O ministro das Finanças não ficou muito incomodado quando
foi questionado sobre os erros sistemáticos que tem cometido nas suas previsões,
respondeu com o seu habitual ar de desprezo intelectual pelos que o rodeiam
dizendo que não podia acertar sempre.
O problema de Gaspar não estar em errar de vez em quando,
estar em errar sempre e isso significa que temos uma política económica assente
em premissas erradas, o que em Vítor Gaspar não admira, para o ministro das
Finanças a sua política económica não é feita a pensar nos portugueses, mas sim
no ministro das Finanças Alemão. É por isso que pouco importa o nível da recessão
ou o número de desempregados, ao ministro alemão pouco interessa quantos
portugueses passam fome, eles não votam para o Bundestag, e quanto ao Gaspar não
faz o género de querer ser primeiro-ministro com o voto dos eleitores.
Adoptar medidas económicas com base em previsões erradas é a
mesma coisa que conduzir à noite, sem luzes e numa estrada sem riscos, é gerir
a economia às apalpadelas. Quando se questiona Gaspar sobre os seus erros de
previsões não estamos a discutir um jogo de feira, estamos a falar de milhares
de micro-empresas que podem ou não sobreviver me função das decisões económicas,
da rentabildade de muitas empresas ou de dezenas de milhares de desempregos.
Quando o ministro das Finanças erra na dimensão da recessão
e o desemprego é muito maior ou encerram muitos milhares de empresas não
estamos perante um mero palpite, estamos perante uma política desastrosa porque
é conduzida por alguém incompetente. Ou será que os erros de Gaspar são
premeditados e visam criar uma situação tão desastrosa que force os portugueses
a aceitar as ideias paranóicas de alguém que quer mudar o país sem ouvir os
portugueses?
A verdade é que cada vez que Gaspar erra vem propor mais uma das suas ideias, veja-se o que sucedeu este ano, a recssão resultou numa queda brutal das receitas fiscais e qual foi a ideia do Gaspar? Destruir o Estado social. O ano passado como não tinha feito previsões teve de inventar um desvio colossal para poder cortar vencimentos e pensões. O que irá propor o Gaspar para 2014, despedir funcionários públicos, cobrar os serviços nos hospitais públicos ou privatizar as pensões?