quinta-feira, setembro 28, 2017

Umas no cravo e outras na ferradura



 Jumento do Dia

   
Rui Moreira, populista da direita

O que se passou nos últimos dias no Porto que justifiquem que o populista de direita daquela cidade apele a uma maioria absoluta? É mais do que óbvio que Rui Moreira percebeu que não conseguiu destruir o PS loca e que pode vir a pagar com língua de palmo a forma como se comportou com aquele partido. Em vez de ter o PS a apoiá-lo vai muito provavelmente ter de governar sem maioria se não perder mesmo as eleições.

O discurso de Moreira é o discurso de um candidato desesperado que tenta tudo para inverter uma tendência eleitoral que não o favorece.

«O candidato independente à Câmara do Porto, Rui Moreira, pediu hoje aos portuenses "uma maioria absoluta no domingo", por causa do que tem "sucedido nos últimos dias", designadamente uma operação de manipulação da opinião pública.

"Eu não comento sondagens. A única coisa que digo é que, perante tudo o que tem sucedido nesta campanha, eu espero que os portuenses compreendam muito bem aquilo que está a suceder e que nos deem a maioria absoluta no domingo", pediu hoje de manhã Rui Moreira, à saída de uma reunião que teve na Associação Comercial do Porto.

Questionado pelos jornalistas para comentar uma sondagem que dá um empate entre Rui Moreira e Manuel Pizarro (PS), o candidato independente reiterou que "perante as coisas que têm sucedido ultimamente" considera que "neste momento era muito importante para a cidade" ter "mesmo maioria absoluta".» [DN]

 As autárquicas dentro do PSD

O PSD está doente e a precisar de uma consulta de psiquiatria, o presidente ignora os principais concelhos e ignora mesmo que se trata de umas eleições autárquicas, está num frenesim de ataques ao governo e tudo serve para fazer discursos, pouco importando a veracidade dos fatos que usa, os seus opositores multiplicam as suas presenças em campanha mas com o desejo secreto de o seu partido sofrer uma pesada derrota. Isto é, o PSD corre em passos acelerado para o abismo que sabe estar já ali.

Alguns dirigentes estão dando verdadeiras lições de sacanice ao país, estão usando as autárquicas para percorrerem o país em busca de apoio, isto é, quando, por exemplo, Paulo Rangel vem fazer discursos esganiçados em Lisboa está-se borrifando para a Teresa Leal Coelho, pretende apenas dizer que sendo oposições não faltou ao partido e dessa forma tenta legitimar a candidatura à liderança. O mesmo faz Rui Rio ao participar numa arruada no Porto, vai apenas para não o acusarem de ter boicotado o partido nestas eleições.

A loucura é quase total, nem Passos Coelho, nem Rui Rio, nem Rangel estão fazendo campanha para ajudar os seus autarcas a serem eleitos, de forma canalha estão-se aproveitando do trabalho dos seus militantes para concorrerem numa campanha virtual à liderança do PSD. As autárquicas não servem para eleger autarcas do PSD, são acima de tudo a primeira volta da eleição do futuro líder do PSD. Vai ganhar aquele que foi mais esperto, mais cínico, mais canalha e mais oportunista.

      
 Passos Coelho a marinar
   
«“Em qualquer circunstância”. É precisamente com esta expressão que Rui Rio tem garantido a meio PSD, nas últimas semanas, que é desta que o partido o vai ver numa disputa pela liderança, já a seguir às eleições autárquicas. “Meio PSD” é uma expressão que, garantem os seus apoiantes, é literal: “No último ano e meio já correu 160 concelhos, incluindo as ilhas” - isto desde que Marcelo rumou à Presidência e Costa é primeiro-ministro. “Está tudo preparado, este é o momento”. 

Mas não será logo na noite eleitoral. No domingo, Rui Rio quer olhar para os resultados do PSD, que ele e muitos no partido prevêem trazer o pior cenário: uma derrota histórica em Lisboa, outra no Porto. “Até a sondagem do JN que dava o PS quase empatado com Rui Moreira piorou as coisas, pode levar muita gente do PSD a votar Moreira para evitar uma vitória do PS”, diz um dos cépticos da actual direcção. Em Lisboa, anota outra fonte, “vai ser uma transferência de votos para Cristas”. Em duas semanas, duas sondagens deram o cenário em quem ninguém queria acreditar - Cristas à frente de Leal Coelho - e o partido abaixo dos 15%. 

Nestes dias de campanha ninguém, mesmo na oposição interna, quis dar argumentos a Passos Coelho. E todos se juntaram na campanha, do próprio Rui Rio a Ferreira Leite, passando por Paulo Rangel. Todos não: faltou (para já) Morais Sarmento, um dos estará na primeira linha do ataque à liderança; e Feliciano Barreiras Duarte, que chegou a ser chefe de gabinete de Passos e seu secretário de Estado, foi recusado como candidato em Leiria e está agora a preparar terreno para o “assalto” à liderança.» [Público]
   
Parecer:

A estratégia manhosa de Rui Rio.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»