quarta-feira, janeiro 10, 2018

A GUERILHA

Há muito que o PSD se deixou de apresentar como alternativa para optar por estratégias de guerrilha, desde que Passos Coelho e a sua geração formada na escola das eleições para associações de estudantes que é esta a estratégia política daquele partido. Os seus militantes despem as vestes partidárias para organizar manifestações espontâneas ou para mandar fotos de serviços públicos para as televisões.

Se está a decorrer uma reforma dos serviços de saúde multiplicam-se as manifestações populares contra o encerramento de serviços, às vezes até contam com o apoio de um ou outro lírico da esquerda, isso se não for a Catarina Martins a fazer suas as dores da direita. Quem não se lembra das manifestações contra o encerramento de serviços de saúde, com o caso emblemático da maternidade de Elvas? Seria interessante se agora fossem perguntar a muitos dos “populares” se querem que o sistema volte ao modelo que então defenderam.

Ultimamente têm-se multiplicado as manifestações anónimas de enfermeiros, desmobilizadas as lutas sindicais conduzidas por uma “bastonária” militante e dirigente do PSD próxima da linha de Passos Coelho, surgem agora as fotos anónimas enviadas pro enfermeiros que não se identificam por medo de represálias. De Faro são enviadas imagens em que os doentes se despem por estarem cheios de calor enquanto o país sofre uma vaga de frio, quando o tema de faro está esgotado, surgem queixas de Guimarães.

Não importa que não se apresentem alternativas a nada, como se percebe pelos debates entre os candidatos à liderança do PSD, o que se pretende é flagelar o governo. Tudo serve e quando está em causa o principal bastião desta luta guerrilheira o PSD reage mesmo com violência. Depois de ter tentado ficar na Presidência da Assembleia da República, para disfrutar de uma posição privilegiada para atacar a “geringonça”, resta agora o seu principal bastião, diria mesmo que a sua grande base recuada de guerrilha.

Nesta estratégia em que apenas se pretende denegrir e destruir os adversários não importa o desrespeito pelos doentes, o respeito pelo segredo de justiça ou o que quer que seja, é preciso manter esta estratégia de guerrilha. Onde estava o PSD no fim do mandato de todos os procuradores-gerais que antecederam a atual detentora do cargo, onde estava a “bastonária” dos enfermeiros quando no final de 2014 morreram vários doentes nas urgências, sem que tenham sido tratados?

PS: O fato de algumas manifestações e queixas em relação ao SNS estarem a ser alvo de ataques oportunistas, isso não dispensa o governo e, em especial, o ministro da Saúde de ter a noção da realidade. Há sinais claros de degradação de alguns serviços e muito do que se criticou a Paulo Macedo está sendo feito pelo Adalberto. Amanhã darei aqui um exemplo vergonhoso disso mesmo, precisamente em Faro.