segunda-feira, dezembro 03, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura

 
 
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Museu Militar, Lisboa
   
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1.º de Dezembro na Praça dos Restauradores, Lisboa, 2012 [A. Cabral]   
 
Jumento do dia
  
Sôr Álvaro
 
Com o sôr Álvaro a trabalhar ao domingo os portugueses que se cuidem, se acordar pensando que com isso atrai investimento ainda se lembra de decretar o domingo como dia de trabalho escavo em nome da Nação e dos lucros dos patrões. Mas parece que trabalhar ao domingo não ajuda ao discernimento, emite um comunicado onde nada diz, não explicando se a notícia do jornal Público é verdadeira ou não.
 
«O Ministério liderado por Álvaro Santos Pereira refere que ainda está a tentar uma nova estratégia para as contrapartidas resultantes da aquisição de dois submarinos aos alemães da Ferrostaal e considera que existe neste processo "um passivo reputacional" que "resulta, por um lado, do seu baixo grau de execução e, por outro, de suspeitas sobre alegadas práticas passadas", com as quais diz nada ter a ver.
   
O jornal ‘Público’ fazia no sábado manchete de que o alemão que assinou as novas contrapartidas com o ministro da Economia a 1 de Outubro, Klaus Lesker, esteve preso por corrupção sob a acusação de negócios menos claros na venda dos submarinos a Portugal, um investimento que ultrapassou os mil milhões de euros.
   
O Ministério da Economia refere em comunicado ser fundamental "garantir uma total transparência nos novos contratos de contrapartidas e, nesse sentido, já disponibilizou ao Tribunal de Contas todos os contratos em vigor, bem como todas as substituições de projectos", adiantando que "está à total disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários sobre esta matéria, incluindo na Assembleia da República, nomeadamente em sede da comissão competente para o efeito".» [CM]
    
 Cavaco continua um presidente incansável

Cavaco levou o seu esforço para além do possível para derrubar Sócrates, agora está a esforçar-se ainda mais, mesmo muito mais, para manter o governo de Passos Coelho. Cavaco Silva é mesmo um presidente incansável.


  
 Perdido
   
«O nosso primeiro-ministro parece ainda não ter percebido que de cada vez que presta declarações fala com os cidadãos. Como os portugueses não estão propriamente interessados em ter conversas de café com o homem que os governa, convinha que tivesse alguma coisa para dizer quando lhes fala. E já agora de substancial ou, pelo menos, alguma novidade.
  
Na semana passada, Passos Coelho começou com um discurso, de quase uma hora, na Madeira, em que diagnosticou amnésia, sem que se tenha percebido muito bem a quem. Disse que "podia bem" com os adversários das suas políticas, afirmou a sua convicção na inteligência dos portugueses e jurou que a austeridade ainda não é excessiva. Fora os desconhecidos conhecimentos sobre psiquiatria, a habilidade para testes de inteligência e a bravata - as bravatas começam a ser um hábito de Passos Coelho -, nada de novo.
  
Depois, quarta-feira, o primeiro--ministro deu uma entrevista à TVI.
   
Após a votação da coisa a que alguns chamam orçamento, com a convicção na opinião pública a crescer de que a refundação ou a reforma do Estado não passa dum corte cego de quatro mil milhões de euros na despesa, afectando seriamente os alicerces do nosso edifício social sem que se conheça a alternativa, e sem ainda sabermos o que se passou com o Orçamento de 2012, fazia sentido Passos Coelho vir esclarecer-nos. Se não fosse pedir muito, talvez acender uma velazinha de esperança.
  
Mas eis o que tinha para nos dizer: o desvio colossal no défice de 2012 foi uma surpresa; renegociação, nem pensar (vai ser penoso ver o primeiro-ministro a anunciar brevemente a renegociação); a austeridade será redentora; o orçamento para 2013 é bom porque os deputados votaram (Passos Coelho ainda não percebeu o que se está a passar no PSD e no grupo parlamentar) e ele "espera que o Governo acredite nele"... A palavra de esperança foi esta: "Vai custar muito. Mas vamos lá chegar vivos." A cereja no topo do bolo. Ufa, ficamos todos muito mais aliviados...
  
Confirmamos que Passos Coelho quer mesmo criar um problema com Paulo Portas: a distracção do primeiro-ministro tem limites e ele com certeza sabe que um governo de coligação tem uma hierarquia formal e outra material. O Governo sem Gaspar pode continuar, mas não sem Portas. A guerra dentro do Governo e na coligação prossegue.
  
E a refundação, ou reforma do Estado ou reforma das funções do Estado? Em Fevereiro logo se vê. Pergunta-se: então onde é que param os planos feitos por aquelas equipas de sábios que rodeavam Passos Coelho? Por onde anda o conhecimento absoluto sobre todos os aspectos da governação que permitia mudar tudo três meses após a tomada de posse? Perdeu-se tudo na mudança de São Caetano para São Bento ou era uma colossal aldrabice?
  
Apareceu, porém, uma espécie de ideia: uma das partes da refundação ia ser feita através de pagamentos na educação pública. Ninguém percebeu em que tipo de ensino, de que forma, de que maneira ia ser feito, nada. Claro está, e para não variar, lá veio um ministro, neste caso o da Educação, no dia seguinte, desmentir o seu primeiro--ministro. Nada de novo, portanto.
  
Já percebemos que o primeiro-ministro não prepara as entrevistas, não estuda os temas e vai pensando enquanto fala. Mas, convenhamos, de quem anuncia uma refundação do Estado sem saber minimamente o que vai fazer, de quem desenha um orçamento criminoso e inconsciente, de quem propôs a alteração na TSU sem perceber o impacto da medida, não se pode esperar que prepare uma entrevista.
   
Passos Coelho vulgarizando as suas intervenções, não acrescentando nada, repetindo apenas meia dúzia de frases feitas em que já ninguém acredita, perde a atenção dos cidadãos quebrando um elo fundamental entre liderança e população. Como nunca, essa ligação era vital. Mas está, infelizmente, perdida.
  
O pior, porém, é já ser evidente que fora a sua fé cega no plano revolucionário pós-troikiano de Gaspar, Passos Coelho não tem uma ideia consolidada e estruturada sobre praticamente nada. E sempre que fala, isso torna-se claro para cada vez mais pessoas. Agora tem fé em Gaspar, outro guru se seguirá.
  
Nada pior do que sentir que quem nos lidera está ainda mais perdido do que nós.» [DN]
   
Autor:
 
Pedro Marques Lopes.   
   
     
 Ao que Portugal chegou
   
«"Correu muito bem. Mais do que estávamos à espera. Muitas pessoas aderiram à iniciativa, inclusive colegas já reformados que se mostraram surpreendidos por existirem situações destas na empresa e disseram que vão continuar a doar alimentos", disse Paulo Gonçalves à Agência Lusa.
  
Afirmando que os alimentos recolhidos são suficientes para os cerca de 300 colegas que estão a passar por dificuldades, o coordenador das CT frisou que vão continuar a receber doações na estação de Santo Amaro.» [DN]
   
Parecer:
 
Trabalhadores a terem de pedir para comer porque os salários não chegam.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabéns ao Gaspar.»
      
 Será em Massamá?
   
«O primeiro-ministro português passeou hoje, durante quinze minutos, no centro do Mindelo, Cabo Verde, cumprimentando e trocando palavras com a população, e afirmou aos jornalistas que, em Portugal, faz o mesmo, mas não oficialmente.
   
A seguir, durante um encontro com a comunidade portuguesa, maioritariamente luso-cabo-verdiana, num hotel do Mindelo, Pedro Passos Coelho falou dos laços familiares que o ligam a Cabo Verde, por via da sua mulher, Laura, que disse ter ficado triste por não o acompanhar nesta visita.» [Expresso]
   
Parecer:
 
E o pessoal do Midenlo acreditou?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Passos onde anda a passear sem serem os contribuintes a pagarem a sua sobrevivência.»
   
 Ouvimos mal?
   
«O primeiro-ministro afastou este domingo a introdução de copagamentos no ensino obrigatório em Portugal, que atualmente se estende até ao 12.º ano, afirmando que isso não é possível e que nunca fez qualquer referência a essa possibilidade.» [Jornal de Notícias]
   
Parecer:
 
Passou-se.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Trate-se o homem.»
   
 De cervejeiro a Pilatos
   
«O presidente da RTP disse ontem não perceber a "autoflagelação" de Nuno Santos, que se demitiu do cargo de director de Informação, na sequência da polémica com o pedido e visualização de imagens, pela PSP, dos confrontos de 14 de Novembro. "Não percebo, francamente, a autoflagelação. Não compreendo que ele se sinta injustiçado, porque foi ele que apresentou a demissão. Se ele tivesse sido demitido, naturalmente que poderia haver injustiça", comentou Alberto da Ponte, em Luanda, onde está desde quinta-feira em visita.
  
Nuno Santos estranha esta acusação de "autoflagelação". "O que temos aqui é um acto sumário de crucificação. O dr. Alberto da Ponte comporta-se agora como Pôncio Pilatos. Constato, mas não estranho", limitou-se a comentar ao PÚBLICO, à margem da apresentação de um livro, em Lisboa.» [Público]
   
Parecer:
 
Este Alberto é uma Ponte para o ridículo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   

   
   
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