Pode dizer-se que ao longo de quase 90 anos da sua existência o edifício do "Grande Hotel Guadiana" simboliza um século de história da vila, evoluindo de um período de grande progresso com o inverno prolongado a que Vila Real de Santo António foi condenada muito por força das circunstâncias externa, mas também por culpa direta da incompetência de várias gestões autárquicas e, particular, pelos três mandatos de incompetência e regabofe conduzidos por essa personagem estranha, que agora parece querer exportar os seus métodos para Castro Marim.
Projetado no princípio do século XX pelo arquiteto Ernesto Korrodi por encomenda do industrial Manuel Ramirez, ricamente decorado e com traços de arte nova, já estava aberto ao público em 1927. Pessoalmente não me recordo dele aberto, o seu rés do chão foi utilizado por uma cooperativa de táxis no pós 25 de Abril, tendo reaberto como hotel em 1992, tendo voltado a fechar.
Em mais uma manobra publicitária do autarca-cantor foi notícia em 2016, toda a comunicação social prometia a sua reabertura no verão deste ano, o que não aconteceu. Se para a sua construção bastou a vontade de um empresário empreendedor, espécie de gente há muito extinta em VRSA, está ser feito um investimento avaliado em cerca de 2,4 milhões de euro na recuperação do edifício através do financiamento contrato através do programa Jessica (Turismo de Portugal)
O edifício foi expropriado em Agosto de 2015 por utilidade pública e efectuado um registo a favor da SGU que se encontra ainda provisório por natureza uma vez que existem pendências em tribunal de reclamações dos proprietários a que o edifício foi roubado por um burlão que se encontra (ou encontrava) preso. Antes do registo provisório por natureza a favor da SGU existem os seguintes processos:
- Hipoteca de 1,1 milhões de euro a favor do BPN - definitivo
- Arresto em processo judicial – definitivo
- Aresto em processo judicial – oficioso por condenação dos autores do roubo (falsificação de documento de compra e venda)
- Penhora do BPN
- Penhora da Fazenda Nacional
A exploração foi adjudicada à empresa Grand Algarve Lda constituída em 2013 com o capital de € 20.000,00 e que, até 31/12/2016 não teve qualquer facturação:
- Não houve qualquer valor de adjudicação
- Não houve qualquer prestação de garantia
- A renda mensal é de cerca de 17 mil euro nos primeiros 15 anos e de 50 mil euro nos restantes 15.
Enfim, no passado bastou a vontade de um homem que construiu a partir do zero. Agora, para o reabrir a autarquia meteu-se numa trapalhada jurídica e a exploração é entregue a uma empresa fantasma com um capital digno de uma mercearia de esquina.
Onde havia um empresário a dar a cara há agora uma empresa fantasma, onde havia investimento há agora subsídios estatais e contratos manhosos, onde havia empreendedorismo há agora esquemas, onde havia iniciativa privada há agora um imbróglio que ninguém entende.