sexta-feira, maio 24, 2013

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 
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Flor do Parque Florestal de Monsanto, Lisboa

 What a Wonderful World | Playing For Change


 Dúvidas

Até onde poderá ir alguém que redige um comunicado de um órgão como o Conselho de Estado faltando ou omitindo a verdade? Se não podemos confiar num simples comunicado redigido pelo "p"residente da República como poderemos confiar nele seja para o que for? Cavaco convocou o Conselho de Estado para ouvir conselhos ou para discutir questões da treta e depois divulgar um comunicado da treta? Cavaco Silva já decidiu convidar a Nossa Senhora de Fátima ou ainda não sabe quem deve sair oara dar lugar à santinha, se o bruxo do Marques Mendes ou o mentiroso gastronómico do Marcelo?
 
 Coincidências
 
Desde que o Sócrates apareceu o Cavaco nunca mais disse coisa com coisa e uma boa parte do governo parece ter entrado na clandestinidade, Passos Coelho não se deixa ver e quem quiser ouvir o Gaspar terá de ir a Bona.
 

  
 A ratoeira alemã
   
«Há uma palavra e duas frases que prometi nunca escrever. Mas aqui vão elas. A palavra é desaguisado. As frases são: "mosquitos por cordas" e "a montanha pariu um rato". Não encontro outra maneira para descrever o que está a acontecer entre a Comissão Europeia e a Alemanha. Estamos perante um desaguisado que está a provocar mosquitos por cordas (parece que significa tensão) e acabará por parir um rato - dar em nada.

Não sei a origem destas frases e da magnífica palavra, o que sei é que quando estamos a 50 mil pessoas de chegar ao milhão de desempregados oficiais, quando as falências se amontoam e o Estado vacila mas não cede; ou seja, enquanto nada de estrutural mudou, apenas se instalou o medo e a desorientação como método de gestão no sector público, enquanto pelo caminho se rebentou com o sector privado, enquanto prosseguia esta corrida para o fundo... Merkel e Durão exibem uma falta de solidez que não me espanta, mas desilude e desespera.

Quer dizer, depois de termos engolido tudo, depois de termos sido acusados de todas as patifarias e desperdícios, agora que estamos de joelhos, com a dívida pública nas nuvens, agora que falta um ano para o fim do resgate... os pretensos salvadores zangam-se e reconhecem: este modelo não funciona e está carregado de erros. Como?! Certo, penso eu. Devem ser erros extraordinários, coisas difíceis de antecipar.

Vejamos. Os três erros no programa de assistência apontados pela Alemanha à Comissão Europeia são tão evidentes que até envergonha. Cito o Público de segunda-feira. 1) "Os dois países [Portugal e a Grécia] não podem desvalorizar a moeda por estarem numa união monetária." Ena pá! Aqui está um detalhe novo; 2) "Os programas não integram a recessão económica do resto da zona euro que os impede de sair da crise pela via das exportações." A sério? Ninguém tinha avisado. 3) "O programa ignora a quebra de investimento resultante da situação catastrófica de muitos bancos." Por toutatis: realmente nem um só economista ou chofer de praça tinha chamado a atenção para esta pescadinha de rabo na boca. Dois anos de loucura e a Alemanha renega tudo o que nos impôs.

Concluo: as contas públicas descontroladas, os empresários pendurados no Estado, os empregados encostados à própria impreparação, os funcionários públicos protegidos e desvalorizados por uma redoma legal que mantém o resto do País refém - além de anos de crédito barato - tudo isso nos conduziu a um cruel experimentalismo económico e social. O problema não estava no diagnóstico. Estava na dificuldade em acertar na receita com o menor custo possível, embora a fatura fosse sempre tornar-se pesada. Mas não foi pesada: foi destruidora, foi uma bomba. E agora a Alemanha lava as mãos à segunda-feira, embora à quarta (ontem) diga que afinal somos belíssimos. A montanha não pariu um rato; a Alemanha é que pariu uma ratoeira.» [DN]
   
Autor:
 
André Macedo.

 Danke schön, Herr Wolfgang Schäuble
   
«Em Berlim, Gaspar é recebido com as honras de embaixador alemão competente

Não há derrapagens orçamentais em Portugal e já foram vistos extraterrestres no Entroncamento. O resultado público do recolhimento de Vítor Gaspar em Berlim, no regaço do ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, é mais ou menos idêntico ao do recente Conselho de Estado: a realidade não aparece no comunicado final.

Gaspar foi a Berlim receber o que lhe é impossível obter em Lisboa: mimo e apoio. Isso já não lhe dão os seus pares – dos ministros do PSD aos do CDS, já para não falar no deputado candidato a Gaia e anti-magrebinos, Carlos Abreu Amorim. O nosso desastre colectivo é que Vítor Gaspar será um excelente embaixador alemão em Lisboa – e quando vai à capital do império, Berlim, é recebido com honras de dignitário competente para as funções em que foi investido –, mas não é um ministro português das Finanças. Entre o alemão e o português, o ministro ficou “lost in translation” – perdido na tentativa de tradução de duas línguas mutuamente intraduzíveis.

A declaração de Wolfgang Schäuble segundo a qual em Portugal “não existem derrapagens orçamentais” e que Portugal é um caso de sucesso “no ajustamento a que está a proceder” revela uma ideologia assassina que está a ser responsável pelo processo de implosão da Europa e cujos estilhaços já começam a chegar à Alemanha, sujeita neste momento a uma estagnação económica. Já ninguém tem dinheiro para comprar Volkswagens no Sul – embora o “Jornal de Negócios” tenha revelado ontem que as vendas de BMW continuam pujantes, a provar que Portugal continua a ser uma das sociedades mais desiguais da Europa. Talvez tenha sido a notícia da estagnação alemã a forçar Berlim a vir agora culpar a Comissão Europeia pela insanidade dos programas de ajustamento. Mas se há insanidade de todos os lados – Comissão Europeia, Berlim, FMI –, Vítor Gaspar faz parte da conspiração dos insanos. O problema de Gaspar é que não é um ministro das Finanças em confronto com uma tríade de assassinos económicos. Ele próprio, criado no espírito de Frankfurt, é um assassino económico. E, por isso, não é de estranhar que, ao mesmo tempo que elogia o “bom amigo” Schäuble pelos bons ofícios prestados à desagregação social do país, elogie também os técnicos quadrados da Comissão Europeia, intoxicados em folhas excel: Gaspar acha “injustas” as críticas à Comissão Barroso que “se têm focado nos indicadores estruturais”. Se fosse Ferreira Leite, ao menos gritava.» [i]
   
Autor:
 
Ana Sá Lopes.
   
     
 Despedir 30 por portaria
   
«O plano de rescisão com 30 mil funcionários públicos vai ser aprovado pelo Governo, sem precisar de ser votado no Parlamento e de passar no crivo de Cavaco Silva. Isto porque, o programa de rescisões vai ser concretizado numa portaria, um acto administrativo do Executivo sobre o qual apenas o Conselho de Ministros tem uma palavra a dizer.

A intenção de aprovar o programa de rescisões por mútuo acordo no Estado através de uma portaria está prevista na calendarização enviada pelo secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, aos sindicatos no início da ronda negocial para discutir matérias de Função Pública. E decorre do que está previsto na lei nº 66/2012, de 31 de Dezembro, que quando regulamentou a possibilidade de o Estado rescindir com os trabalhadores determinou que "os membros do Governo responsáveis pelas áreas das Finanças e da Administração Pública e pela tutela podem, por portaria, regulamentar programas sectoriais de redução de efectivos por recurso à celebração de acordo de cessação de contrato".» [DE]
   
Parecer:
 
Deve ser assim na Fomentivest ou na Tecnoforma.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «»
      
 Acabou o consenso político
   
«O antigo Presidente da República Jorge Sampaio, conselheiro de Estado, afirmou esta quinta-feira que em Portugal a "situação está económica, financeira e politicamente bloqueada" e que o consenso "agora está esgotado".
  
Em entrevista à Antena 1, Jorge Sampaio sublinhou que há poucas saídas para esta situação de bloqueio, mas compreende não ser fácil para o Presidente da República, Cavaco Silva, dissolver o Parlamento.» [CM]
   
Parecer:
 
Mas temos o Gaspar!
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Prepare-se o país para o pior.»
   
 Não há derrapagem, disse o boche coxo
   
«O défice da administração central e da Segurança Social ascendeu a 2.548 milhões de euros nos primeiros quatro meses de 2013.  A execução orçamental divulgada hoje pela Direcção-Geral do Orçamento (DGO) revela um aumento de 1.148 milhões de euros só em Abril, mais 600 milhões que o verificado nos primeiros quatro meses de 2012.

De acordo com o mesmo documento, o valor do défice que conta para os critérios estabelecidos pela 'troika' ter-se-á situado em 2.407 milhões de euros até Abril, um valor que, tal como já tinha avançado esta tarde o ministro das Finanças, estará 300 milhões abaixo do previsto.

Comparando com o valor apurado segundos os mesmos critérios (os da 'troika') para o final de Março, o défice deu um salto superior a mil milhões de euros em apenas um mês.» [DE]
   
Parecer:
 
Pois, nada que o Gaspar não resolva depenando os funcionários públicos, transformando-os em escravos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se pela desgraça.»
   
 O governo não contraia a troika por vergonha
   
«O deputado do CDS-PP João Almeida considerou hoje que o Governo "não deve ter vergonha de contrariar a ´troika'", defendendo mais força política nas negociações com os responsáveis das instituições internacionais.

"O Governo não tem que ter vergonha de contrariar a ´troika', o Governo tem que ter orgulho de defender os portugueses", afirmou o porta-voz do CDS-PP, numa declaração política no plenário da Assembleia da República.» [i]
   
Parecer:
 
Eu pensava que era por medo ao representante local do boche coxo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
   

   
   
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