sábado, janeiro 13, 2018

OS BONS COSTUMES CONSTITUCIONAIS

Com Santana Lopes a levantar a bandeira de Passos Coelho a formação do governo em funções voltou a ser tema central do debate político, desta vez para a escolha do líder do PSD. Não se percebe bem se é trauma, puro oportunismo circunstancial da parte do candidato ou se a psquitaria terá de criar uma especialidade para tratar de partidos que não conseguem aceitar as regras do parlamentarismo.

Perante a evidência de que o atual governo conta com uma mairoira parlamentar Santana Lopes refletiu ontem sobre a situação. Desta vez fez mais uma das suas encenações tetrais que lhe dão um ar imbecil, falando como se estivesse falando com os seus botões, pondo-s de esguelha e sem olhar para a audiência, o candidato falouy longos minutos as suas baboseiras habituais, refletindo sobre aquilo que designou por “hábitos constitucionais”.

Não sei bem de onde lhe vem esta vocação para criar conceitos constitucionais, mas o hábito de formar governos sem maioria constitucional, como sugere Santana tem tanto de constitucional como ir à casa de banho aliviar a tripa. Sem mais argumentos Santana candidata-se a líder do PSD sugerindo que se cometeu uma violação da constituição ao se vuiolar algo que supostamente é um bom costume constitucional.

A direita tem usado este tipo de argumentos tantas vezes que até se convenceram de que tem fundamento. Santana foi mais preciso e referiu vários governos, a começar pelo primeiro governo de Cavaco Silva e terminando com o governo de Guterres, fazendo passar a mentira de que os governos minoritários sobreviveram com o apoio do PSD.

Acontece que os governos minoritários do PS resistiram enquanto o PSD não conseguiu o apoio do PCP e do BE para as suas moções de censuras. Os governos minoritários do PS não passaram graças à generosidade do PSD, mas sim porque ou este partido receou que repetindo eleições perdia votos ou porque não conseguiu o apoios à esquerda.