OS
estarolas deste governo aproveitaram-se da situação financeira, da fragilidade
da oposição e da fraqueza da Presidência da República para reformatarem o país
segundo a ideologia de uns rapazolas que eram candidatos a neo-fascistas dos
shots das discotecas e democratas de dia a que se juntou o “enviado” do Durão
Barroso que tinha acabado de ler uns artigos meio aldrabados em Harvard.
Esta
gente viu na situação de excepção financeira a oportunidade de criar uma situação
de excepção democrática, tudo fizeram para sujeitar o país a uma troika no topo
da qual está um político ambicioso com quem se poderia negociar mais um mandato
em Bruxelas a troco do apoio ao golpe de estado em Portugal. Desde então o país
tem assistido a ataques cada vez vais frequentes à instituições democráticas, À
Constituição e a todos os pilares da vida em democracia.
Umas
vezes os estudos são do FMI, outras dizem que é o Portas que vai fazer o guião,
umas vezes é o Coelho que escreve as cartas à troika, outras as medidas da
troika são obrigatórias porque a carta foi ditada pelo Salassié. Não se sabe o
que decide o país e o que manda a troika, não se percebe se a troika são uns
cabos da tropa que cá puseram ou se ainda respeitam as instituições
democráticas, já ninguém sabe se o vencimento do Gaspar é pago a título de
remuneração ou de comissões por pagamentos de serviços de consultoria vendidos
pela troika.
Esta
gente decidiu reformatar o país sem consultar o povo, sem respeitar a
Constituição, ofendendo os tribunais, gozando com os partidos da oposição e
desprezando as instituições da sociedade civil, são tão maus e porquinhos que
até os que entre eles ousam questionar as medidas que adoptam são humilhados na
praça pública, Álvaro Santos Pereira e Paulo Portas já quase têm o direito ao
estatuto de santos martirizados, se fossem muçulmanos já não teriam mãos a
medir com tanta viagem à sua espera no paraíso.
Esta
gente não hesita em atirar ricos contra pobres acusando os segundos de podridão
da sociedade, jovens contra velhos porque estes são os gandulos, trabalhadores
do privado contra os do público que são acusados de serem parasitas. Numa um
apolítica num país democrático europeu obedeceu tanto ao guião da propaganda do
regime nazi, nunca depois do nazismo se viu grupos profissionais ou etários
serem acusados de forma colectiva como os responsáveis pelos males de um país.
A paciência
da democracia está a ser levada aos limites pela chantagem com que é usada a
troika, aparentemente uma estratégia autorizada por um líder da Comissão ambicioso
e sem escrúpulos. Acham que usando o Salassie para assustar os portugueses
podem adoptar as medidas mais brutais e que o povo as aceitará porque o próximo
pacote brutal de austeridade apenas é dirigido contra os sacana do Estado.
Estes
estarolas ainda não perceberam que há limites para a paciência da democracia ou
para ter paciência em democracia. De dia para dia o número de desempregados sem
qualquer apoio aumenta, são cada vez mais as empresas à beira da falência, os
pais sem dinheiro para alimentar os filhos, os trabalhadores com medo do
futuro. O primeiro a reforçar a sua segurança foi o Gaspar, fê-lo nos primeiros
dias do governo, mas agora já se diz que especialistas da Mossad asseguram a
protecção de Ricardo Salgado. Os sinais de que os limites da paciência da
democracia e da paciência em democracia são cada vez mais evidentes. O país está
cada vez mais à beira do colapso.