


Flor de oliveira, Quinta das Conchas, Lisboa


Ponte ferroviária, Vouzela [J. de Sousa]



Falou-se do despedimento de assistentes técnicos e o que faz a Presidência da República aos seus para que fiquem a salvo da austeridade? Promove-os a outra categoria.
Quem disse que Cavaco era o pai do monstro sabia muito bem o que estava dizendo.

O que é que os administradores festejaram com garrafas de champanhe, a saída do secretário de Estado da Energia ou a sua manutenção como ministro da Economia?


Os portugueses de primeira recebem uma indemnização de 1,7 vencimentos por cada ano de trabalho, sem que a indemnização tenha qualquer limite e em cima disto o Estado decide conceder o subsídio de desemprego:

Os portugueses de segunda, os filhos da outra, são funcionários públicos, serão pressionados sob chantagem para aceitarem um despedimento a que pomposamente chamam requalificação e se não aceitarem vão acabar por ficar com vencimento zero, não tendo direito a qualquer subsídio de desemprego.
Para o governo português os funcionários do BCP são gente de bem e os funcionários públcios não passa de gente que está a mais no país.


«Graves e concentrados comentadores do óbvio precipitaram-se, entusiasmadíssimos, no discurso proferido pelo dr. Paulo Portas, domingo, acentuando o carácter "contundente" (disse um) do texto e a "notória divergência" (acentuou outro) com afirmações do dr. Passos Coelho, proferidas na sexta-feira anterior. A confusão, o despautério e o vazio de ideias grassam, infrenes, na Imprensa e nas televisões. Nem um anotador do facto revelou que o dr. Portas ocupara meia hora das televisões e do nosso pasmo para dizer rigorosamente nada. Melhor: para reafirmar a sua fé e a sua esperança, por igual intactas, no primeiro-ministro e nas suas sábias decisões. A fim de salvar as aparências, anunciou que defendera, com denodo e compaixão, os pobres pensionistas, aos quais, mercê dessa sua obstinação cristã, já não seria extorquida nem um cêntimo da reforma. E que, por sua intervenção, a idade limite para o trabalho não seria fixada em 67 anos, mas sim 65 e meio.
A encenação, organizada logo a seguir à fatal sexta-feira, com atabales e tubas, atingia o clímax. Até ontem, a algazarra não parou, atribuindo às declarações do dr. Portas uma distintiva aura de coragem e de espírito cristão-democrata. Quanto ao discurso, que ele leu, circunspecto e apoiado em gesticulação adequada, é um monumento de hipocrisia, com as preposições no lugar certo e a retórica que desconhece a ética e oculta um significante vazio. O engenho dele para o excesso, divertido, mas apenas convincente para otários e simpatizantes de jornalismo, é bem superior ao de Passos, desprovido de qualquer resquício de talento, tanto nesta como em outras matérias.
Portas percebe muito bem que o Governo está nas vascas da agonia. Mas não quer, por investimento político, dar-lhe o abanão final; como não deseja parecer o espeque que sustenta o edifício em ruínas. Diz umas coisas que agradam a tolos e confundem qualquer princípio de explicação racional das coisas. Espera, espera, com a certeza de que o tempo causará o que ele, agora, recusa praticar. Sempre soube regular as paixões e os interesses, combinando ambos com uma intuição que não admite regras, e que o torna no grande sobrevivente da política portuguesa.
Recorde-se a traquinada ao Marcelo Rebelo de Sousa, ou a urdidura que o fez trepar a presidente do CDS-PP, armadilhando o desventurado Manuel Monteiro, sua criação pessoal. Portas e Marcelo equivalem-se, na negligência moral e no tripúdio das mais elementares normas sociais de convivência. Como é um manipulador quase imparável e um sedutor sempre insatisfeito, os malabarismos deste género de política regalam-no e empolgam os que de ele se aproximam. Porém, compreende que o seu tempo está a chegar ao fim. Esta ambiguidade de carácter faz parte das suas autodefesas.» [DN]
Baptista-Bastos.


«A contribuição especial para pensionistas vai cair antes mesmo de ser aplicada. No domingo Paulo Portas disse que não a deixaria passar, ontem o primeiro-ministro admitiu deixá-la cair – desde que seja substituída. Mas os centristas recusam apresentar alternativas: para o CDS a proposta do governo à troika “já tem essa solução” uma vez que “tem medidas a mais” face ao valor dos cortes que são exigidos, defende João Almeida. Já o PSD devolve a solução para a reforma do Estado a cargo... de Paulo Portas. Confuso? O braço de ferro resolve-se nos próximos dias, durante a visita extra da troika para ficar fechada a sétima avaliação ao programa.
Tudo começou quando Paulo Portas disse, no último domingo, que não deixaria passar a contribuição especial a aplicar sobre pensionistas (que vale 436 milhões de euros em 2014 e igual valor em 2015, de acordo com a carta do primeiro-ministro à troika). Ontem de manhã, o primeiro-ministro terá admitido deixar cair a polémica taxa, num encontro com a UGT, desde que esta fosse substituída. Mas o CDS não conta com a possibilidade de ter de apresentar propostas extra. João Almeida, porta-voz do partido, disse ontem que para o CDS “é positivo” que se estejam a “construir condições para que essa medida não vá para a frente”. E que não é necessário encontrar uma solução que valha o mesmo, uma vez que o pacote total de medidas tem uma folga de cerca de 800 milhões de euros que permite deixar cair a proposta. “Como é público, a carta que foi enviada pelo senhor primeiro-ministro à troika já tem essa solução, tem medidas a mais do que aquilo que é o limite”, disse João Almeida. Ao i, fonte centrista acrescenta que o buraco que apresentará no bolo total (cerca de 72 milhões de euros) pode ser compensado com mais poupanças nos consumos intermédios.» [i]
Parecer:
Uma oportunidade para o Maduro repetir a palavra até à exaustão.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Passos e a Portas o que é feito da tal coordenação da coligação que foi decidia aquando do arrufo de namorados a propósito da aprovação do OE para 2013.»

«O Tribunal de Oeiras iniciou hoje as alegações finais do processo Taguspark, no qual se acusa o gestor Rui Pedro Soares do uso do polo tecnológico para pagar contrapartidas a Luís Figo, pelo apoio à campanha de José Sócrates.
Durante as alegações finais, o procurador Luís Eloy justificou que, ao longo do julgamento, não ficou provado o envolvimento dos três arguidos num plano estratégico que visava utilizar o polo tecnológico de Oeiras para pagar contrapartidas a Luís Figo, pelo apoio à campanha de José Sócrates, então líder do Partido Socialista, nas legislativas de 2009.
No processo Taguspark estão em causa, segundo a acusação, alegadas contrapartidas que o polo tecnológico terá dado, por intermédio do ex-administrador Rui Pedro Soares, ao ex-futebolista Luís Figo, para este apoiar a campanha de José Sócrates, então primeiro-ministro e secretário-geral do Partido Socialista, nas eleições legislativas de setembro de 2009.
Rui Pedro Soares, ex-administrador não executivo do polo tecnológico de Oeiras, Américo Tomatti, à data dos factos presidente da comissão executiva do Taguspark, e João Carlos Silva, antigo administrador do polo e ex-presidente da RTP, foram acusados de corrupção passiva para ato ilícito.
O caso começou a ser julgado em fevereiro deste ano e, entre as testemunhas arroladas, estiveram os ex-futebolistas Luís Figo, Rui Costa e Sá Pinto, o treinador José Mourinho, os administradores da PT Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, o atual diretor do Diário Económico, António Costa, e o advogado Paulo Penedos, arguido do processo Face Oculta.» [DN]
Parecer:
A relação entre o Ministério Público ou a parte mais activa do sindicalismo financiado por banqueiros duvidosos é uma vergonha para a justiça portuguesa.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao Palma. um conhecido latifundiário do PSD.»

«O Tribunal de Braga absolveu hoje um cantor popular que foi processado por uma vizinha, de nome Alzira, por difamação e injúrias com a letra de um tema sobre "o grilo da Zirinha".» [DN]





