quinta-feira, janeiro 04, 2018

UMAS NO CRAVO E OUTRAS NA FERRADURA



 Jumento do Dia

   
Hugo Soares, líder temporário do grupo parlamentar do PPD

Passos Coelho acaba de ser promovido a "banana", senta-se no parlamento, discursa nas jornadas parlamentares mas já não é ninguém no PSD. Pior do que isso, Hugo Soares acha que o parlamento deve parar até que escolham alguém para liderar o partido.

«O líder parlamentar do PSD respondeu esta manhã ao veto presidencial ao diploma que altera o financiamento partidário para dizer que o seu partido “não tem pressa absolutamente nenhuma em tomar nenhuma decisão em cima do veto do Presidente da República”. No dia 19 de dezembro, os partidos alteraram a agenda de votações do último plenário antes das férias de Natal para incluir a votação das alterações à lei do financiamento “tendo em conta a urgência da sua aprovação”, segundo a súmula da reunião da conferência de líderes onde isso ficou assente.

Mas agora, 15 dias depois, o PSD — que foi um dos partidos, a par do PS, PCP, BE e Verdes, que aprovou as mudanças — garante já não ter urgência em mexer na mesma lei até porque está em vias de escolher um novo líder. E tanto Rui Rio como Pedro Santana Lopes criticaram o processo que envolveu as alterações à lei e também o conteúdo do diploma que Marcelo Rebelo de Sousa acabou por vetar na noite desta terça-feira.

Aguardaremos com toda a naturalidade e tranquilidade a eleição de uma nova liderança do PSD para discutir estes processo e se houver vontade e entendimento, alterar a lei”

“O PSD está em processo de escolha da nova liderança, por isso, o grupo parlamentar do PSD com toda a naturalidade e tranquilidade esperará que seja eleita uma nova comissão política para poder dar as instruções devidas ao grupo parlamentar”, detalhou Hugo Soares numa conferência de imprensa na Assembleia da República.» [Observador]

 Expedientes presidenciais

É evidente que Marcelo joga com o tempo para adiar uma decisão sobre o financiamento dos partidos para depois da escolha do novo líder do PD, provavelmente o seu eleito. Para isso sugeriu que a lei fosse ao TC quando o próprio Marcelo não o fez. Não é bonito para a democracia ver um Presidente da República recorrer a expedientes para atrasar processos. Um Presidente da República não deve recorrer a expedientes destes no exercício das suas funções.

      
 O Síndroma do PEC IV
   
«A ideia foi do Presidente da República, mas mesmo assim não saberá com antecedência a que acordo chegaram os parceiros da área da justiça a quem pediu um pacto para o sector. Juízes, procuradores, advogados, funcionários judiciais e solicitadores reúnem-se em Tróia quinta e sexta-feira para fecharem negociações que duram há 15 meses. Não convidaram, porém, Marcelo Rebelo de Sousa para o encontro.

Alguns destes parceiros deveriam ter sido recebidos no Palácio de Belém a 28 de Dezembro, não fosse o chefe de Estado ter sido internado no hospital para uma operação de emergência. “Não lhe iríamos fazer um convite formal, mas iríamos pô-lo à vontade, dizendo-lhe que, apesar de estarmos num encontro de trabalho, e não numa conferência ou noutro acto solene, teríamos muito gosto em tê-lo lá”, explica o secretário-geral da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, João Paulo Raposo. O adiamento destas audiências, que ainda não foram remarcadas, fez com que nem isso tivesse sido dito a Marcelo. O Presidente será informado das conclusões nos dias a seguir ao encontro.» [Público]
   
Parecer:

Parece que o país vive uma nova doença que se poderia chamar de síndroma do PEC IV, o PEC que deixou Cavaco Silva muito ofendidinho porque não teve conhecimento prévio do mesmo, como se tal fosse da sua competência. Agora parece ser quase um escândalo nacional, em relação a tudo o que se passa no país os nossos jornalistas começam por querer saber se Marcelo foi previamnte avisado, como se Marcelo fosse o nosso Big Brother presidencial.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
 No melhor pano cai a nódoa
   
O Presidente da República está “surpreendido e chocado” com a notícia de que um padre seu conhecido de longa data está foi constituído arguido num caso de desaparecimento de arte sacra.

Desaparecimento de arte sacra põe Judiciária atrás de padre
“Tendo sabido hoje do processo, estou surpreendido e chocado. Não esperava isto de uma pessoa que conhecia há tanto tempo das paróquias de Cascais e Carcavelos e não corresponde à ideia que tinha dele”, disse o chefe de Estado ao PÚBLICO.

Ainda em Dezembro, Marcelo Rebelo de Sousa esteve presente no lançamento de um livro de homilias do padre António Teixeira para o qual escreveu um prefácio onde fala do perfil espiritual do pároco.«» [Público]
   
Parecer:

Parece que o Presidente tem um problema com alguns dos seus velhos amigos de Cascais, sejam padres ou banqueiros.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Há limites
   
«As escolas estão a cortar no aquecimento para conseguir pagar contas, porque o Governo ainda não transferiu as verbas orçamentais de 2017, avança a edição desta quarta-feira do Diário de Notícias. Os diretores afirmam que as contas de eletricidade não deixam margem para fazer face a outras despesas, como o material necessário para as aulas.

Manuel António Pereira, diretor do agrupamento de escolas de Cinfães e presidente da Associação Nacional de Diretores Escolares, falou ao Diário de Notícias das “gravíssimas limitações financeiras” que as escolas estão a passar, admitindo que muitas escolas do interior do país estão a passar por grandes dificuldades.» [Observador]
   
Parecer:

Esta situação deve ser investigada com rigor.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Questione-se o ministro da Educação.»