sexta-feira, fevereiro 12, 2016

Os parceiros tugas do Deutsch Bank


O Deutsch Bank tem uns parceiros muito amigos em Portugal

Mete nojo ver os nossos jornalistas e políticos de pacotilha todos excitados e à beira de um orgasmo por reproduzirem as piadolas do ministro das Finanças alemão a propósito do nervosismo dos mercados supostamente provocado pelo OE. Todos sabemos que o mal-estar nos mercados financeiros foi provocado pelas vigarices do Deutsch Bank e que o senhor alemão está usando Portugal para desviar as atenções do seu banco. Mas os nacionalistas portugueses, os rapazolas libertadores do protectorado e especializados em cronómetros da libertação, não se importam de dar uma ajuda ao alemão se isso conduzir à asfixia financeira do país, no pressuposto de que isso lhes devolve a manjedoura e o acesso a lambuzarem-se no imenso pote das gorduras do Estado.

Desta vez nem os habituais analistas convidados pelas estações de televisão atribuíram as culpas ao governo e ao OE, apesar da tentativa de dramatizar a discussão do documento no Eurogrupo como se tivesse sido convocada uma reunião de urgência ara discutir o perigo português. Nem mesmo o Observador tem consultado os mercados com a mesma avidez que o fez quando Passos Coelho arredado do poder ara se transformar no primeiro-ministro no exílio.
  
É óbvio que há alguma incerteza em relação à economia portuguesa, incerteza estimulada por analistas de agências de rating que brincam às crises financeiras, por políticos oportunistas como o ministro das Finanças alemão que fez uma intervenção execrável para desviar a atenção das misérias na anca alemã, uma desgraça que não veio só depois do escândalo da Volkswagen. Mas quando se esperava que a direita viesse em defesa do país eis que se esqueceram dos cronómetros e entraram em histeria, Passos ganhou nova alma e Paulo Portas quase revogou a sua irrevogável decisão de deixar o CDS entregue à Cristas.
  
Lamentavelmente a única personalidade que criticou o oportunismo e abuso do ministro das Finanças da Alemanha foi Manuela Ferreira Leite, tudo o resto preferiu ajudar a Alemanha e o Deutsch Banco e enterrar o seu próprio país, dando crédito e ampliando as declarações oportunistas e inaceitáveis do político alemão.
  
Mas nesta luta pelo regresso às privatizações manhosas, aos tachos e às gulodices do pote vale tudo e se for necessário até se ajuda a empurrar o país ara o abismo financeiro.