A margem de sucesso deste governo é tão estreita que a sua saída passa por uma única coisa a competência. Competência na produção das leis, competência no discurso político, competência na comunicação, competência na execução das políticas, competência em tudo, até na forma como os governantes se apresentam e falam em público.
Competência na forma como se elaboram os documentos governamentais a começar por essa trave mestra da política de um governo que é o Orçamento de Estado. Um OE que não contenha erros, que não apresente dúvidas, que seja claro nos seus objectivos, que seja rigoroso nas suas projecções, que seja transparente nas conclusões e avaliações e claro nos objectivos de política económica.
Competência na comunicação evitando-se discursos de taberneiro, com políticos e governantes que respeitem a inteligência dos portugueses e não julguem que por terem chegado aos cargos governamentais se tornaram nuns génios da comunicação. Competência na forma como falam, nos temas que escolhem e sobre os quais falam, na forma como se vestem, nos trejeitos que usam quando falam.
Competência na execução porque instrumentos como OE valem muito mais pela forma mais ou menos rigorosa e competente com que são executados do que pela bondade das despesas decididas ou das despesas previstas. Competência na elaboração dos diplomas, que não contenham erros e que seja de fácil interpretação e execução, para que a sua eficácia não se perca no meio dos recursos a tribunal.
Competência na gestão do Estado, dando orientações inovadoras aos serviços em vez de transformar os seus projectos em obras de regime, competência no desenvolvimento de soluções eficazes que poupem recursos ao mesmo temo que promovem a qualidade e excelência.
Num contexto político interno complexo e com as incertezas que resultam de um quadro internacional económico, político e financeiro de grande incerteza e com muitos riscos no horizonte desde a situação económica da China ao preço do petróleo, da situação explosiva na Síria até à incerteza económica dos BRIC, não esquecendo a situação de crise interna de uma EU sem direcção e a braços com uma grave crise de refugiados, a solução passa por uma aposta na competência, a alta de recursos deve dar lugar à inteligência.
Gostaria de ver mais competência do que aquela que estou vendo. E mais não digo.