Foto Jumento
Estátua na Rua Augusta, Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento
Maçarico-das-rochas (Actitis hypoleucos) [A. Cabral]
Jumento do dia
Sôr Álvaro
O sôr Álvaro de quem se diz ser ministro da Economia e ao que parece que é mesmo anda muito preocupado com o desemprego. Com os milhares e milhares de desempregados que perderam o emprego ou com os que vão perder em consequência das medidas do seu governo? Não, o sôr Álvaro manifestou-se pela primeira vez preocupado com o risco de alguns trabalhadores ficarem sem emprego em consequência da greve dos estivadores!
Ó sôr Álvaro, e se voltasse para o Canadá livrando os portugueses da sua presença desnecessária e ridícula?
«Os efeitos que a greve dos estivadores provocam sobre a atividade dos portos portugueses poderá levar os operadores a reduzirem o quadro de pessoal, disse hoje o ministro da Economia Álvaro Santos Pereira.
"Isso é uma decisão dos operadores. No entanto, é muito claro que esta greve está a afetar alguns portos de forma muito acentuada. Obviamente que, se há menos movimentação de carga e se os portos são muito afetados na sua atividade, é muito natural que alguma coisa tenha que ser feita", afirmou o governante.» [DN]
A embaixada inútil
«De viagem por Cabo Verde, aonde foi com uma luzida corte de parceiros de Governo, o dr. Passos Coelho passeou, durante quinze minutos, pelas ruas do Mindelo. Conversou animadamente com a população, afagou uns meninos e ficou todo contente quando uma miúda, a uma pergunta sua, disse-lhe o nome. Pedro, é isso mesmo. Rejubilou. Foi quando um jornalista, candidamente, o interrogou sobre há quanto tempo não fazia o mesmo em Portugal. Momento embaraçoso por um lado, e patético por outro. O pobre Passos, sem pudor nem escrúpulo por atropelar a verdade, retorquiu: mas eu ando sempre na rua, com uns e com outros. Uns e outros devem ser os batalhões de guarda-costas, que o seguem diligentes e, amiúde, particularmente agressivos.
O homem não tem emenda e, além de estar a milhas para servir de exemplo a coisa alguma, é o responsável do nosso infortúnio. Foi a Cabo Verde em negócios, como vai sendo comum. Aquele país, povoado por gente admirável, é um alfobre de cultura, que produziu gente como Baltazar Lopes, Ovídio Martins, Arnaldo França, Corsino Fortes, Manuel Lopes, ou o Manuel Ferreira, de Hora di Bai, e desse extraordinário Voz de Prisão. Uma terra que tem gerado grandes músicos e grandes cantores - não mereceu, nesse aspecto, aos nossos governantes, uma atenção especial e devida. É pena. Os laços culturais entre os dois povos estabeleceram-se numa relação de que o Brasil foi intermediário. O movimento "claridoso", reunido em torno da revista Claridade, reencarnou-se nas experiências de Jorge Amado e de Graciliano Ramos, mas, também, no neo--realismo português. Nomes como Mário Dionísio, Joaquim Namorado, Redol, Manuel da Fonseca e Carlos de Oliveira eram, e são, conhecidos no mundo cultural caboverdeano.
Creio que Pedro Passos Coelho transporta, neste capítulo, uma ignorância comovente. E se, com o vistoso grupo de companheiros de Governo, tivesse levado na viagem dois ou três escritores, dois ou três músicos, a campanha teria outro luzimento e objectivos mais sólidos.
Infelizmente, porém, o primeiro--ministro é mais propenso aos números do que aos enfados do conhecimento geral. De contrário, saberia que a identidade social, moral, ética e estética de Cabo Verde tem mais a ver com a consistência cultural do que com a incerteza e a fluidez da economia. Houve políticos portugueses, como Soares ou Sampaio, que entenderam as diferenças fundamentais. Mas o triste advento do dr. Cavaco alterou o fio condutor dessa experiência. Uma interrupção de dez anos, que correspondem à década durante a qual o algarvio foi primeiro-ministro foi, demonstradamente, calamitosa. E nem Guterres nem Durão Barroso, homens medianamente lidos, colmataram o vazio pesaroso e dramático. Esta memória para dizer que a embaixada a Cabo Verde foi supérflua, e apenas serviu para Passos passear sem gorilas. » [DN]
Baptista-Bastos.
Maternidade Alfredo da Costa
«A primeira casa da minha filha faz hoje 80 anos. É uma efeméride comum, a primeira casa da minha filha foi também a de muitos milhares de lisboetas. Mas permitam-me personalizar o dia em que a minha filha conheceu a sua primeira casa. Ela escondeu os olhos, só os conheci mais tarde, mas até foi bom, tive todo o tempo para os dedos dela. Dos pés e das mãos, a agarrar. Agarravam o ar disparatadamente como que a possuir a vida. Desejei-lhe essa vontade pelos anos fora. Ela começou onde eu queria. Numa casa com nome de um goês, puxada para a vida por um cabo-verdiano e da barriga de uma angolana. Como eu queria. Mundo. Não mundo ao calha, de turista. Mundo com sentido, de viajante. Prometi-me que ela iria conhecer o sentido de aquele goês, aquele cabo-verdiano e aquela angolana terem desaguado numa casa de Lisboa. E de ser importante tanto o mundo quanto a âncora que a casa era. Gostei de a primeira casa da minha filha ser uma casa amada pela cidade. Hoje, vou telefonar-lhe para o país onde está, confirmando que a sua primeira casa vai fechar. Ela vai perguntar-me porquê. Eu vou dizer-lhe que não sei, mas parece que tem de ser, números. Coincidência, números é aparentemente a profissão que ela escolheu. Sobre o destino da primeira casa da minha filha não posso nada. Sobre a minha filha posso, vou dizer-lhe outra vez aquilo que ela sabe: nunca podem ser só números.» [DN]
Ferreira Fernandes.
Deixa mostrar o cartaz ó Serra!
«Passos Coelho discursava esta manhã numa conferência sobre segurança quando um grupo de estudantes ergueu um cartaz a pedir a demissão do chefe do Governo. A segurança preparou-se para atuar mas, desta vez foi o próprio primeiro-ministro a impedir a intervenção.» [SIC]
Parecer:
Isto começa a ser ridículo.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Alguem que serre o passo ao Passos!»
A impunidade ainda não acabou?
«O presidente do Conselho de Prevenção da Corrupção (CPC), Oliveira Martins, afirmou hoje a sua insatisfação com a persistência de corrupção em Portugal e defendeu que é preciso aumentar a investigação criminal e a prevenção.» [DN]
Parecer:
A ministra da Justiça deve ter-se esquecido das suas promessas.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
Já se dá leite de vaca a bebés
«Mães sem dinheiro para comprar leite em pó estão a alimentar bebés de poucos meses com leite de vaca, ou juntam mais água às fórmulas artificiais, o que pode prejudicar a saúde das crianças.
Estes casos são do conhecimento dos serviços sociais da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, que cada vez mais atendem mães com "grandes carências", a maior parte devido ao desemprego, como disse à Lusa a assistente social Fátima Xarepe.
"Todos os dias recebemos pedidos de ajuda", disse, explicando que os mais frequentes são para a compra de leite em pó, de medicamentos, como vitaminas ou vacinas que não constam do Plano Nacional de Vacinação, e produtos de higiene.» [CM]
Parecer:
Mais uma conquista gasparista.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabéns ao Gaspar e ao Passos Coelho pelo que os seus excessos estão custando aos portugueses que andavam a comer demais, começando por esses bebés gulosos que estão agora aprendendo que o país não pode ir além do leite de vaca.»
A OIT também não acredita no gasparismo
«A Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirma que a redução de salários e a aposta nas exportações não serão suficientes para resolver os problemas económicos portugueses.
O facto de os países europeus estarem muito dependentes entre si nas políticas económicas recessivas que aplicam faz com que se verifiquem bloqueios mútuos ao crescimento, diz a organização.
“Quando vários países europeus com fortes relações comerciais entre si aplicam ao mesmo tempo políticas de desvalorização fiscal, o resultado é uma austeridade concertada que resulta numa recessão simultânea”, considera a organizaçãonum artigo publicado esta quarta-feira, no seu site, e onde Portugal é citado como exemplo desse círculo.» [i]
Parecer:
Quem acredita?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Acendam-se a luz para se ver melhor se alguém levanta o braço.»
Cavaco está muito mudado
«Questionado pelos jornalistas sobre se o Governo está a conduzir bem as negociações, Cavaco Silva afirmou não ter elementos para fazer a avaliação.» [Público]
Parecer:
Já permite que o governo o ignore em negociações internacionais.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «»