Um dos pratos típicos da gastronomia portuguesa é o arroz de
coelho, habitualmente os restaurantes asseguram os clientes que é com “arroz
malandrinho”. Há qualquer coisa de errado naquilo que o governo nos está
fazendo engolir, ou se enganaram no coelho ou a cozinheira da Quinta da Coelha
comprou o coelho na feira de Boliqueime e em vez de ser o arroz o malandrinho é
o Coelho que anda armado em malandro.
A esta hora ainda o Cavaco está a remoer com os seus
pensamentos para entender como é que se atirou ao Sócrates na esperança de
fazer levantar uma lebre e acabou por ficar com um coelho, ainda por cima um
coelho bem mais malandrinho do que o arroz, tão malandrinho que até anda por aí
a dizer que o Presidente ganha em pensões muito mais do que aquilo a que teria
direito considerando os descontos que fez. Ainda por cima há o ditado que diz
que a “galgo velho salta-lhe a lebre e não o coelho”, enganou-se, saltou-lhe um
coelho e bem mais manhoso do que a encomenda.
Só um coelho malandrinho se lembraria de ideias tão
brilhantes como cortar nas pensões de reforma indiscriminada porque um qualquer
etíope lhe disse que os pensionistas ganhavam demais, ou que são os ricaços que
mais beneficiam do Estado social algo que, aliás, é fácil de ver a olho nu,
basta ir a um centro de saúde que corremos o risco de nos cruzarmos com o
Ricardo Salgado, num centro de emprego podemos ser surpreendidos por um Ulrich
e na fila do rendimento mínimos podemos trocar umas receitas de scones com a
dona Jonet.
Este Coelho é tão malandrinho que seria boa ideia perguntar
ao Hugh Hefner se com tantas coelhinhas e com o roupão a ficar um pouco gasto não
quer levar-nos este coelhinho para as suas mansões, assim sempre parava de
fornicar os portugueses e talvez se dedicasse a cobrir coelhinhas, algo que
nunca deveria ter deixado de fazer em vez de se ter metido na política.