Primeiro pediram ajuda ao Partido Popular Europeu, este fez o que pôde por eles mas não resultou, por cá o Passos anda a amargar no seu exílio de caca e em Espanha ainda não sabem o que fazer. Depois pediram ajuda aos comissários europeus, queriam que fosse exigido a Portugal um Plano B, isto é um pacote de austeridade que legitimasse a política económica de extrema-direita que impuseram ao país. Acabaram por desistir do Plano B e viraram-se para as sanções, mas as sanções deram o que tinha a dar, foi quando nasceu a esperança de uma execução orçamental desastrosa em setembro. Um desastre orçamental seria o argumento para que a DBRS mandasse o país para um segundo resgate. Mas, mais uma vez, falharam, a execução orçamental não foi a que Passos esperava e perdeu-se a esperança de uma notação de lixo por parte da DBRS.
Terminado o ciclo político iniciado com a formação do governo da geringonça, durante o qual Passos Coelho andou a promover a sua imagem de primeiro-ministro do exílio enquanto esperava o desembarque dos mercenários dos credores para lhe devolverem o poder a troco de um segundo resgate, o PSD de Passos Coelho e Marco António regressa à normalidade e aos velhos truques da guerrilha.
Como estava representando o papel de primeiro-ministro no exílio o líder do PSD não embarcou nas manifestações amarelinhas dos colégios privados, até porque cheiravam muito à Assunção Cristas. Mas agora que mudou de papel artístico, já vai fazer propostas orçamentais e pode regressar a líder guerrilheiro da oposição. Assumida a mudança de estilo, não tardaram a aparecer sinais do PSD guerrilheiro. Aqui e acolá vão nascendo manifestações espontâneas contra encerramento de serviços, contra a falta de uma funcionária da limpeza numa escola ou por qualquer outro motivo que leve os militantes do PSD a disfarçarem-se de populares espontaneamente zangados e a protestar contra os governos.
Encontramos outro sinal desta guerrilha na comunicação social e por estes dias tem a forma de apelo ao regresso de Mário Nogueira. A ideia foi lançada por Baldaia, depois o velho redator da Voz do Povo, o jornalista José Manuel Fernandes, juntou-se aos apelavam ao regresso do sindicalista, depressa veio João Miguel Tavares e, como era de esperar, Ana Sá Lopes junta-se à manifestação. Tudo jornalistas de primeira água que não receiam ser acusados de plágio, escrevendo artigos como se a ideia fosse sua.
Compreende-se o apelo a Mário Nogueira, foram as manifestações dos professores que serviram de trampolim a Passos Coelho para chegar ao poder. Nesse tempo não estavam preocupados com a NATO e muito menos com os compromissos europeus, a aliança entre a direita e a extrema-direita chique com muita gente do PCP e do BE foi evidente. O governo de Passos acabou mesmo por integrar muitos bloggers, um deles foi ministro da economia e o ativo Crato que prometia implodir o ministério da Educação recebeu autorização para o fazer.
A verdade é que a direita precisa de um qualquer Mário que os ajude e o apelo ao papel que Mário Nogueira teve no passado é o reconhecimento da inutilidade de Passos Coelho enquanto líder da oposição.