quarta-feira, janeiro 17, 2018

EXORCISMO

Afinal o Diabo não estava para vir, o mafarrico já cá estava e ainda está, tomou conta do PS. É o Diabo da esquerda ou, para respeitarmos o fato do PSD também ser de esquerda como insiste Manuela Ferreira Leite, da extrema-esquerda. Quando todos pensávamos que Rui Rio se candidatou à liderança do PSD para libertar o partido do Diabo do Passos Coelho, somos surpreendidos, afinal as diretas do PSD foi uma luta entre duas visões estratégicas, Passos defendia que o Diabo ainda havia de vir, Rui Rio acha que o Diabo já cá está e encarnou no PS.

Poucas horas de ter ajudado Rui Rio a ganhar as diretas do PSD, Manuela Ferreira Leite veio dizer ao que vinham, entregar a alma ao diabo para libertar o PS da esquerda. Mais clara não podia ser, não era o PSD que estava mal, a generosidade dos militantes do PSD é tanta que o que os motiva é libertar da amaldiçoada esquerda. Um escândalo, onde é que se viu o PS estar nas mãos da esquerda em vez de governar com a direita?

Até o senhor da CIP confirmou o seu empenho neste exorcismo, precisamos de libertar o PS da esquerda para que se façam as reformas necessárias, o homem nem pediu pouco referiu logo as reformas que exigem dois terços do parlamento, isto é, umas revisões da Constituição. Digamos que se exorcizarem o PS tirando o Diabo do corpo do António Costa o líder do PS passa a ser uma espécie de António José Seguro, mas um pouco mais escuro.

Talvez não fosse má ideia recordar a Manuela Ferreira Leite, ao senhor da CIP que ainda há quem respeite a palavra, para já não referir a assinatura em acordos parlamentares, ainda por cima acordos que foram celebrados para cumprir as exigências de um Presidente chamado Cavaco Silva. Talvez a Dra. Manuela não se recorde, mas este governo está apoiado por uma maioria consolidada em acordos e princípios exigidos pelo seu amigo Aníbal. Anda por aí quem revogue num dia o que era irrevogável um dia antes, mas quando está em causa gente honestas os acordos são para cumprir.

Já Rui Rio foi um pouco mais abrangente, quer que todo o parlamento conte. Ainda bem, porque o PSD pretendia governar porque a sua minoria parlamentar funcionava como maioria se os deputados do PCP e do BE só fossem considerados em questões secundárias, ou quando os seus votos apenas serviam para votar moções de censura propostas pela direita. Nunca o parlamento foi tão inclusivo como agora, todos os deputados contam e nesta legislatura já vimos por mais de uma vez maiorias parlamentares formadas pelos votos dos deputados da direta e do PCP e BE, como no caso da TSU.