sábado, maio 04, 2013

Momento intestinal na política económica

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Qualquer estudante mediano de economia, até um que andasse a tirar o curso à base de equivalências na Universidade Lusófona, conseguiria apresentar o último plano de austeridade que alguns portugueses tiveram a pachorra de ouvir da boca de Passos Coelho. E nem sequer seria necessário grande esforço, tal é o nível intelectua do famoso programa de cortes. Num qualquer momento de dificuldades intestinais, pegando num bloco e numa Bic qualquer estudante menos promissor conseguia alinhavar a maioria das medidas apresentadas por Passos Coelho.
 
Se aquilo é uma redefinição das funções do Estado sugerida pelo Gaspar, a refundação do Estado assumida por Passos Coelho ou a reestruturação do Estado conduzida pelo Paulo Portas é caso para dizer que vou ali e já volto. São medidas soltas, rvelam incompetência, não têm qualquer coerência, estão mal avaliadas e ninguém pensou nas suas consequências. É deprimente ver um Estado da União europeia ser governado desta forma, como se fosse a tasca da coxa.
 
Se eu fosse o tal melhor aluno da turma sentiria vergonha por apresentar um programa destes e se nos tempos de estudante o tivesse apresentado à minha professora de política económica o mais provável é que ela me tivesse sugerido que me tinha enganado na profissão propondo-me a de calceteiro. Mesmo assim acho que Lisboa tem dezenas de calçadas com mais valor acrescentado intelectual do que o que o Gaspar trouxe à política portuguesa, aliás, algumas da assinaturas dos calceteiros de Lisboa, como a da imagem, têm mais valor e merecem mais ser preservadas do que a de um ministro que dentro de algum tempo só será lembrado para obrigar as crianças a comerem a sopa. Não admira, os nossos calceteiros não foram a Harvard copiar estudos duvidosos para os depois assinar por baixo pensando que se estava fazendo uma grande obra.
 
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Um ministro que em vez de investir no aumento da produtividade aposta em aumentos de horários ainda está no tempo da pedra lascada e não pode ser levado a sério, não passa de uma personagem dos Flintstones. O mesmo se pode dizer do aumento da idade de reforma, para o Flintstone das Finanças uma administração onde dentro de meia dúzia de anos a maioria dos funcionários está acima dos 60 anos será a administração de que o país precisa.
 
No esforço desesperado de despedirem funcionários pela calada esta gente faz tudo para tornar dispensáveis todos os funcionários que trabalham com contratos. Por outro lado, tentam prolongar ao máximo o tempo de trabalho de alguns grupos profissionais em que escasseiam os jovens com formação, como é o caso dos médicos. Dentro de seis anos o Estado será um imenso Palácio de Belém, cheio de velhos, porque, entretanto, o Gaspar despediu os jovens. Esta estratégia terá duas consequências nefastas, uma nova espiral de desemprego e um aumento da percentagem dos jovens desempregados pois os professores e outros profissionais que vão ser despedidos em massa pela calada são precisamente os funcionários mais jovens.
 
Este é um programaque mais parece ter sido produzido pelo intestino do que pelo cérebro o que não admira ninguém, em muitos dos nossos ministros não se sente grande diferença entre quando pensam com o intestino ou defecam com o cérebro.