quinta-feira, setembro 14, 2017

Umas no cravo e outras na ferradura



 Jumento do Dia

   
Assunção Cristas

Compreende-se que cristas seja contra o aumento dos escalões do IRS e aceita-se que defenda um  aumento generalizado do IRS. O que não se compreende é que a líder do CDS venha agora defender reversões e ainda por cima numa das medidas mais queridas do seu governo, o aumento brutal do IRS para financiar a descida do IRC. Haja coerência e honestidade.

«A líder do CDS-PP entende que o IRS deve baixar para todos os contribuintes e por isso está contra a criação de mais dois escalões de rendimentos em 2018.

“Se há folga, baixe-se o IRS um pouco para todos”, afirmou Assunção Cristas em entrevista à CMTV, admitindo que “é preciso ir revertendo um grande aumento de impostos que aconteceu no anterior Governo”.

A líder centrista pede ainda “transparência nas cativações” e diz que o CDS vai apresentar um projeto no Parlamento sobre o assunto.» [Eco]

 ¿Por qué no te callas?

Um dos problemas deste governo reside no fato de ter alguns ministro que não sabendo falar adora dar ao badalo, poderão não ser incompetentes, mas como o cidadão comum não anda dentro dos gabinetes ministeriais avaliam-nos pela imagem que dão e essa imagem é em grande parte a percepção que fica depois de os ouvirem falar. 

É evidente que quando compro um canário não estou à espera que o bicho saiba dançar o tango, compro-o para cantar e estou em casa para o ouvir e concluir se fiz uma boa compra. Em relação a muitos governantes passa-se um pouco o mesmo, são escolhidos pela sua competência  e nem sempre sabem falar em público, razão pela qual muitos cientistas brilhantes não conseguem dar um bom professor.

Não sei se o ministro da Defesa ou a ministra da Administração Interna são competentes no desempenho das suas funções, mas  a minha percepção da sua competência não é das melhores, não por causa do seu desempenho mas pela forma desastrosa como falam e se comportam, ambos parecem dois elefantes saltitões, a brincar à macaca no meio de uma loja de cristais, cada vez que abrem a boca ouve-se tudo a estilhaçar. 

É óbvio que a escolha de um ministro é um processo bem diferente de um concurso de beleza, se assim fosse tanto o ministro da Defesa como a ministra da chegariam a esse posto, o mais que poderiam ambicionar seria chegarem a presidentes de juntas de freguesia. Mas isso não os dispensa de gerir a sua imagem e a forma como comunicam, se não o sabem fazer devem evitar ao máximo a exposição pública.

Começa a ser óbvio de que no assalto a Tancos a montanha pariu um rato, são cada vez mais os que acreditam na tese do falso assalto, um truque contabilístico digno de sargentos manhosos, que pôs o país nas bocas do mundo. Esta possibilidade foi tornada pública por Vasco Lourenço e agora assumida pelo ministro. Mas de um ministro da Defesa espera-se rigor e tento na língua, se não lhe cabe investigar o assalto a Tancos, estando esse possível crime a ser investigado pelo MP, também não lhe cabe fazer palpites, o país precisa de fatos e não de bitaites.

A ministra da Administração Interna é outro desastre em matéria de comunicação e escolheu o incêndio de Pedrógão para fazer o seu brilharete. Quem estava assumindo a comunicação era um secretário de estado, este governante estava dando uma excelente imagem, pasando uma imagem de rigor e sobriedade. De um momento para o outro, o secretário de Estado, homem  com muita experiência neste domínio, desapareceu e o palco passou a ser ocupado em exclusivo pela ministra. O resultado foi o que se viu.



São dois casos de governantes que teriam muito a ganhar se ficassem calados, justificando que lhes seja feita a famosa pergunta de Juan Carlos, "¿Por qué no te callas?". Comunicar não é para apenas para quem pode, é também para quem sabe e começa a ser óbvio que estes governantes fazem mais pontos quando estão calados. São dois casos de erros de comunicação num governo que leva o tema muito pouco a sério.

      
 Haja calma na Autoeuropa
   
«Para Herbert Diess, CEO da marca Volkswagen e membro do conselho de administração do grupo alemão, não há qualquer dúvida: o impasse sobre o aumento de produção na Autoeuropa, que implica trabalhar todos os sábados, “tem de estar resolvido em Outubro”. Isto para que o grupo possa cumprir com as metas previstas para a fabricação do T-Roc, uma das grandes apostas da VW para crescer no segmento dos SUV a nível mundial. O responsável afastou ainda a possibilidade de transferir parte da produção para outras fábricas.

Num encontro com jornalistas portugueses no âmbito da feira internacional de automóveis de Frankfurt, Diess mostrou-se confiante num desfecho positivo, afirmando que “todas as partes envolvidas têm interesse em resolver” a questão. Não deixou de sublinhar, no entanto, que o grupo foi “apanhado de surpresa” pela contestação dos trabalhadores, recordando a estabilidade laboral que tinha marcado a fábrica de Setúbal até ao momento.

Ao mesmo tempo, destacou que a Autoeuropa atravessa um ciclo de mudanças, já que, além da produção de um novo modelo – que precisa de 18 turnos por semana, com profundas alterações laborais – houve também alterações na representação dos trabalhadores (saiu no início do ano o representante histórico da Comissão de Trabalhadores, António Chora) e mudou também o responsável máximo de recursos humanos da fábrica.

Diess, que afirmou estar longe do processo negocial, recordou ainda que a decisão de fabricar o T-Roc na unidade de Portugal foi tomada há dois anos, e que sempre se soube que iria alterar o modo de funcionar da Autoeuropa. Para que as negociações avancem, no entanto, é preciso que tome posse uma nova comissão de trabalhadores (CT). As eleições estão marcadas para dia 3 de Outubro, após a CT anterior se ter demitido na sequência do chumbo dos trabalhadores ao pré-acordo que ficara estabelecido com a administração.» [Público]
   
Parecer:

Os alemães estão ou parecem estar mais tranquilos do que os portugueses, mas a mensagem foi dada.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
  
 O funeral da MEO começa nas Antas
   
«O FC Porto vai estrear esta quarta-feira no jogo contra os turcos do Besiktas uma nova camisola em que a marca Meo dá lugar à marca Altice. É o primeiro passo para o desaparecimento definitivo das marcas PT e Meo, dentro da estratégia global de uniformização de imagem que a Altice anunciou oficialmente em Maio.

Por enquanto, a utilização da marca Altice nas camisolas do FC Porto está “limitada a duas competições”. Além da Liga dos Campeões, os jogadores vão usar o novo equipamento em cada eliminatória da Taça de Portugal, revelou ao PÚBLICO fonte oficial da PT/Meo.» [Público]
   
Parecer:

Veremos o que vai dar.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»

 Estalou o verniz no PSD
   
«O antigo líder da JSD, Jorge Nuno Sá, vai abandonar o partido, descontente com as opções da atual direção. Desiludido com o rumo do PSD e falta de democracia interna, Jorge Nuno Sá solicitou na terça-feira à tarde a desfiliação partidária — segundo confirmou o próprio ao Observador — e enviou uma carta a Pedro Passos Coelho onde explica as razões da sua saída.

Jorge Nuno Sá, que liderou a “jota” entre 2002 e 2005, define o PSD como “um barco à deriva“, denuncia que “há racistas” no partido e que centenas de candidatos autárquicos do partido em Lisboa foram escolhidos à margem dos estatutos. O caso torna-se ainda mais grave pelo facto de em Portugal ser raro um ex-dirigente de uma juventude partidária desfiliar-se do partido.

Na carta enviada ao líder — à qual o Observador teve acesso — o também conselheiro nacional demissionário denuncia a falta de democracia interna: “Ou estamos alinhados com uma espécie de poder informal instituído que comanda o partido ou nada podemos”. Jorge Nuno Sá acrescenta ainda: “Não gosto, mas admito que haja pessoas racistas no meu partido, desde que as possa combater. Não me deixo perturbar muito com as declarações sexistas de Abreu Amorim, além de caracterizarem mais o próprio do que outrem, desde que as possa contrariar”. O ex-líder da JSD diz ainda que foi ultrapassada “a última das linhas vermelhas” a partir do momento em que “um qualquer candidato do PSD [André Ventura] equaciona a reintrodução da pena de morte, e nada acontece, aí é o fim da linha.”» [Observador]
   
Parecer:

É a primeira voz a levantar-se contra o domínio do PSD pela extrema-direita chique.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pela reação de Passos Coelho.»