Apesar da fachada democrática e de seriedade que algumas
iniciativas públicas como as universidades de verão tentam promover, as jotas
da direita e, em particular, a do PSD são escolas de extrema-direita, os
pirralhos compram uns fatinhos iguais aos dos papás, vão fazendo juras de apego
à democracia mas muitos deles cultivam o salazarismo em casa ou na penumbra das
discotecas. EM vez de escolas de democracia estas são escolas de fascismo e
quando se ouve um líder da jota referir-se a uma constituição democrática como
algo a desrespeitar até se sente frio pela espinha acima. Aos poucos os
fascistas de discoteca vão assumindo os seus valores e um total desprezo pelos
direitos sociais e mesmo pelos direitos civis. Não admira que já se assista a
uma ofensiva contra o direito à greve, já faltou mais para que algum
intelectual de direita venha pedir o adiamento das eleições em nome do
ajustamento e com gente como o imperador Salassie não me admiraria que fosse a
própria troika a sugerir aos portugueses que a ditadura favorece a
competitividade externa.
O pobre do Paulo Portas está a pagar com língua de Palmo o
conforto judicial que lhe é proporcionado pelo governo, conforto a troco do
qual parece estar disposto a enterrar o seu partido e a aceitar engolir todos
os sapos que o Gaspar lhe mete pela goela abaixo com uma colher de pedreiro.
Começa a ser óbvio que Paulo Portas tem medo de sair do governo e de se
sujeitar à vingança de quem tem no governo quem tenha prometido a impunidade,
culpado ou inocente as vítimas da justiça não são os condenados, esses têm
sorte pois conseguem cumprir uma pena, as verdadeiras vítimas da justiça são os
que nunca serão julgados para que o seu nome possa ser arrastado pela lama ao
longo de anos. Portas sabe dos riscos que corre e parece já ter arranjado forma
de aguentar mais um ano de governo, sugere indicações para o OE de … 2014. O
Gaspar deve estar a rir-se à gargalhada, o ministro das Finanças sabe que já
destruiu Paulo Portas, o problema agora é saber quando é que ele entende ser
oportuno despachar Passos Coelho e o debilitado Relvas.
Alguém informou que o governo ia vender 49% da RTP e em
poucas horas empresários anónimos de Angola disseram estar disponíveis para o
negócio. Tanta vontade de comprar menos de metade de uma empresa pública,
habitualmente gerida por gente que tem a inteligência na barriga das pernas,
como se está a ver, é algo de muito estranho. Quem quererá enterrar o seu
dinheiro em tal projecto, que negócios estarão por trás, que contrapartidas
obscuras irá receber, quem mais irá ganhar com um negócio tão estranho e
aparentemente ilógico?
Ainda bem que o primeiro Presidente democraticamente eleito
em Portugal não tinha os valores de Cavaco Silva, se assim tivesse sido como não
havia presidente anterior todos os diplomas estariam por promulgar por falta de
precedente. Parece que Cavaco não sabe presidir e só decide em consonância com
decisões anteriores, isto é, o que conta não é a Constituição, é o que os seus
antecessores fizeram, mesmo que perante orçamentos bem diferentes. Esta versão
de Pilatos de Boliqueime chega ao ponto de parecer que o Presidente da Junta de
Freguesia de Belém ter mais influência no país do que o seu vizinho da Presidência
da República.
