Senhor Costa, ricaço do BdP
Alguém devia explicar que não consta das atribuições do governador do Banco de Portugal dizer aos governos o que devem fazer, como devem governar ou como se devem comportar. A não ser que se tenha uma interpretação muito extensiva das suas competências se pode entender que a forma como o país gere os fundos comunitários se enquadre no papel do Banco de Portugal no controlo da inflação.
É verdade que os governos costumam apreciar as opiniões dos governadores, aliás, ao longo dos anos os governos têm feito negócio com os governadores do Banco de Portugal, estes apoiam as medidas mais duras dos governos e em contrapartida podem gerir o Banco de Portugal e criar mordomias sem qualquer interferência do governo ou mesmo do país.
Só que este governador, por sinal um dos menos habilitados para o cargo, se tem excedido na suas intervenções e um dia destes ainda diz ao Presidente da República para adiar as eleições legislativas pois quem escolhe o próximo governo e decide como vai governar é ele. EM nenhum país da Europa o governador do banco central assume o protagonismo na comunicação social de uma diva do jet set, em nenhum país europeu o governador do banco central opina tanto sobre as políticas governamentais, em nenhum país do mundo as mordomias dos governadores do BdP estão tão longe da realidade económica dos países.
Alguém tem de meter este governador no seu devido lugar pois com as suas intervenções isto já começa a parecer uma república das bananas.
«O governador do regulador do sistema bancário defendeu ontem que a aplicação de fundos comunitários deve ter uma garantia de retorno e que se deve colocar um fim à subsidiodependência das “ajudas a fundo pedido”.
Durante a conferência ’25 anos de Portugal europeu’, Carlos Costa defendeu a necessidade de direccionar o investimento para os bens e serviços transaccionáveis para que o País consiga vingar no plano europeu.
Favorável ao aumento do rigor na gestão e à diminuição de investimento público, o governador do Banco de Portugal Carlos Costa alegou que “estamos sobredimensionados do ponto de vista de infra-estruturas” e que é necessário contornar a situação e obter um “retorno social e económico”.» [Notícias ao Minuto]