domingo, dezembro 30, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura


 
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Espelho de Água, Parque Eduardo VII, Lisboa
   
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Proa de barco [A. Cabral] 

Jumento do dia
  
Fernando Leal da Costa
 
O secretário de Estado tem toda a razão no que disse, o problema está na forma, no contexto, no momento e o objectivo com que o fez. É evidente que se alguém vai "às putas" e se recusa a usar o preservativo é muito provável que sejam os contribuintes a pagar-lhe o tratamento da sida.
 
É verdade que os custos do SNS são empolados pela irresponsabilidade de muitos ou pela falta de cuidado generalizado da parte dos portugueses. Dizê-lo faz todo o sentido, como faz sentido lançar um debate em torno desta questão, fará sentido o cidadão ter de pagar os tratamentos médicos de um irresponsável que se embebedou e de seguida mete-se no carro? É óbvio que não, os tratamentos deviam ser pagos pelo próprio.
 
Mas uma coisa é debater estas questões num quadro mais amplo, outra é falar do assunto apenas preocupado com o seu orçamento, alheio da necessidade de promover uma cultura de responsabilidade cívica ou de lançar campanhas sérias de prevenção da doença e do acidente. Fernando Leal da Costa teve toda a razão no que disse, o problema é que nem sempre a razão se tem  pelos melhores motivos e quando a temos por péssimos motivos de pouco nos serve. É pena que um debate necessário tenha começado de forma tão desastrosa.
 
«O secretário de Estado da Saúde considera que os portugueses têm a obrigação de contribuir para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), prevenindo doenças e recorrendo menos aos serviços.
   
"Se nós, cada um dos cidadãos, não fizermos qualquer coisa para reduzir o potencial de um dia sermos doentes, por mais impostos que possamos cobrar aos cidadãos, o SNS será, mais tarde ou mais cedo, insustentável", afirmou Fernando Leal da Costa, em entrevista à agência Lusa.» [DN]
   
 Meter o Salazar para aconchegar o dito
 
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(cortesia CC)

Na cozinha há um utensílio, a espátula, a que os portugueses se habituaram a chamar Salazar, poupa-se raspando o tacho com o Salazar. Parece que Passos Coelho arranjou outra utilidade para o dito, poderia ser usado para usar chapéus mas como o primeiro-ministro raramente usa a cabeça no seu pensamento político optou por meter o Salazar mais perto do rabo.
 
Enfim, cada um mete o Salazar onde lhe dá mais jeito.
 
 UM desafio ao governo

Porque não coloca os processos da privatização da TAP e da ANA na internet para que os cidadãos os pudessem consultar? Assim poderíamos comparar as garantias e os pagamentos rejeitados na TAP com os que terão sido aceites na ANA.
  

  
 O Pedro
   
«Não satisfeito com a sua mensagem de Natal, na qualidade de primeiro-ministro, o Dr. Passos Coelho resolveu este ano brindar o país com um pequeno texto íntimo no facebook, onde os portugueses surgem (não se sabe bem como) na qualidade de “amigos” e o remetente dá pelo singelo nome de Pedro. Ao contrário de Passos Coelho – o primeiro-ministro – Pedro – o amigo – junta-se a nós no infortúnio (que ele como primeiro-ministro nos infligiu), num alinhavado de frases que não honra a quarta classe, onde os erros de concordância abundam e o vocabulário revela uma confrangedora pobreza.

A redacção do Pedro, na sua penosa mediocridade, revela-nos antes de mais um ser (que, por acaso, é nosso primeiro-ministro) que não domina a língua que utiliza, deixando-nos sérias dúvidas quanto à articulação do seu pensamento – que como se sabe não é algo de etéreo e se traduz através da linguagem em que se expressa. Como se imagina, é sempre desagradável descobrirmos que, depois de tudo o que já passámos, chegámos agora ao cúmulo, de ter um primeiro-ministro cuja utilização da língua é no mínimo rudimentar. Este pormenor ajuda-nos a perceber a constante trapalhada conceptual em que o Dr. Passos Coelho navega, utilizando conceitos que não domina e frases que ninguém compreende. A título de exemplo refira--se apenas a misteriosa “refundação” que começou por ser do Memorando, depois aterrou no Estado, para acabar por se esfumar, sem que ninguém tenha alcançado o que o primeiro-ministro quis dizer – nem sequer o próprio, que, obviamente, não sabia o significado da palavra que utilizou.

Apesar de tudo, o essencial da mensagem percebe-se: embora este não tenha sido o Natal que merecíamos (presumo que o ajustamento das famílias de que tanto se gaba o governo não é para ser aplicado a épocas festivas), o Pedro garante-nos que devemos ter orgulho nos sacrifícios que fazemos porque a pobreza em si mesma é um mérito que devemos transmitir aos nossos filhos e netos, de forma que eles possam, um dia, ter um Natal melhor. Até lá temos de deixar os bifes de lombo com que nos empanturrávamos e recuperar o copo de dentes para pouparmos a água que até aqui sempre esbanjámos. E esperar que em melhores épocas, no tal Natal dos nossos filhos e netos, não tornemos a “viver acima das nossas possibilidades”, porque o país é pobre e os portugueses uns falidos irresponsáveis.

Este artificial esforço de proximidade, que o primeiro-ministro ensaiou no facebook, aconselhado por um qualquer assessor criativo, revela em todo o seu esplendor a indigência intelectual e política de quem nos governa. A mensagem aos “amigos”, além de tudo o que já foi dito, é um exercício degradante que diminui as instituições e enxovalha qualquer cargo político. O contacto directo com os cidadãos não se confunde com exercícios patéticos, nos quais o primeiro-ministro se deixa substituir pelo Pedro através de uma redacção medíocre, com laivos de um sentimentalismo bacoco que ainda por cima revelam as insuficiências notórias do primeiro-ministro que temos.» [i]
   
Autor:
 
Constança Cunha e Sá.   
   
     
 E não quererão também deixar de pagar salários
   
«Subsídios de férias e Natal podem desaparecer para sempre no sector privado» [CM]
   
Parecer:
 
Esta orgia vai acabar mal.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se aos abusadores da CIP se já estão alugando apartamentos no Brasil pois arriscam-se a ter de fugir com a roupa que trazem vestida.»
      
 Governo envia processo da TAP para o Tribunal de Contas
   
«O Executivo vai enviar "todos os elementos informativos" relativos ao processo de reprivatização da TAP - Transportes Aéreos Portugueses para o Tribunal Contas (TC), de acordo com uma resolução do Conselho de Ministros.» [DN]
   
Parecer:
 
No processos constam gravações das conversas que o Relvas teve com diversas personalidades sobre o assunto?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se.»
   
 O Lucky Luck da democracia
   
«Fonte oficial da Presidência da República contactada pela RTP manifestou "estranheza" sobre uma portaria assinada em 26 de dezembro pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, e esta sexta-feira publicada em Diário da República, que invoca a Lei do Orçamento de Estado para 2013, que ainda não foi promulgada.

A Portaria nº 426-C/2012 diz textualmente o seguinte: "A Lei nº [...] de 2012 que aprovou o Orçamento de Estado para 2013, alterou o artigo 11 do Código do IRS, determinando que as entidades devedoras de rendimentos do trabalho passam a estar obrigadas a entregar mensalmente uma declaração de modelo oficial".

À pergunta sobre se o Ministério das Finanças terá tido alguma indicação que desse como certa a posição do presidente sobre a lei, respondeu a mesma fonte oficial da Presidência da República que não poderia dizer se há uma posição tomada neste momento, mas que com toda a certeza não existia essa posição em 26 de dezembro.» [DN]
   
Parecer:
 
Se calhar também adopta decisões inconstitucionais tendo em conta uma Constituição que tenciona impor um dia destes.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
   
 Miguel Macedo o melhor ministro
   
«O Expresso elegeu Miguel Macedo e Paulo Macedo como os ministros com melhor comportamento em 2012, atribuindo uma nota de 12,1 quer ao ministro da Administração Interna quer ao ministro da Saúde, numa escala de um a vinte. Trata-se de uma melhoria em relação às avaliações que os dois governantes tinham tido no ano passado, de 10,2 e 11,6, respectivamente.
  
Há um ano, só três membros do Governo tinham tido nota negativa na avaliação do Expresso: Assunção Cristas, Aguiar-Branco e Álvaro Santos Pereira. Este ano, o número de governantes com negativa subiu para cinco: Miguel Relvas (5,5), Vítor Gaspar (9), Passos Coelho (9,1), Paulo Portas (9,8) e Mota Soares (9,8).
   
No ano passado, Álvaro Santos Pereira estava no fundo da tabela, mas, em 2012, subiu até meio da tabela com uma nota de 10,2. O ministro Economia trocou assim com Miguel Relvas, o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, que ocupava há um ano um lugar no meio da tabela, com uma nota de 11,1, enquanto em 2012 não só tem a nota mais baixa, de 5,5, como está bem longe da nota negativa imediatamente a seguir, de Gaspar (9). » [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:
 
Talvez seja, mas se o Miguel Macedo é o melhor ministro isso só é explicável pelo facto de o governo ser francamente mau. Mas colocar o Macedo dos cassetetes ao lado do Macedo da Saúde é próprio de quem já tinha bebido uns copitos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
   

   
   
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