A fasciite necrosante ou fasciite necrótica é conhecida como a "batéria comedora de carne", trata-se de uma infecção das camadas mais fundas da pele e tecidos subcutâneos e espalha-se facilmente pelo plano fascial dentro do tecido subscutâneo (fonte: Wikipedia)
A política económica do Vítor Gaspar está para a economia portuguesa como a fasciite necrosante está para um corpo infectado, está comendo infectando e "devorando" tecido económico que era saudável e espalha-se perigosamente a cada vez mais sectores da economia. Aquilo que era a primeira mega experiência económica de reformatação de todo um país sem olhar a custos sociais, juntando ao ajustamento financeiro a destruição de sectores inteiros da economia considerados nocivos, está transformando-se numa infecção descontrolada.
O corte da despesa pública através da proletarização forçada da função pública e do despedimento de milhares de trabalhadores em nome de uma falsa equidade e aproximação ao sector privado não passa de um transplante de riqueza destinada a compensar a destruição do tecido económico. É como se na sequência de uma infecção com fasciite necrosante se tivesse de recorrer enxertos para corrigir as perdas de tecido. Não admira que ainda esteja por se iniciar o despedimento de milhares de funcionários públicos e o governo já esteja a dar indicações de que vai promover uma redução acentuada do IRC, isto é, quem vai pagar a distribuição de dividendos vão ser os trabalhadores do Estado.
Compreende-se que Passos Coelho acalme os portugueses que ele considera como gente de primeira dizendo que não fiquem intranquilos porque o pacote que aí vem não é austeridade, diz ele que é corte da despesa e dirige-se apenas ao Estado. Com este discurso os funcionários públicos até deveriam ir a Fátima agradecer à virgem, estão cheios de sorte pois com esta linguagem até lhes poderia suceder pior, ainda algum ministro mais afoito se poderia lembrar de construir um campo de concentração ali para os lados do Alentejo e promover a solução final da despesa pública. Não seria nada de novo, quando o governo começou a sugerir aos jovens que emigrassem para zonas de conforto o euro deputado Paulo Rangel apressou-se a sugerir a criação de uma agência nacional de promoção da emigração: Agora ainda alguém se anima e sugere uma agência nacional para a extinção de funcionários públicos.
O problema é que os mais de quatro mil milhões ma dão para cobrir a incompetência orçamental do Gaspar n estes dois anos, isto no pressuposto de a Nossa Senhora de Fátima cuidas das contas públicas já a partir do que falta deste mês de Maio. Isto é, em 2014 o país vai precisar de uma nova refundação do Estado, a que se sucederá a refundação de 2015, enquanto o Gaspar for primeiro-ministro e Cavaco Silva o marido da dona Maria terão de ser despedidos funcionários públicos ao ritmo de 50.000 por ano. Um dia destes nem via haver faroleiro nas Berlengas.
A verdade é que pior do que a espiral recessiva é a deterioração das empresas. Para haver recessão bastaria as empresas e os consumidores "encolherem-se", as primeiras não investindo e os segundos reduzindo o consumo. Mas a situação é bem mais grave, as empresas estão indo à falência, os consumidores estão sem dinheiro, os quadros qualificados estão abandonando o país proporcionando às economias ricas a riqueza que resulta de ter quadros altamente qualificados sem ter sido necessário investir na sua qualificação.
O país não está sendo sujeito apenas a um ajustamento, está apodrecendo, está destruindo as suas empresas, está tirando a esperança aos seus cidadãos, está expulsando os mais qualificados, está assustando os investidores estrangeiros. A política económica defendida por Vítor Gaspar e que o ministro mais personalidades menores da troika decidiram experimentar em Portugal actua no nosso tecido económico como a bactéria fasciite necrosante.