sábado, janeiro 27, 2018

JÁ ESTAVA A ESTRANHAR

Quando se soube que a Google ia investir na zona de Lisboa pensei com os meus botões, ainda bem que o Adalberto não manda na Google, senão sugeria à empresa que mandasse o seu centro em Portugal para o Porto. Afinal, o meu sobressalto fazia sentido, não se esperou muito para ouvir alguém defender o país contra a maldita Lisboa. 

Rui Rio, que está a gozar férias até que Passos Coelho faça as mudanças, tendo optado simbolicamente por instalar a sua corte na capital do norte, veio a público, pela primeira vez, para dar um certo ar da sua graça na qualidade de líder do partido da direita. Mas quando se esperava que viesse defender o seu homem de Ovar, manifestando a confiança na idoneidade do seu diretor de campanha, veio protestar por causa da localização do novo investimento da Google.

Na melhor linha do pensamento soviético Rui Rio falou como se a Google fosse uma empresa pública, sendo as decisões sobre os seus investimentos da responsabilidade do primeiro-ministro. É ridículo ver um político da direita, tão defensor da liberdade da iniciativa privada, falar no pressuposto de que é o governo português que diz a uma das maiores multinacionais americanas onde deve fazer os seus investimentos.

Rui Rio ainda não é líder do PSD e já anda a dar tiros nos pés e nem mesmo o discurso de Marcelo em Viseu, defendendo os investimentos no interior, faz esquecer a forma tacanha como raciocinou o futuro líder do PSD.