Jumento do Dia
Parece que estamos no PREC, desde a famosa greve do Almirante Pinheiro de Azevedo que não se via nada assim, os juízes que estiveram de bico calado com Passos Coelho querem agora ser os primeiros a serem servidos pelo pote, ante que o mel acabe. Por este andar Portugal começa a parecer a Venezuela.
«Os juízes marcaram greve para dias 3 e 4 de outubro, anunciou esta sexta-feira a Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), confirmando uma intenção que já era conhecida. O facto de a greve dos magistrados estar marcada para os dias a seguir às eleições autárquicas inviabiliza a validação dos resultados eleitorais que iria ser feita nesses dias e pelos juízes, segundo o que prevê a lei eleitoral autárquica.
A presidente do sindicato, Manuela Paupério, disse que a greve vai servir para demonstrar o protesto dos juízes contra o facto de o Governo se "mostrar intransigente" nas negociações para a revisão do estatuto dos magistrados judiciais. "Não aceitamos que assim seja", adiantou.
Em comunicado, a direção da ASJP alega que o "Governo se mantém irredutível e não discute com os juízes o Estatuto na sua integralidade".» [DN]
O preço do sucesso comercial fácil?
«Salários baixos. Contratos maioritariamente temporários, quase sempre de três ou de seis meses. Sazonalidade. Jornadas laborais de 60 horas semanais. Contínuas. Folgas em plano b. Dormidas a bordo em espaços exíguos, sem privacidade. Refeições feitas de restos. O cenário é traçado pela Plataforma Laboral e Popular (PLP) - e corroborado por vários trabalhadores e ex-trabalhadores dos barcos turísticos do Douro, ainda que sob anonimato. Fala mais alto o medo de represálias e das portas do turismo fechadas para sempre. Amanhã, nos cais de Gaia (10h) e do Porto (15h), a plataforma criada em 2016 manifesta-se e tenta uma “organização dos trabalhadores” para combater “a vergonha da precariedade”. Afinal, o que esconde o glamoroso negócio de milhões dos barcos do Douro?
O turismo fluvial chegou ao rio nos anos 90 — e em quase três décadas não há registo de manifestações com impacto ou greves entre os trabalhadores. Sinal de paz a bordo? Não, responde Gonçalo Gomes, porta-voz da PLP e ex-trabalhador de três empresas de passeios fluviais: consequência de “um clima de medo” instalado. Por causa dele, a plataforma “não conta com muita adesão” na manifestação deste sábado, uma primeira tentativa de fazer sair o tema da sombra. Mas acredita que, aos poucos, mais gente se juntará. “O meu caso é paradigmático. Queriam-me fora do rio e a verdade é que conseguiram. Mas calar-me não”.» [Público]
Parecer:
Ao ritmo que este empresário tem enriquecido deverá existir uma fórmula mágica.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investigue-se.»
PSD anda nos caixotes
«Num requerimento hoje entregue na Assembleia da República, os deputados do PSD dizem estar cientes que "a reorganização da rede é um processo dinâmico, que acompanha a evolução demográfica nacional e a construção de centros escolares", e que se deve pautar "exclusivamente por critérios de clara melhoria das condições de ensino dos alunos".
"Significa isto que o processo de reorganização da rede, que por vezes origina contestação local, deve ser transparente e público, não podendo haver qualquer suspeição ou dúvida sobre os critérios que subjazem à decisão", salientam os sociais-democratas.
No requerimento, assinado pelo vice-presidente da bancada do PSD com o pelouro da educação Amadeu Albergaria, é sublinhado que o anterior Governo "sempre pautou a sua atuação pela total transparência", ao contrário da atual tutela.» [Notícias ao Minuto]
Parecer:
Sem melhores ideias o PSD vai ao caixote do lixo procurar matéria para se entreter. Isto de os incêndios terem acabado vai lançar a direita numa crise de ideias.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Um Steve Jobs tuga
«António José Alves da Silva, o revisor oficial de contas (ROC) que comprovou que a Yupido valia 28,8 mil milhões de euros no último aumento de capital da empresa, disse ao Observador que, quando viu a imagem da “televisão” que os fundadores e um grupo de técnicos lhe mostraram, lembrou-se logo de Steve Jobs. Não tem dúvidas de que vai “revolucionar o sistema”.
O que me motivou para fazer esta avaliação foi olhar para aquilo e sabe de quem me lembrei? Lembrei-me de Steve Jobs. Foi quase a mesma coisa”, disse. Questionado sobre se acha que a Yupido pode ser tão disruptiva como foi a Apple, Alves da Silva respondeu que sim.
O ROC tem mais de 50 anos de carreira, é consultor da sociedade de advogados Rogério Fernandes Ferreira & Associados e é reconhecido pelos seus pares como um dos profissionais mais respeitados da área. Ao Observador, explicou que foi contactado apenas para fazer a avaliação do bem, mas que não podia revelar “os caminhos que seguiu para chegar aos 28,8 mil milhões” porque tinha assinado um compromisso profissional de sigilo.» [Observador]
Parecer:
Uma anedota. Viu uma televisão, gostou da imagem e avaliou o capital em mais de 28 mil milhões de euros!
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»