o passo ao contrário. Gaspar não se enganou na previsão da recessão, não senhor, a culpa é dos portugueses que não acreditaram na sua luz e deixaram de ir às compras, o mesmo sucedendo com os alemães, os franceses e os ingleses que decidiram comprar cuecas chinesas em vez de continuarem a ostentar o "Made in Portugal" nos entrefolhos do rabo.
  
Eu ainda sou do tempo em que o país tinha orgasmos colectivos sempre que o Gaspar falava em público, tudo nele era inteligência, brilho, humor do mais fino recorte, até havia um director do jornal “i” que nos editoriais apelava sucessivamente a uma ditadura salvadora do Gaspar. O ministro das Finanças era o Salazar do século XXI e, coincidência ou talvez não, até o Passos Coelho aquecia o seu dito cujo durante as viagens oficias com um livro sobre o ditador.

Se alguém espera que o Gaspar se enganou ou que está convencido disso que se vá sentando para esperar confortavelmente, se alguém pensa que ele fica muito incomodado por mais uns milhares de desempregados desiludam-se, Gaspar tem uma visão e se esta não se confirmar o erro não foi dele, foi de todos nós, de cada um dos portugueses e por isso mesmo ele deve continuar em ministro e os portugueses devem voltar a ser castigados.


  
 Seria pior com o Gaspar marceneiro
   
«Ainda fevereiro não acabou e Vítor Gaspar já confessa um erro: a recessão não vai ser a que previra, mas o dobro. E um dobro provisório (no ano passado ele teve de retocar as contas várias vezes). E depois? Porque se há de julgar uma pessoa pelos erros, insistindo em não lhe reconhecer os méritos? Gaspar faz erros de contas? Faz, mas conta-o devagar. É de uma comovedora inocência dar-nos tempo para ler-lhe nos lábios os números enganados. Reconheço que os erros dele podem fazer mal a muitas pessoas, mas temos de lhe agradecer por ter ido para ministro das Finanças, onde esses males só ganham dimensão ao fim de um, dois anos... Se Gaspar tivesse ido para marceneiro faria as portas das discotecas a abrir para dentro e, aí, os erros dele matariam centenas de pessoas numa madrugada. Reparem, também não foi para copiloto. Uma vez, no Verão de 1983, um Boeing 767, da Air Canada, reabasteceu-se em Montreal. Devia ter posto 22300 quilos de fuel, mas o copiloto mandou encher 22300 libras, menos de metade. Típico de Gaspar, se lá estivesse. A meio caminho o avião teve de planar. Será que anunciaram devagarinho aos passageiros as perspetivas em baixa (oh, quanto!) dos depósitos? Felizmente o avião pôde aterrar num parque industrial em Gimli, no Manitoba. Trago este exemplo para mostrar que os erros nem sempre são trágicos. Às vezes, até são gloriosos: Colombo enganou-se nos cálculos, supondo a Índia, descobriu a América...» [DN]
   
Autor:
 
Ferreira Fernandes.   

 Um governo 'amordaçado'
   
«Na semana passada, o ministro Miguel Relvas, pela primeira vez, em quase dois anos de governo, cumpriu com sucesso a missão que o amigo e primeiro-ministro lhe atribuiu: coordenar politicamente as acções do governo. Até aqui, o ministro- -adjunto tinha sido um desastre completo, um peso-morto encavalitado às costas de Passos Coelho. Ferido politicamente pelos muitos casos que lhe caíram em cima, desde as ameaças a uma jornalista até à falsa licenciatura, cujos ecos passaram em todas as televisões do mundo, através de cartazes, desde a Volta à França, aos Jogos Olímpicos de Londres, permanecia em estado de coma profundo. Deixou de coordenar politicamente o governo e em tudo que metia o seu cunho dava para o torto, revelando uma incompetência ilimitada: a “reforma administrativa das autarquias”, a privatização da TAP ou da RTP são meros exemplos. Até à conferência sobre o “jornalismo do futuro”, realizada no ISCTE, pela TVI, nada indicava que Miguel Relvas ressuscitasse dos mortos e cumprisse o mínimo que o governo lhe exige. Mas parece que conseguiu.
  
Foi exactamente na semana mais negra para a credibilidade deste governo que o ministro Miguel Relvas deu um ar da sua graça. Vítor Gaspar tinha anunciado, com o mesmo ar sereno e irresponsável de sempre, o fracasso total das medidas de austeridade executadas pelo governo. Disse abertamente, pela primeira vez, que tinha falhado em tudo, dando razão a todas as vozes, e foram muitas, de vários quadrantes, que o avisaram a tempo do mal que estava a fazer aos portugueses e ao país. Nunca acertou numa única previsão, sobre as quais construiu os orçamentos de Estado do ano passado e deste ano. Agora, afinal, a recessão vai ser o dobro, pelo menos, do que tinha previsto há dois meses. E o desemprego vai aumentar mais do que a sua “genial” cabeça tinha concebido. Vergado às circunstâncias, e antecipando os maus resultados da execução orçamental, concluiu que era necessário mais tempo para controlar o défice e mais tempo para pagar as dívidas. Praticamente, só ele, Vítor Gaspar e o seu protector, Passos Coelho, ainda não sabiam isso.

O reconhecimento deste gigantesco fracasso do governo, que lançou, em vão, na pobreza e no desemprego milhares e milhares de portugueses e destruiu (e continuará ainda a destruir), por muito tempo, parte importante do tecido económico, saiu do centro do debate político, passou a segundo plano, graças ao número encenado por Miguel Relvas num auditório de uma universidade.

A saída atabalhoada, sem usar da palavra, após ser interrompido por um grupo de estudantes a cantar “Grândola Vila Morena”, o que já tinha acontecido no Parlamento ao primeiro-ministro, e ao próprio, na noite anterior, no “Clube dos Pensadores”, em Gaia, cheira a plano premeditado: a uma vitimização que desviasse as atenções das declarações de Vítor Gaspar e, ao mesmo tempo, desse ao governo um pequeno alento na sua descida ao inferno. E conseguiu, com mérito, diga- -se. De muitos lados, alguns inesperados, durante os últimos dias, surgiu uma onda de solidariedade patética para com Miguel Relvas. Saiu à rua uma procissão em defesa da “liberdade de expressão” e da “democracia”, transformando quase num golpe de Estado uma pequena manobra de um ministro sem crédito de um governo desorientado. A patetice, que atingiu, de igual forma, tanto antigos ministros do PS, como insuspeitos comentadores políticos, como se o governo tivesse sido amordaçado, foi ao ponto de argumentar que o “silenciamento antidemocrático” do ministro não foi obra do povo: ali, no auditório de uma universidade, não estavam “operários da construção civil, nem casais desempregados”. Claro que não. Mas, talvez estivessem os seus filhos, principais vítimas de tudo o que está a acontecer.

Vivemos uma democracia de rédea curta, onde os cidadãos são tidos por bonecos manipuláveis – umas marionetas – sujeitos a todos os logros e enganos. Ao menor e mais pacífico protesto são acusados de pôr em causa a “liberdade de expressão” dos governantes e a “democracia” que a sociedade “bem pensante” lhes ofereceu. Os cidadãos já deviam saber, nesta altura, que a democracia não se recebe de mão beijada, conquista-se no dia-a-dia; tal como qualquer membro de um governo devia saber que o respeito dos eleitores não resulta da tomada de posse, ganha-se com a seriedade.» [i]
   
Autor:
 
Tomás Vasques.
   
  
     
 O pequeno MM descobre a sua vocação
   
«O antigo líder social-democrata é o grande reforço do painel de comentadores da estação de Carnaxide. Além de ter um espaço de opinião semanal no canal generalista, cuja dia ainda está por determinar (podendo vir a fazer concorrência a Marcelo Rebelo de Sousa ao domingo), também irá comentar na SIC Notícias sempre que requisitado, avançou esta segunda-feira Luís Marques, diretor geral da estação.» [CM]
   
Parecer:
 
Isto de ter o estatuto de contador dos segredos do poder traz vantagens financeiras, mas podemos estar descansados, não é corrupção.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se e pergunte-se à SIC se os pagamentos incluem a revelaçlão de segredos ou remuneram apenas as banalidades intelectuais de MM.»
      
 O IKEA também estava metido no "cavalo"
   
«O Ikea Portugal garantiu hoje à Lusa que já retirou do mercado o lote de almôndegas com vestígios de carne de cavalo, na sequência de testes feitos pelas autoridades checas e adiantou estar a realizar novos exames.

"A Ikea recebeu de forma muito séria os resultados dos testes desenvolvidos pelas autoridades da República Checa, que mostram indícios de vestígios de carne de cavalo num lote específico de almôndegas", refere fonte oficial do grupo sueco de mobiliário em Portugal.» [DN]
   
Parecer:
 
Do que será esta gente capaz só para ganharem uns tostões?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver se não há mais.»
   
 Cavaco já fala em pós-troikao
   
«O Presidente da República sublinhou hoje o papel que os "empresários da economia pós 'troika'" poderão desempenhar num dos "tempos mais severos" da história de Portugal, considerando que esses jovens poderão ser o motor da mudança da economia.

"Esta nova geração de empresários são os empresários da economia pós 'troika'", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, na sessão de abertura do encontro que decorre ao longo de todo o dia no Palácio de Belém com cerca de meia centenas de jovens empresários empreendedores e que tem como tema "os jovens e o futuro da economia".» [DN]
   
Parecer:
 
 O alinhamento do discurso de Cavaco com o do Gaspar é impressionante, Gaspar fala e ouve-se o eco em Belém.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 Krugman define bem o nosso Gaspar
   
«Paul Krugman não percebe a "paixão europeia" pela austeridade e considera que os defensores destas políticas estão a parecer cada vez mais "insolentes e delirantes".

"A vontade de prosseguir uma austeridade sem limites é o que define a respeitabilidade nos círculos políticos europeus. E isso seria óptimo se as políticas de austeridade estivessem efectivamente a funcionar - mas não estão", começa por referir o Nobel da Economia na sua coluna de opinião no The New York Times, analisando o caso italiano, onde Mario Monti, pró-austeridade, deverá perder as eleições, atrás do "cómico" Berlusconi e do comediante Beppe Grillo.» [DE]
   
Parecer:
 
Insolente, delirante e ..  irresponsável.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao Gaspar.»
   
 Na Gasparilândia não são necessárias auto-estradas
   
«O tráfego consolidado da Brisa registou um decréscimo de 13,7% no ano passado, em comparação com 2011.

O comunicado referente aos resultados anuais da Brisa, hoje divulgado, classifica esta redução como "significativa" e explica a quebra "a crise soberana da dívida na zona euro e as políticas de austeridade adoptadas por Portugal no âmbito do programa de ajustamento da economia portuguesas acordadas com a ‘troika'", que "conduziram a uma quebra do consumo e a um aumento do desemprego com óbvios impactos no modelo de negócio da Brisa".» [DE]
   
Parecer:
 
um dia destes o Gaspar vai sugerir o desmantelamento das auto-estradas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ecomendem-se os eucaliptos para decorar as estradas da Gasparilândia.»
   

   
   
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