Helder Rosalino, secretário de Estado
Animado com a graxa do entrevistador, homem que considera os funcionários públicos como desnecessários e culpados de todos os males do país, o secretário de Estado da Administração Pública sentiu-se estimulado e foi em frente, divulgando alguns dos planos secretos do seu ministro.
Agora espera-se que o Rosalino explique porque o motivo ele e os seus colegas do BdP, incluindo o próprio ministro, estão dispensados de todas as medidas de austeridade aplicadas ao Estado e aos funcionários do Estado. Não deve ser por causa da famosa independência, em Bruxelas a diferença de estatuto não existe e o seu governo não excluíram os juízes, bem mais independentes do governo do que a secretária do governador do BdP.
«Todos os pensionistas da Caixa Geral de Aposentações verão as suas reformas cortadas em 10% caso o Governo aplique retroativamente uma nova fórmula de cálculo, que fará convergir integralmente as regras da Caixa Geral de Aposentações (CGA) com as da Segurança Social.
Este é o corte médio estimado pela imprensa económica, esta manhã, depois do secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, ter reconhecido em entrevista à SIC Notícias, ontem à noite, que não seria possível poupar já no próximo ano 740 milhões de euros se não for revisto "todo o sistema de cálculo das pensões, incluindo com retroatividade".
Em declarações à Lusa, a coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Função Pública (estrutura afeta à CGTP) questionou a constitucionalidade da medida.
"Quando é que passa pela cabeça de alguém que pensões que foram atribuídas de acordo com a lei em vigor, com os pressupostos existentes quando a pessoa foi contratada, sejam alteradas agora, só porque o Governo pretende sacar mais aos trabalhadores", questionou Ana Avoila.» [Expresso]