segunda-feira, dezembro 17, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura

 
 
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Peça de Natal na Brodway [JM Ferreira]   

Jumento do dia
  
Manuel Lemos, presidente da Unão da Misericórdias Portuguesas
 
O negócio da caridade vai de vento em popa.
 
«O presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos, disse hoje que enquanto existirem misericórdias não há razão para haver fome em Portugal, criticando o "calor da luta política" que se tem gerado sobre o assunto.
   
"Quem quiser e estiver em condições e precisar (...) pode ir a uma misericórdia de Portugal e a muitas IPSS [instituições particulares de solidariedade social] onde de certeza terão o que comer", declarou Manuel Lemos à agência Lusa.» [DN]
 
 Se não formos nós

Depois de ter defendido que o Estado Social favorecia os mais ricos o líder do PSD vem agora insinuar que os pensionistas com pensões mais elevadas são uns proxenetas sociais. Passos Coelho usa a estratégia fascistas que adoptou desde o início, divide os portugueses, atira uns contra os outros, sacrifica uns aos olhos dos outros atribui culpas a quem mais lhe convém em função das medidas que vai adoptando a mando do ministro das Finanças.
 
Empobreceu os funcionários porque ganhavam mais do que a média, cortou nas pensões porque os pensionistas são malandros, aumenta os impostos sobre as pensões mais altas porque os pensionistas vivem à custa do país, quer introduzir propinas no ensino secundário e cobrar na saúde porque são os ricos que andam na escola e vão aos hospitais públicos.
 
Foi preciso aparecer um santo como este Passos Coelho para os portugueses fossem metidos na linha, nem que isso conduza o país a convulsões sociais ou mesmo a uma guerra civil.


  
 Se não formos nós
   
«1-Desta vez, Medina Carreira não teve direito a primeira página por causa dum dos seus famosos gráficos, nem por mais uma das suas previsões do fim do mundo, nem mesmo por chamar vigarista ou ignorante a alguém. Não, o jornal Sol relatava uma busca a sua casa no âmbito da investigação ao caso "Monte Branco". Para temperar a notícia não faltou a fotografia com o comentador a piscar o olho com ar de tramóia.
  
Uns dias depois, ficamos a saber que Teixeira dos Santos tinha também tido a casa revistada. Para que ficássemos mesmo bem informados, foi acrescentado o pormenor de que a busca fora às sete da manhã. Assim ficamos a saber que a justiça praticamente não dorme, que é pela fresquinha que se apanham as malandrices. Ou então a informação saiu para que pensássemos que a coisa era mesmo urgente. Fôssemos inocentes e já não tivéssemos visto estes números vezes suficientes e descartávamos logo a última hipótese. Infelizmente, temos boas razões para não sermos.
   
Curiosa, porém, foi a reacção ao caso Medina Carreira e a forma como foi tratado face aos variadíssimos episódios similares anteriores ou mesmo com o de Teixeira dos Santos, dessa mesma semana. A Procuradoria resolveu levar a cabo uma investigação sobre violações ao segredo de justiça (não vale rir) e figuras destacadas da sociedade portuguesa mostraram a sua indignação face ao sucedido.
  
E em que se distingue o caso Medina Carreira de todos os outros casos de violação do segredo de justiça, nomeadamente do de Teixeira dos Santos? Em rigorosamente nada. O comentador popular não foi, como muitos outros, protegido por quem o deveria proteger: o sistema de justiça. Foi apenas mais um que viu o seu nome escarrapachado num jornal na sequência de investigações que podem ou não levar a uma acusação, e que na esmagadora maioria das vezes não levam.
   
As palavras para descrever o que ocasiona a combinação entre a violação do segredo de justiça e a sua divulgação em órgãos de comunicação social estão definitivamente gastas. Esta espécie de pacto diabólico entre alguns elementos do Ministério Público e alguns meios de comunicação social constitui um ataque terrível aos mais básicos direitos individuais. Neste infame tribunal não há presunção de inocência, as pessoas são condenadas sem sequer se poderem defender.
  
É evidente que existem casos em que estas coisas acontecem por razões político-partidárias; outros, para se condenar na opinião pública alguém que não se consegue condenar em tribunal, as condenações por convicção, que infelizmente não acontecem só na praça pública; outros para pôr em causa a classe política em geral; outros para ameaçar vozes incómodas; outros por motivos meramente venais. Todos eles, no entanto, profundamente atentatórios ao Estado de direito e aos mais fundamentais direitos.
  
Tem havido demasiada gente a pactuar com as constantes quebras de sigilo nas investigações e a embarcar em julgamentos na praça pública.
   
Sim, devem ser os políticos a não pactuar com este tipo de situações. Devem ser eles, por nosso mandato, os primeiros a defender a lei e o Estado de direito. Deve ser o sistema de justiça, juízes, procuradores e polícias a lutar para erradicar as ervas daninhas do seu seio. E, claro, os meios de comunicação social não podem continuar a colaborar nesta vergonha.
  
Mas mais do que qualquer operador político ou judicial, devemos ser nós, cidadãos, a não colaborar com toda esta indignidade. Bem sabemos que temos sido demasiadas vezes cúmplices de calúnias, boatos e difamações. Mais: temos sido demasiadas vezes juízes dos nossos suspeitos favoritos.
   
Temos de ser nós, cidadãos, a exigir que os julgamentos sejam feitos no local correcto e por um juiz de direito, não num qualquer jornal e por uma nefanda coligação entre operadores judiciais e elementos da comunicação social pouco escrupulosos. Somos nós que não devemos condenar alguém porque nos foi dada a ouvir uma escuta qualquer ou por nos terem informado que a casa de fulano de tal foi revistada. Somos nós que não nos podemos deixar manipular. Enquanto deixarmos que isso aconteça não há juiz ou político que nos salve. Nem a nós nem ao Estado de direito.
   
2-Segundo uma sondagem do Expresso, apenas 7,6% dos portugueses acham que o Presidente da República deve promulgar o Orçamento do Estado para 2013. As sondagens são só um instrumento de auxílio à decisão, mas há indícios, digamos assim, que não devem ser desprezados. É que ao Presidente da República convinha representar alguém.» [DN]
   
Autor:
 
Pedro Marques Lopes.   
   
     
 Reformados queixinhas
   
«“Queixam-se de lhes estarmos a pedir um esforço muito grande”, disse Passos Coelho em Penela, considerando que esses reformados e pensionistas “descontaram para ter reformas, mas não para terem aquelas reformas”.
   
Tais pensões elevadas, segundo o primeiro-ministro, “não correspondem ao valor dos descontos que essas pessoas fizeram” ao longo da sua carreira contributiva.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:
 
São uns malandros.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Isto vai acabar mal.»
      
 Então não é um governo unido
   
«“A coligação está de boa saúde, o Governo é uno, absolutamente solidário, coeso e trabalha todos os dias para tentar salvar o País”. As palavras pertencem ao ministro da Defesa, José Pedro Aguiar Branco, que, em entrevista ao Público, rejeita quaisquer tensões que possam existir com o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.

“Um Governo tem um mandato de quatro anos, o balanço e a prestação de contas são feitos ao fim desses quatro anos”, afirmou o governante relativamente ao cenário de contestação alargada face às medidas do Executivo, e acrescentou: “Há momentos que são mais difíceis, há momentos mais fáceis, há momentos mais dolorosos e outros mais fáceis, porque as condições assim o permitem. E o balanço é feito no momento certo”.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:
 
É pois, é mesmo um governo coeso, firme e hirto na unidade entre o número um e o número três, ou será que Portas já foi despromovido para número quatro?!
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
   
 Portugueses cada vez mais gasparistas
   
«Os portugueses estão a comprar só o essencial, ou seja, a alimentação e a cortar, por exemplo, na higiene, a pessoal e a da casa.
   
O estudo da Nielsen sobre bens de grande consumo, divulgado este domingo pelo Diário de Notícias e Jornal de Notícias, revela que de Janeiro a Novembro, os consumidores nacionais compraram sobretudo comida. A mercearia representa 36,3% das vendas da grande distribuição contra os 35,8% no ano anterior.
   
Quanto aos produtos de higiene verificou-se uma ligeira quebra nos produtos para a casa, de 8,5% para 8,2%; e nos de higiene pessoal a quebra é ligeiramente superior, de 12,2% para 11,9%.» [Público]
   
Parecer:
 
Um dia destes tomamos banho com sabão azul.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Gaspar se usa gel de banho ou sabão azul.»
    


 O Ulrich passou-se
   
«“No caso das pensões a cargo de fundos de pensões, as declarações do primeiro-ministro são um insulto e não são verdade”, afirmou Fernando Ulrich ao Negócios.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu hoje a necessidade de os reformados com pensões mais elevadas darem ao Estado um “contributo maior”, o que na sua opinião não viola a Constituição da República.
    
Tais pensões elevadas, segundo o primeiro-ministro, “não correspondem ao valor dos descontos que essas pessoas fizeram” ao longo da sua carreira contributiva”.
O primeiro-ministro disse que “há pessoas que estão reformadas e que têm reformas que são pagas por aqueles que estão hoje a trabalhar”, que “nunca terão” reformas desse nível. Os jovens que agora começam a trabalhar “vão ter pensões e reformas de acordo com toda a sua carreira contributiva”, frisou, sem nunca se referir directamente ao eventual pedido de fiscalização sucessiva do OE a efectuar pelo Presidente da República junto do Tribunal Constitucional.» [Jornal de Megócios]
   
Parecer:

O Passos Coelho começa a perder os seus melhores defensores, depois de esfolar os mais pobres era inevitável que a austeridade chegasse aos clientes do Ulrich, só se lamenta que o presidente do BPI tivesse chegado a imaginar que seriam só os pobres os sacrificados.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
      
 Alemanha descarta responsabilidades
   
«O governo alemão está insatisfeito com os progressos "lentos" dos países afetados pela crise do euro na inversão do rumo, diz um esboço de um relatório económico de Berlim, hoje antecipado pelo semanário Der Spiegel.

De acordo com o documento, a que o título teve acesso e que deverá ser aprovado por completo em Janeiro, Portugal, Grécia, Espanha e Irlanda iniciaram o "caminho correcto" mas a sua "competitividade melhora lentamente", aparte Dublin.» [Jornal de Negócios]
   
Parecer:

Primeiro o problema estava no consumo, como as políticas de austeridade brutal falharam agora o problema é da competitividade, um problema que durante mais de um ano foi ignorado nas exigências germânicas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Passos Coelho se a Merkel já lhe enviou o novo discurso.»



   
   
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