quarta-feira, janeiro 24, 2018

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Pedro Soares dos Santos, CEO da Jerónimo Martins

A entrada do Mercadona no mercado português vai ser o primeiro grande desafio a enfrentar pelo Continente ou pelo Pingo Doce. O modelo de sucesso do Mercadona em Espanha representa um perigo efetivo para os lucros das duas grandes redes de distribuição nacionais, pelo que com o início do recrutamento de pessoal por parte do operador espanhol, o dono da Jerónimo Martins terá de engolir e digerir as declarações que fez em 2017.

«No primeiro trimestre de 2017, depois de Pedro Soares dos Santos, presidente do grupo (JM) que detém as lojas Pingo Doce, ter expressado dúvidas sobre a entrada da Mercadona no país – "é ver para crer, como São Tomé" –, a directora de relações externas, Elena Aldana, apressou-se a garantir que a cadeia "veio para ficar". E no dia seguinte, o próprio presidente do grupo veio a terreno sublinhar que em Portugal terá "concorrentes, mas não inimigos".

Questionado sobre a reacção dos grandes grupos de distribuição portugueses, Juan Roig Alfonso reconheceu que ela é "normal". "Da mesma forma que eu reagiria se um concorrente abrisse ao meu lado", acrescentou o gestor durante a conferência de apresentação de resultados, em Março do ano passado. "Por um lado não gostamos, mas é isso que nos faz trabalhar melhor todos os dias", concluiu.» [Jornal de Negócios]

 Supernanny



Pelas imagens que tenho visto a propósito do novo programa da SIC, que a crer na sua diretora foi feito a pensar nas criancinhas (talvez do pessoal da SIC), o programa mais semelhante que vi foi um dedicado a educar cães problemáticos por Cesar Millan. Os métodos eram mais ou menos os mesmos, com uma diferença substancial, os castigos eram menos severos. A SIC devia contratar o Cesar Millan para o seu programa.



 Recadinhos ao autarca de Lisboa




É uma pena que Lisboa tenha um verdadeiro enxame de vespas multadores da Emel, que andas a verificar com um um esquadro se alguma viatura ultrapassa por mais de um centímetro a zona de proteção das zebras, não tenha uma meia dúzia de fiscais a garantir que a crateras não vulcânicas que aparecem nas ruas de Lisboa sejam reparadas antes de provocarem acidentes.

Muitas ruas de Lisboa parecem saídas de um vídeo da Síria, cheias de buracos e de pedras de calçada soltas. Este buraco está numa rua onde passa muita gente, e é rara a semana que no mesmo troço não aparecem buracos como este. Não vale a pena reclamar junto dos serviços camarários, a experiência diz-me que a resposta aos e-mails que enviei foi o desprezo pelo cidadão.

      
 Perícia psiquiátrica a um ... morto!
   
«Para a psiquiatra Ana Matos Pires, notificações judiciais solicitando serviços periciais são o pão nosso de cada dia. Enquanto responsável máxima do serviço de psiquiatria do Hospital de Beja, é sua obrigação "ir a jogo" sempre que lhe pedem uma avaliação psiquiátrica de alguém. De processos de homicídio a outros menores já viu de tudo. Quer dizer: pensava que já tinha visto de tudo - mas enganou-se.

Algures na segunda semana deste mês, a médica não cabia em si de espanto quando, enquanto diretora no Hospital de Beja, recebeu do tribunal da cidade uma notificação perguntando-lhe se podia ir fazer uma perícia médico-legal psiquiátrica a um...morto. Morto - e bem morto. A notificação indicava o local onde a perícia se poderia desenvolver: a campa do falecido e o respetivo cemitério.

No Facebook, a médica deu nota pública do seu espanto: "Ó pá, ó pá, ó pá, esta nunca me tinha acontecido. Um ofício de um tribunal a perguntar-me se será possível ir fazer uma avaliação pericial psiquiátrica a... um morto." E seguiram-se, na caixa de comentários, piadas várias com sugestões de diagnóstico ("doente pouco comunicativo, mora em isolamento em local de difícil acesso, não colaborou com avaliação [...] Conclusão: Sociopata/Cadáver? A reavaliar a outro tempo se houver alteração no comportamento atual" ou "doente afásico e sem condições para entrevista psiquiátrica" ou ainda "recomendação ao tribunal: de momento não parece representar um perigo para si ou para terceiros".» [DN]
   
Parecer:

Não, não foi engano, foi estupidez.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sugira-se que a temática das perícias psiquiátricas a mortos seja contemplada no pacto da justiça.»
  
 E a seguir porque não uma praia da Messejana
   
«A Segurança Social já identificou as vagas em IPSS onde os trabalhadores da Autoeuropa poderão deixar os filhos nos sábados de trabalho, garantindo o pagamento das creches nesses dias, disse à Lusa fonte do Governo.

Os detalhes sobre o apoio aos casais com filhos que trabalham na fábrica da Volkswagen de Palmela serão discutidos numa reunião que se realiza esta quarta-feira entre os serviços da Segurança Social e os recursos humanos da Autoeuropa.

Segundo disse à agência Lusa fonte governamental, a reunião servirá para fazer a correspondência entre as disponibilidades de vagas em Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e as necessidades dos trabalhadores.» [Público]
   
Parecer:

A medida vai ser alargada a todos os trabalhadores portugueses, a maioria dos quais com menos salários, menos direitos, menos regalias e piores horários do que os da Autoeuropa como, por exemplo, os trabalhadores agrícolas? Será que não preferirão mais dinheiro pelo trabalho ao sábado e domingo?
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «»

 Tratar o cão com o pelo do próprio cão
   
«De pé, com um tablet na mão e contestando ponto por ponto (literalmente) toda a acusação, Orlando Figueira continua a ser o one man show no julgamento à alegada teia de corrupção protagonizada pelo ex-vice presidente de Angola, Manuel Vicente.

O ex-procurador do DCIAP, acusado dos crimes de corrupção passiva, branqueamento e falsificação de documento, repete várias vezes no segundo dia do julgamento no Campus da Justiça, em Lisboa, que o ex-ministro e homem forte da Sonangol nada tem a ver com o caso. "Só falta dizer que foi o Trump", enfatiza Orlando Figueira.

Ao longo da manhã desta terça-feira são vários os chavões que enumera para corroborar a sua tese para que tenta destruir a acusação: "Não há qualquer relação com o Manuel Vicente nem com o Manuel dos Anzóis." Ou, "Vicente não tem uma varinha mágica que faz 'Plim'".

Para Orlando Figueira, a necessidade do Ministério Público envolver Manuel Vicente e não Carlos Silva, então presidente do Banco Privado Atlântico (BPA) de Angola, com quem diz ter assinado o contrato de trabalho em 2011 para o banco, "é porque dessa maneira deixaria de haver crime de corrupção". E garante: "Quando na acusação se lê Manuel Vicente deve antes ler-se Carlos Santos. Este processo é uma vergonha."» [Expresso]
   
Parecer:

Não deixa de ter alguma graça ver um alto magistrado do MP a desmontar o próprio MP na qualidade de acusado por esse mesmo MP. A defesa é um libelo acusatório ao MP que não deixa de ser interessante apreciar.

O habitual nos julgamentos é ver os réus a tiritar com medo do MP, adotando posturas dóceis na esperança de beneficiarem de alguma generosidade. Neste caso o arguido está a fazer tudo ao contrário.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Multe-se quem não limpa as suas propriedades
   
«As limpezas de vegetação em redor de casas e povoações devem ser realizadas até março, recordou esta terça-feira o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, apelando à prevenção para evitar os incêndios florestais.

Em Vila Nova de Poiares, um dos concelhos afetados pelos fogos de 15 e 16 de outubro, Eduardo Cabrita fez "um apelo a todos os portugueses", incluindo autarquias, empresas públicas e privadas e cidadãos em geral, para que esses trabalhos sejam concluídos dentro do prazo.

A aposta na prevenção permite "criar condições para que os incêndios possam ser combatidos adequadamente" no futuro, sublinhou, frisando que se trata de "uma indiscutível prioridade nacional".» [Expresso]
   
Parecer:
Se em vez de criarem polícias da treta como os da EMEL para andarem numa caça desalmada à multa, seria melhor que criassem uma EMEL para as florestas. A verdade é que há mais desalmados da EMEL em Lisboa do que guardas florestais em todo o país, como se o grande risco nacional resultasse dos carros estarem a violar uma qualquer regra de estacionamento por 10 cm.
   
Despacho do Diretor-Geral do Palheiro: «Nomeie-se o Medina chefe da nova polícia multadora para as florestas porque o autarca já deu provas da sua competência para isso nas ruas de Lisboa.»