Em autarquias como Vila Real de Santo António a CML, para além de ser o maior empregador e investidor, tem um peso determinante em muitos domínios da sociedade que importam ao desenvolvimento económico. É evidente que nem tudo depende da autarquia, não podemos esquecer a influência do governo da República e a iniciativa das empresas. Mas se a autarquia ignora o seu impacto na economia não poderemos esperar que sejam as empresas a fazer o que o autarca não quer ou que o governo se substitua aos autarcas na vontade de promover o progresso.
Não se pode exigir que um autarca seja um mini ministro da economia, mas num concelho onde o presidente da CM andou nove anos numa pantominice em que saltitava entre os papeis de minis ministro dos assuntos sociais, mini ministro dos negócios estrangeiros e mini ministro da saúde, faz sentido questionar porque nada ligou á economia.
O nosso Maduro algarvio não prestou atenção á economia e deixou que o concelho entrasse em decadência porque adotou outro modelo mais eficaz na perspetiva da sua manutenção do poder e isso permitiu que em dez anos o autarca se deixasse de ser um desconhecido para ser uma espécie de Tony Silva de Vila Real.
Em vez de apostar na economia investiu no espetáculo e nas discotecas de gente finória, ainda que tesos que nem um carapau. Investiu em operações oftalmológicas em Cuba, em carnavais com o castelo branco e outras iniciativas “culturais”, pouco se importando com a decadência económica. Aposta-se na miséria e depois faz-se caridade pública para conseguir os votos dessa miséria agradecida.
Passados dez anos do Luís Gomes e da sua São o concelho está depauperado, sem iniciativas empresariais e transformado num imenso parque de estacionamento pago para tentar iludir a gigantesca dívida que é deixada. Entretanto, deixa-se a São a tirar fotografias a olhar para as dez para as cinco, enquanto se concorre a Castro Marim, talvez porque depois de ser DJ dos Folques tenha descoberto o seu amor ao concelho vizinho.