sábado, outubro 15, 2016

Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
Rui Ramos, ideólogo da extrema-direita chique

Já vi muitas formas de justificar a político do anterior governo mas tenho de confessar que a agora defendida or Rui Ramos, um dos ideólogos mais militantes da extrema-direita chique que nos governou, veio agora defender. Nunca vi este senhor preocupado com o crescimento ou o investimento durante o anterior governo, nessa ocasião as obras foram interrompidas e a recessão tinha efeitos curativos.

Agora não só está preocupado com o investimento como parece ter sentido uma paixão repentina pelos funcionários públicos, essas pobres almas recuperaram parte do que lhes foi tirado, mas devem estar infelizes porque não têm nada que fazer, devido à quebra do investimento. pelo caminho são tratados como clientelas e dependentes.

Já que não é possível decretar a escravatura não seria melhor metê-los numa câmara de gás. Há uns anos Cavaco disse que o problema estaria resolvido quando os funcionários morressem, talvez não fosse má ideia acelerar o processo.

«O governo devolve salários ao funcionalismo, mas tira-lhe, ao mesmo tempo, os meios para desempenhar o seu papel. Não poderia haver melhor sinal de que o Estado social só interessa ao governo e à maioria como uma bolsa de clientelas e de dependentes, e não como prestador ou garante de serviços à sociedade. Em Portugal, começamos a deixar de ter um Estado social para passar a ter um Estado fundamentalmente político-eleitoral: a prioridade é acomodar clientes; os benefícios para o resto da população são incidentais. Este vai ser o orçamento desse Estado. Pede-lhes o presidente que não pensem em eleições. Mas em que mais poderiam eles pensar?» [Observador]


 Onde estavam eles

É incrível a quantidade de gente que aparece nas televisões preocupados com o aumento dos impostos sobre o património, preocupa-os os investidores estrangeiros, os pobres que têm uma casa de férias, os desgraçados com milhões no imobiliário que nada rendem.

Acho normal ver fiscalistas defendendo os ricos, afinal de contas são os ricos os seus clientes. Mas onde estavam estas boas almas quando se aumentou o IVA na electricidade ou quando os produtos alimentares sofrerem um igual aumento do IVA? Nessa altura não vi a verter tanta lágrima em directo.