sábado, fevereiro 27, 2016

Umas no cravo e outras na ferradura



  
 Jumento do dia
    
Catarina Martins, uma rapariga cheia de piada

Não consta que Catarina Martin seja Católica para que use uma imagem religiosa para festejar as suas opiniões, se fosse católica compreender-se-ia esta abordagem. Também não consta que na Bíblia S. José seja referido como gay para que haja alguma analogia entre um dogma religioso e as ideias do BE. Também a adopção de casais gay está longe de ter sido a mais importante das decisões parlamentares na história da democracia para que pela primeira vez haja lugar a cartazes de festejo.
 
O que Catarina Martins está fazendo é alimentar a sua agenda mediática armada em Charlie, usando as decisões parlamentares aprovadas por deputados da direita e da esquerda e de acordo com as suas convicções para passar a ideia de que as boas votações parlamentares se devem a iniciativas do BE.

Catarina Martins pode fazer tudo isto e muito mais, mas confundir um partido político com um jornal satírico francês não se importando com os portugueses que se possam sentir ofendidos nas suas convicções religiosas é um erro, não admira que se tenham apressado a dizer que era apenas uma piada p+ara as redes sociais. Parece que há uma nova forma de intervir, as piadas nas redes sociais.

«agem lançada pelo Bloco de Esquerda para assinalar a aprovação da adoção por casais homossexuais é "lamentável, de mau gosto e injuriosa", disse esta sexta-feira o vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. António Marto. Em declarações à agência Ecclesia, o bispo sublinhou que a iniciativa "atinge o mais íntimo da fé dos crentes".

A polémica rebentou ao final da tarde desta quinta-feira, quando o partido revelou que está a preparar uma campanha para celebrar a aprovação da adoção por casais homossexuais. O primeiro cartaz, onde se pode ler a palavra "Igualdade" seguida da frase "Parlamento termina discriminação na lei da adoção" foi afixado no Campo Pequeno.

No entanto, a imagem que está a causar polémica foi lançada nas redes sociais e mostra a figura de Jesus Cristo acompanhada pela frase "Jesus também tinha dois pais". Para o vice-presidente da CEP, os "caminhos inconvientes" que o partido decidiu tomar "não ajudam nada ao diálogo entre crentes e não crentes, entre as pessoas civilizadas".

“Todos nós chamamos a Deus Pai, para além do pai da terra. Por isso não tem termo de comparação o que pretendem”, frisou.

Em resposta às críticas que têm surgido à polémica imagem, o Bloco de Esquerda divulgou esta sexta-feira um comunicado em que revela que esta não passa de uma piada destinada às redes sociais: "Não se trata de um cartaz, mas da forma de, nas redes sociais, com recurso ao humor, chamar a atenção para a conquista da igualdade entre todas as famílias", pode ler-se na nota.» [Expresso]

      
 A Moody's e o Orçamento
   
«Pode dizer-se que as agências de rating são como as sondagens, valem o que valem. Porém, e ao contrário das sondagens, as opiniões que expressam não são reflexo de meros estados de alma ou sentir de pulso. Têm consequências na reputação dos países e das instituições que avaliam. Foram elas que arrasaram Estados durante a crise financeira ou burlaram investidores quando atribuíam triplo AAA ao Lehman Brothers. E por isso a nota positiva dada pela Moody's ao Orçamento português aprovado na generalidade é relevante. Permite-nos, desde logo, enfrentar o mercado de dívida de forma menos tensa e, ao mesmo tempo, aspirar a que os outros polícias da notação financeira lhe sigam o exemplo. Desta vez, e ao contrário do que tantas vezes aconteceu no passado, não se fizeram juízos políticos sobre a natureza do governo em funções ou os malefícios da democracia, esse empecilho à economia e aos investidores. O que se disse, factualmente, é que é positivo que haja um Orçamento aprovado e que este, em concreto, é realista e credível, mesmo que não cumpra a meta de 2,2% estabelecida para o défice. A Moody's, tal como as outras agências, sempre alérgica a derivas ideológicas esquerdistas, não deixou de surpreender com esta avaliação, estando nós confrontados com opções políticas que merecem o apoio do Bloco e do PCP. E a razão talvez seja simples: conforme foi dito e repetido no Parlamento, este Orçamento é do PS e ponto final. Nem sequer a proposta de nacionalização de um banco ou as exigências de reestruturação da dívida portuguesa impressionaram negativamente os analistas. O que isto confirma, mais uma vez, é que a alternativa existia por mais que se dissesse o contrário e que os mercados reconhecem que Costa não é Tsipras e Centeno não é Varoufakis. Depois do aval de Bruxelas e da Moody's à política orçamental da esquerda e, por consequência, ao executivo atual, a direita portuguesa fica com cada vez menos argumentos e é bom que deixe de se comportar como governo no exílio que não aceita as regras da democracia. Quererá esta avaliação dizer que a Moody's teve um desvio de esquerda? De todo. Significa, tão-só, que António Costa ainda goza de estado de graça. Veremos até quando.» [DN]
   
Autor:

Nuno Saraiva.
      
 E o rapaz é assessor em que domínio?
   
«O Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) está há cinco anos a tentar cobrar uma dívida de 39 mil euros a um ex-assessor da Câmara de Lisboa que, em Dezembro, foi nomeado adjunto da secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa, Graça Fonseca. O adjunto governamental, Pedro da Silva Gomes, rejeita a existência de qualquer dívida, mas as tentativas feitas em tribunal para fazer valer o seu ponto de vista foram infrutíferas até agora. O IEFP, por seu lado, diz que está a “desenvolver os mecanismos necessários para a cobrança do montante em dívida”.

O contencioso tem origem num subsídio não reembolsável de 57.439 euros atribuído a Pedro Gomes, em 16 de Dezembro de 2009, a título de apoio à criação de uma empresa de instalações eléctricas (Construway) e de três postos de trabalho, incluindo o do promotor. No dia 1 desse mês, ainda antes de o IEFP ter aprovado o financiamento pedido cinco meses antes, o então desempregado de 26 anos tinha sido contratado como assessor técnico e político da Câmara de Lisboa, para trabalhar no gabinete da vereadora Graça Fonseca.

Nessa altura, o jovem avençado tinha o 10.º ano do ensino secundário incompleto e tinha no currículo, além de curtas passagem por agências imobiliárias, dois anos como funcionário do Partido Socialista, de cuja secção de Belém era coordenador. No secretariado que dirigia sentava-se Graça Fonseca. Tal como o PÚBLICO noticiou em Novembro de 2010, o salário mensal de Pedro Gomes na Câmara de Lisboa foi fixado em 3950 euros (incluindo o IVA), com um contrato de prestação de serviços válido até ao final de 2013 — que foi renovado depois da reeleição de António Costa pelo valor mensal de 4184 euros (incluindo o IVA).

O problema residia em que, ao passar a trabalhar para a câmara, o empresário deixou de estar desempregado, situação essa que constituia o fundamento do pedido da subvenção estatal. Foi por isso, e pelo facto de a empresa criada um ano antes se encontrar praticamente inactiva, que a direcção do IEFP, à época presidida pelo socialista Francisco Madelino, ordenou a realização de uma averiguação interna na sequência da notícia do PÚBLICO.

Logo em Fevereiro de 2011, após a conclusão dessa averiguação e ainda com o Governo de José Sócrates em funções, Francisco Madelino assinou a deliberação que revoga os subsídios concedidos e exige a restituição, no prazo de 60 dias, dos 39.318 euros já pagos. As justificações apresentadas pelo promotor não foram aceites pelo IEFP, tal como foram rejeitadas meses depois pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada (TAF), onde Pedro Gomes interpôs uma providência cautelar com o objectivo de suspender a eficácia da deliberação do IEFP.» [Público]
   
Parecer:

Se calhar é assessor em emprego.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»