sexta-feira, setembro 15, 2017

Umas no cravo e outras na ferradura



 Jumento do Dia

   
Rui Esteves, doutor tipo Relvas

Este senhor deve ter andando tão embrenhado nos estudos que nem deve ter ouvido as anedotas sobre o Relvas, ainda que quase aposto que fez montanhas de reenvios de e-mails que recebeu com anedotas sobre o desgraçado do Relvas, não aceedito que haja um único cidadão que não o tenha feito. Se eu tivesse uma licenciatura como a do Lic. Rui Esteves teria o cuidado de declinar o convite para Presidente da Proteção Civil, só alguém muito parco de recursos inteletuais pode pensar que tira uma licenciatura fazendo apenas quatro cadeiras e ninguém o denunciaria.

Ainda por cima o senhor não parece ter muito bom senso, depois de tudo o que aconteceu durante este verão e com a Proteção Civil debaixo de fogo o mínimo que deveria ter feito era pedir a demissão, mas esperou pelo anúncio do inquérito. O senhor já deveria ter-se demitido e depois disso apanhava no diploma, emoldurava-o e punha-o na parede, de preferência ao lado de molduras com ações da antiga Torralta, porque valem mais ou menos o mesmo.

Compreende-se que alguém que adquiriu conhecimentos fora da universidade os use quando frequenta uma licenciatura. Por exemplo, se um funcionário do fisco teve de estudar fiscalidade ou auditoria percebe-se que estes conhecimentos possam ser considerados pela universidade que frequente. Mas só faz sentido para dispensa da atividade letiva, isto é, se um estudante prova que adquiriu os conhecimentos numa qualquer outra "encarnação" então que seja dispensado das aulas e autorizado a apresentar-se a exame, como todos os outros. ´esse exame que vai garantir que sabe e que foi avaliado em condições de igualdade com todos os que são portadores do mesmo diploma de licenciatura.

A entrega de diplomas com base em avaliações curriculares é uma aberração que alguém inventou e que está a gerar situações ridículas como a do Miguel relvas e a do agora famoso Comandante da proteção Civil. Para além do mais ridiculariza o ensino universitário português. É de rir à gargalhada ouvir que o Presidente da Proteção Civil tem uma licenciatura em proteção civil tirada numa escola superior agrária onde só fez quatro cadeiras. Imagino que cadeiras terá feito e que modelo de avaliação terá sido adoptado.

Como é que num cargo de tão grande responsabilidade pode estar um tal doutor? Isto é gozar com todos os que estudam a sério.

«O comandante nacional da Protecção Civil (Conac) Rui Esteves é licenciado em Protecção Civil pela Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB). Um diploma que conseguiu quase na sua totalidade através de equivalências. Informação oficial do processo disciplinar do aluno mostra que este fez quatro cadeiras por "avaliação em exame", as restantes 32 unidades curriculares foram feitas por creditação tendo em conta o currículo apresentado, que incluia a experiência profissional e cursos de formação em Portugal e no estrangeiro. Ao PÚBLICO, Rui Esteves diz que fez tudo "em conformidade com a lei vigente" e que pediu equivalências pela formação que fez "ao longo de 30 anos de carreira".

Rui dos Santos Martins Esteves assumiu o cargo de comandante distrital em Castelo Branco em 2005 e um ano depois estava a iniciar uma licenciatura em Protecção Civil no IPCB. Contudo, não só não frequentou a maioria das aulas da licenciatura como não foi avaliado por exame em 90% das unidades curriculares do curso. Ao longo de quatro anos, Rui Esteves apresentou junto do IPCB "pedidos de creditação" tendo em conta as melhorias que ia fazendo ao seu currículo, informou o PÚBLICO fonte oficial daquele instituto. E as melhorias centravam-se na sua experiência enquanto comandante distrital e nas formações na área.» [Público]
 
 Até quando

Em qualquer país civilizado as sucessivas coincidências entre a divulgação de investigações e os atos eleitorais teria sido tratadas como tentativas de golpes de Estado e todos os responsáveis estariam a responder politicamente por estes crimes contra a democracia.

Agora sim que estamos perante uma excelente oportunidade para Marcelo falar sem se esconder atrás de banalidades como o tempo da justiça, bla, bla, bla. A verdade esta simbiose entre os estilhaços do cavaquismo e os restos do MRPP tem feito escola e aprendeu nos tempos em que os golpes de estado eram a norma.

 Sejamos honestos!

«Nenhum caso foi tão longe como este. Em Portugal também ouvimos e lemos, em momentos mais dramáticos, acusações de traição da pátria quando quem está a governar quer esconder informação. Na realidade, o que se está é a ameaçar os interesses do governo instalado na altura. Nunca se chegou ao ponto de processar ninguém mas, no último ano, por exemplo, assistimos ao condicionamento de instituições como o Conselho de Finanças Públicas.» [Observador]

Helena Garrido elabora um artigo de opinião onde começa por descrever o processo movido contra os responsável das estatísticas gregas, que corrigiu em alta o défice das contas gregas. Até aí tudo bem, para quem não conhecia o caso a informação era útil. O problema é quando a jornalista tenta transpor o caso para Portugal, em defesa do Conselho de Finanças Públicas.

A comparação é abusiva, ainda que ideologicamente compreensível, em Portugal há economistas que tentam passar a mensagem de que as suas opiniões são ciência exata e tudo o mais são perigosas ideologias. Enfim, é uma estratégia. Mas neste caso foi pouco inteligente e de mau gosto, comparar alguém que deu provas de rigor estatístico com personalidades que não acertam numa única previsão só merece uma gargalhada.

Alguém devia recordar os erros de previsão de Teodora Cardoso e lembrar à jornalista que se quer comparar a independência das entidades gregas responsáveis pela estatística deve falar do INE.

 Se fosse mais perto ia



 A EMEL

Durante anos a EMEL transformou o bairro onde vivo num inferto, rodeou-o de zonas de estacionamento pago, pelo que todas as pessoas que trabalhavam na zona estacionavam aqui os carros. Há quatro anos a EMEL colocou estcionamento pago em metade do bairro, deixando, muito estranhamente metde do bairro de fora, curiosamente na zona onde uma empresa de aluguer de automóveis ocupava ruas inteiras com as suas viaturas.

Agora e porque as receitas deverão ser escassas, talvez porque as zonas reservadas a moradores não dão lucro, os seus funcionários andam na caça à multa de estacionamento, isto é, as multas do código da estrada, que são mais penalizadoras. Deixei o carro meio metro para além da barra que delimita a zona da passadeira fui multado com uma coisa que vai de 30 a 150€. Mas o senhor que andou à caça à multa foi espertalhão e como não dei pela situação, multou-me novamente no dia seguinte. Imagino que voltaria ao local do crime no dia seguinte, mas tive o cuidado de avisar a EMEL para que o coitado não tivesse de fazer novamente o sacrífício.

Nem no tempo de Passo Coelho vi tanta caça à multa, penalizando um cidadão com duas multas, que pelo seu valor mais baixo correspondem a 10% de um salário mínimo. Isto não é zelar pela qualidade de vida dos cidadãos de Lisboa, para ser prático e direto isto é uma sacanice promovida pelos gestores que a CML colocou na EMEL.

Zelar pela qualidade de vida dos portugueses é não colocar uma paragem de autocarros de turismo junto ás janelas de gabinetes de trabalho, tornando as condições de trabalho quase insuportáveis devido ao ruído e aos gases de escape que entram por janelas de um edifício antigo, junto ao novo cais de paquetes do porto de Lisboa.

Na altura reclamei por e-mail e até hoje não recebi qualquer resposta, sinal que em Lisboa não se responde aos e-mails dos cidadãos mas manda-se o funcionário multar a mesma viatura e pela mesma infração em dias consecutivos. Isto é, a CML não responde aos e-mails dos seus cidadãos, mas na hora da caça à multa há funcionários para se deslocarem á sua porta todos os dias.

Naturalmente vou refletir sobre estas questões, no próximo dia 1 de Outubro, na hora de votar nas eleições autárquicas, já que tratando-se de uma empresa municipal os seus gestores atuam de acordo com as orientações da autarquia e neste caso a autarquia terá dito à EMEL que trate os cidadãos como presas de caça.

      
 Clubes, juízes e jogo rasteiro
   
«Nas eleições autárquicas, a mesma atitude pouco cívica de dois grupos privilegiados. A Liga do futebol profissional marcou vários jogos para o dia em que os cidadãos vão votar pelas suas cidades e aldeias. Seria de esperar de clubes beneficiando do estatuto de interesse público que não distraíssem os eleitores da sua obrigação. Mas, não, os jogos serão feitos. Diz a Liga, manhosa, estar "convicta de que os portugueses têm plena noção dos seus deveres e responsabilidades cívicas". E acrescenta a Liga, sonsa: "Razão pela qual a lei não prevê qualquer proibição de atividades desportivas em datas eleitorais." Como se a Liga não devesse concluir que talvez não haja proibição legal porque se pensou que lidava com gente responsável. Pelos vistos, pensou-se e mal: estava-se a lidar com a Liga Portuguesa de Futebol Profissional. Quem faz as leis que tire as devidas conclusões... E por falar em leis, dos juízes que a aplicam, outra atitude incivil. Vão fazer uma greve que prejudica as eleições. Diz o sindicato deles, sorna: "Não vai haver nenhuma perturbação muito sensível..." Haverá, então, alguma e talvez pouco sensível. Quanto? Diz o sindicato, finório, que a greve "apenas implicará o adiamento por um dia" de uma qualquer pouca coisa. Um dia só e pouco, pois. Mas muito para os únicos profissionais que são independentes de tudo e inamovíveis e com o poder de decisão acima de qualquer autoridade. Têm o absoluto, esperava-se deles o mesmo.» [DN]
   
Autor:

Ferreira Fernandes.

      
  
 Hospedeiras velhinhas
   
«Na origem da iniciativa do grupo parlamentar do PS está o facto de "a maioria dos concursos de recrutamento da TAP" discriminarem "o acesso aos postos de trabalho em função da idade, colocando como condição de admissão uma idade máxima do candidato ao posto de trabalho".

"Os últimos concursos abertos pela TAP para recrutamento de Especialista de Engenharia, para a área de Manutenção e Engenharia, estipulavam como idade máxima de acesso os 30 anos ou os 35 anos em caso de experiência profissional relevante", avança, apontando ainda um outro caso, no recrutamento de Pessoal Navegante de Cabine (comissários ou assistentes de bordo), em que "a TAP requereu que os candidatos a estes postos de trabalho tivessem entre os 21 e os 26 anos".

"Os exemplos sucedem-se e o Grupo Parlamentar do Partido Socialista recebeu várias denúncias com os respetivos anúncios para diferentes funções, não os considerando aceitáveis ao excluírem uma larga franja da população", sustentam os deputados do PS.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Um dia destes vamos ter hospedeiras de bordo estagiárias da TAP a andarem apoiadas num cajado?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Haja juízo.»