O nível intelectual de Passos Coelho é de tal forma primário
e os seus princípios ideológicos são tão pouco elaborados que não é difícil de
adivinhar que na sua comunicação de Natal vai repetir as banalidades e mentiras
do costume. Aliás, este Passos Coelho é de tal forma vulgar que entre um
discurso do Pontal e uma mensagem de Natal a única diferença está na decoração,
num fala de pé, com ar esganiçado e num palco, hoje falará com ar de coelhinho
de Páscoa e enquanto não for fotografado ao lado do papa o decor apresentará
umas velinhas acesas nas suas costas.
Se o programa fosse o “Perdoa-me” Passos Coelho diria que
estava ali por engano, mas como é Natal vai querer meter uma prenda no
sapatinho, mas a sua imaginação não é muita, como se sabe para se ser
imaginativo convém ser inteligente e inteligência é coisa que não abunda no
primeiro-ministro, a memória é escassa e a vergonha na cara é ainda menos, vai
oferecer-nos este ano o mesmo que já nos ofereceu o ano passado, emprego e
crescimento lá para o segundo semestre do ano que vem.
É evidente que Passos Coelho não vai assumir-se como um
fracassado que sem ideias se tem socorrido de um economista incapaz de acertar
numa única previsão, atributo que revela desde os tempos em que convenceu Braga
Macedo de que Portugal era um oásis no meu da Europa. Agora está tentando
convencer os portugueses de que o país é um bairro da lata e devemos viver a
condizer.
Passos Coelho vai repetir que é um Kaulza a comandar uma
nova operação Nó Górdio nesta guerra do ultramar que é a sua luta contra os
turras do Estado Social. Será uma mensagem de Natal a convidar-nos à coragem
para enfrentarmos os turras que andam na escola à borla, os turras que se
tratam nos hospitais, os turras ricos que vivem à custa da injustiça do Estado
Social. Passos vai apelar à coragem de um povo que insiste em ser piegas.
È evidente que Passos é muito competente, que a sua equipa é
um mimo, que o Álvaro é um mimo, que a diplomacia económica do Portas só é
superada pela capacidade de Miguel Relvas de estar em todo o lado onde haja
alguém interessado numa empresa pública e não tenha garantias, a Cristas já convenceu
metade dos portugueses a substituírem o cherne pelas cavalinhas da Caparica e o
Mota depois de meter duas crianças na cama onde dormia uma e dois velhos em
cada quarto vai encontrar uma solução para que com um subsídio de desemprego o
Estado passe a pagar a dois desempregados.
Hoje O grande Passos Coelho vai renovar a esperança dos
portugueses, investido nas funções de Pai Natal vai falar-nos que nem uma rena.