Aquilo que por aí se vai dizendo sobre o Pacheco que embarretou a nata da inteligência jornalística nacional faz lembrar Scolari quando perguntava "e o burro sou eu?". Num país de vigaristas e vigarices, onde o governo já se engana a si próprio anda muita gente indignada chamando burlão ao Pacheco. O que dirão os milhares de professores despedidos que roem as unhas com saudades do tempo em que dia sim, dia não iam a manifestações? O que dirão os tais jovens à rasca que andam tão silenciosos que até parece que já se desenrascaram O que dirão os taxistas, habitual tropa de choque do PSD, ou os camionistas que agora nem ganham para o mata bicho nas longas horas em que são forçados a encostar as viaturas? O que dirão os muitos milhares de restaurantes que no tempo de Sócrates eram centro de propaganda anti-governo por causa da ASAE e agora fecharam as portas?
Apetece perguntar se então, o burlão é o Pacheco ou e o Pacheco é o único pardalinho a comer o trigo da nossa paciência.
O Gaspar não acerta uma única das suas previsões, os erros são de tal magnitude que é legítimo se não são erros premeditados que visam provocar desvios, que por sua vez, vão justificar as opções extremistas do ministro e o burlão é o Gaspar?
Houve aí um senhor que andou em roteiros de exclusão exibindo a miséria nacional e que chegou a defender que o povinho não suportava mais austeridade mas agora aprova todas as medidas, sejam cortes salariais ou aumentos brutais de impostos e o parlapatão é só o Pacheco?
O Passos Coelho chumbou o PEC IV porque era contra mais impostos, prometeu reformas e crescimento para 2012, governo ignorando o programa eleitoral e o de governo, faz tudo ao contrário do que promete e o parlapatão é apenas o Pacheco?
O sôr Álvaro faz acordos de concertação social e depois adopta medidas brutais como a famosa TSU sem dar qualquer conhecimento aos parceiros sociais e o parlapatão é só o Pacheco?
O Paulo Portas andou pelas feiras armado em defensor do contribuintes, disse que ia para o governo aligeirar o extremismo do PSD, à porta fechada aprova desde a TSU ao aumento dos impostos e depois vem a público armado em indignado e rapidamente desaparece do país, enchendo a mula de viagens e hotéis de cinco estrelas à conta do dinheiro dos contribuintes e o parlapatão é só o Pacheco?
O Miguel Relvas anda por aí a descerrar placas onde se auto intitula dr, viaja por esse mundo fora com bilhetes pagos pelos contribuintees onde o seu nome é dr. Relvas e só o Pacheco é que é parlapatão?
Este país está a perder a noção do ridículo, foram incapazes de contestar as opiniões do Pacheco, até o convidaram para grandes conferências e entrevistas em jornais e programas de televisão de referência, nem durante nem depois das intervenções alguém se lembrou de o contestar, de contrariar os números ou soluções, acotovelaram-se paraa o cumprimentar, ofereceram-lhe almoços, imploraram-lhe para os contemplarem na agenda preenchida e agora sentem-se ofendidos?
Até a procuradoria está gastando o escasso dinheirito dos contribuintes para analisar as diabruras do Pacheco, como se fosse o mais perigoso parlapatão nacional. Estão enganados, o único prejuízo que o Gaspar provocou foram umas almoçaradas e jantaradas, o que em tempos de recessão nem sequer é prejuízo, são pequenas baforadas de oxigénio keynesiano. Os parlapatões perigosos são outros, são os que em vez de promoverem almoços determinam a falência de milhares de restaurantes, que transformam portugueses qualificados em quase inddigentes, que destroem uma parte significativa do tecico económico e social, que expulsam uma parte dos quadros qualificados do país, que transformam o país numa ilha de miséria económica, social e cultural em plena Europa do século XXI.
Esses sim que são os parlapatões, porque parlapatão é aquele "que se vale de embustes, de contar mentiras e vantagens; fanfarrão". Não foi assim que um político vulgar, mal preparado, sem ideias e sem habilitações chegou ao poder? E o parlapatão é só o Pacheco?