domingo, abril 23, 2017

Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
Passos Coelho, além-troikista

O homem que foi mais longe do que a troika, que dizia que adoptava um programa duro de austeridade não porque lho exigissem mas porque defendia ser o melhor, que humilhou os portugueses sugerindo que eram uns gandulos comparados com os alemães, que ofendeu os seus concidadãos apelidando-os de piegas, que só abriu os cordões à bolsa contra a sua vontade e por imposição do Tribunal Constitucional tem muita lata.

Depois de criticar o governo por ter reduzido os cortes nos vencimentos e nas pensões, vem agora queixar-se de que há austeridade escondida. Passos Coelho continua a ter uma péssima opinião da inteligência dos portugueses, logo ele que nunca se evidenciou pelo seu brilhantismo intelettual. Pela forma como fala está pensando que alguém vê nele um defensor do fim da austeridade que só a adoptou por ter sido obrigado.

Depois de tantas estratégias falhadas, Passos ensaia mais uma versão numa tentativa desesperada de sobreviver nas eleições autárquicas, procurando evitar a decadência contínua evidenciada em todas as sondagens. Adopta esta nova versão quando até Miguel Relvas já depositou uma coroa de flores no seu caixão.

«O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, considerou esta sexta-feira que a alternativa que o atual governo reivindica é falsa, invocando que "ainda há muita austeridade disfarçada", mesmo sem "a pressão da troika e dos mercados".

Num artigo publicado na newsletter do PSD, intitulado "A Falsa Alternativa", Passos Coelho retoma os argumentos utilizados nos últimos debates no parlamento, mas recorda que a austeridade se mantém e sublinha que, se o PSD continuasse no executivo, o crescimento seria mais elevado.

"Se a estratégia defendida pelo Governo anterior tivesse prosseguido, a recuperação económica e do emprego seria sensivelmente mais forte, porque mais forte seria também a recuperação do investimento", argumenta.

O líder social-democrata alega que "a austeridade pode hoje ter uma feição diferente", mas "ainda há muita austeridade disfarçada", porque o país já não tem "a pressão da troika e dos mercados" de há uns anos.» [Expresso]