sexta-feira, setembro 30, 2016

Os eurodeputados

Antes de mais e a título de declaração de interesses devo dizer que só sou nacionalista naquilo que à nação diz respeito e  mesmo assim ainda sofro de um pequeno problema, que se prende com a costela espanhola, costela que dava para ter a nacionalidade do o país vizinho. Isto significa que só mesmo no que diz estritamente respeito à nação invoco sentimentos nacionalistas e nesse conceito não incluo chutos na bola e muitos outros domínios onde o nosso fervor nacionalista nos ajuda esconder outras misérias bem mais nacionais.

Não ficarei muito preocupado se António Guterres chega ou não a secretário-geral da ONU, percebo que seja um excelente emprego e um final de carreira brilhantes, mas confesso que o antigo primeiro-ministro é o desempregado português que menos me preocupa. Fiquei mais incomodado quando ele fez uma saída estratégica, a tempo de ir para a ONU, e nós tivemos de aturar o Barroso. Essa coisa do prestígio não me convence, a não ser que me expliquem onde está o prestígio granjeado pelo Gana, pelo Egipto e por outros países que tiveram cidadãos na liderança da ONU. 

O que me traz aqui não é a necessidade de protestar contra a última atleta da maratona, uma tal Kristalina que tem como única virtude tornar mais cristalino o papel de certas personagens que se pavoneiam na nossa praça, os deputados europeus do Parlamento Europeu, um grupo de gente escolhida pelos nossos partidos para irem ganhar umas massas em Estrasburgo em vez de nos chatearem em Lisboa, o que no caso de deputados como Ana Gomes não tem dado muito resultado.

Mas, quando vejo  um obscuro deputado europeu tirar o tapete ao seu partido, deixando Passos Coelho a falar sozinho no seu suposto apoio a Guterres, acho que há algo de errado. Em Portugal os deputados representam os programas dos partidos, têm disciplina de votos e só beneficiam de liberdade de voto em questões de consciência. Mas em Bruxelas parece serem deputados por conta própria.

Um líder partidário que anda há meses a sugerir que o primeiro-ministro não tem suficiente influência na Europa para defender os interesses do país, que com pompa e circunstancia diz que vai usar a sua influência no PPE para ajudar a candidatura de Guterres e agora é confrontado com um dos seus eurodeputados a organizar o apoio a uma candidata golpista que andou na sombra a preparar o melhor momento para o golpe?

Otal deputado, Mário David, ainda se justifica assegurando que "Não recebo lições de patriotismo de ninguém». Faz muito bem, o problema não está no patriotismo, o problema é que ele não foi eleito com os votos do partido da direita búlgara onde milita a Kistalina e não é deputado europeu pior conta própria. Pode dizer que representa os seus eleitores portugueses, mas nesse caso alguém de lhe dirá que nunca o ouviram na campanha eleitoral a dizer o que iria fazer.

Afinal, quem representam os deputados europeus, não representam o país pois são eles que decidem o que são interesses nacionais, não representam o seu partido e deixam o líder a fazer figura de urso. Enfim, parece que estão lá para se encherem de dinheiro, para terem relações que lhes venham a assegurar bons negócios e, eventualmente, para defender a denominação de origem das sandes de courato!

É engraçado, quando tanto mal se fala dos nossos políticos os artistas de Estrasburgo costumam ficar esquecidos, logo eles que são os que melhor ganham!

Umas no cravo e outras na ferradura


  
 Jumento do dia
    
Mário David, deputado europeu e lobista entalado

O eurodeputado conseguiu o que queria, levar Kristalina a entrar na maratona da escolha do futuro secretário-geral da ONU, só que agora terá de dar a cara e assumir as consequências. Dizer que é estranho à notícia do apoio de Barroso a Kristalina só merece uma gargalhada, não havia mais cidades europeias onde levá-lo a passear?

«Em declarações ao Expresso, Mário David confirma que "há mais de três anos" que trabalha no projeto da próxima rival de Guterres, e confia que "vários chefes de Estado e de Governo da região têm-se consciencializado de que só o aparecimento de uma nova candidata forte lhes poderá acalentar a esperança de a região não perder a oportunidade de ficar com o lugar". E o envolvimento de Barroso na história? "Foi um dano colateral", afirma David, que classifica de "delírio" a notícia do jornalista búlgaro ("há muito suspeito de incentivar a candidatura de Bokova") que pôs Durão a apoiar Kristalina. (...)

Georgi Gotev, o autor da notícia, escreveu no Facebook: "Dois portugueses, Barroso e Mário David, a fazer jogo duplo." E explicou: o objetivo seria eliminar Irina Bokova, a candidata oficial da Bulgária ao mais alto cargo da ONU, que o jornalista refere como "a mais forte", mesmo contra Guterres "Elementar, Watson", concluía o jornalista. (...)

Mário David é apontado como muito influente a Leste e o seu papel visto como de grande importância para uma candidatura desta região. Recusando ser um lobista: "Nunca fui, nem sou", o ex-vice-presidente do PPE garante que o apoio que dá a Georgieva "é obviamente não remunerado". Sobre o seu não apoio a Guterres, sublinha que quando começou a trabalhar com a búlgara, o ex-primeiro--ministro socialista ainda não era candidato à ONU ("iria ser o candidato presidencial do PS"), e também recorda que quando Durão se candidatou a presidente da Comissão Europeia houve "eurodeputados do PS, PCP e BE que fizeram gala em afirmar que votariam contra". "Não recebo lições de patriotismo de ninguém", afirma. Quanto à sua alegada proximidade à Rússia de Putin, cujo voto é determinante para a eleição do próximo secretário-geral da ONU, Mário David lembra que acaba de ser eleito em Washington para a direção de uma Fundação presidida por Bill Clinton. O lóbi diplomático é um mundo.» [Público]

 Agradecimento

A esta hora António Guterres deverá estar profundamente grato a Passos Coelho, pela preciosa ajuda que este lhe deu para mobilizar o apoio do Partido Popular Europeu à sua candidatura. Percebe-se agora, da forma mais "Kristalina" como Passos Coelho usou a sua grande influência junto da direita europeia, para não falar na Comissão e junto de Juncker, influência que tantas vezes disse que a geringonça não tinha.

O cinismo disto tudo é que enquanto Passos sorria dando ares de que estaria a dar provas da sua capacidade de apoiar alguém da esquerda, os sesu eurodeputados andam na sombra a preparar a candidatura do PPE. Isto faz lembrar a famosa candidatura de António Vitorino a presidente da Comissão Europeia, também apoiada por Durão Barroso, então líder do PSD. Enquanto dizia que estava trabalhando na candidatura de Vitorino aproveitava a boleia para lançar a sua própria candidatura.

 João Miguel Tavares, cliente do Metro


Desta vez concordo com o articulista da direita portuguesa, a qualidade dos serviços do Metro são como ele os descreve. São ainda piores do que ele parece conhecer, se experimentar a linha verde em horas de ponte veria que teria de recorrer a um palavrão para os descrever de forma mais precisa.

Mas esconder a causa e dizer que já não há austeridade e por isso o dinheiro deveria escorrer pelas paredes dos túneis do metropolitano é tudo menos ser honesto. O articulista sabe muito bem que ultimamente não choveu assim tanto em Lisboa, infelizmente choveu pouco e nunca foi vinho, quanto mais dinheiro, como parece que o senhor sugere.

Considero-o um homem inteligente e fico desiludido quando usa o Metro para propagar a nova estratégia de Passos Coelho, exigir tudo e mais alguma coisa, à grande e à francesa, com o argumento de que acabou a austeridade, para no diz seguintes fundamentar a austeridade, exigir o seu regresso e acusar o governo de não cumprir metas orçamentais.

O desespero pode ser muito, mas ver gente inteligente reagir como os menos dotados é frustrante. Sejamos sérios, uma coisa é ser militante partidário e achar que vale tudo no debate político, pouco importando a verdade, outra é escrever um artigo de opinião que não basta ser supostamente sério, deve sê-lo mesmo.

Em que comboios andava JMT Tavares quando o governo piorou a qualidade do Metro, a que hospitais ia quando os portugueses morriam nas salas de espera das urgência, em que escolas andava quando o governo aumentou a turma para dimensões de rebanho? Parece que JMT andou a viajar na última legislatura, ou terá andado a assobiar para o ar?

«Se alguém tivesse dúvidas de como este país roça por vezes os limites da indigência política, económica, sindical e mediática, o actual estado do Metro de Lisboa estava aí para o provar. Embora eu corra o risco de desiludir todos aqueles que estão convencidos de que sou um beto de Cascais com motorista e caddie, a verdade é que passo a vida a andar de metro. E desde que vim para Lisboa, há 26 anos, não me recordo de algum dia o serviço de metro ser tão mau como é actualmente.

(...)

Felizmente, a página de austeridade foi virada. Não tivesse sido, e o estado miserável em que a empresa se encontra, com comboios impedidos de circular por falta de peças, dever-se-ia a um ministério das Finanças obcecado com o défice, por se recusar a abrir a bolsa para as despesas mais elementares. Como a austeridade acabou, nada disto se passa. O povo é sereno. E, mais importante do que tudo, o metro é nosso. Antes uma empresa pública parada do que uma privada a funcionar.» [Público]

      
 Para ajudar ao debate sobre as escolas
   


«Divya, uma menina indiana, vai todos os dias à estação de comboios da cidade de Orai, na Índia para estudar e fazer os trabalhos de casa por não ter luz elétrica em casa.

Esta informação é confirmada no The Logical Indian. A mesma fonte garante que a jovem vive sem eletricidade perto da estação. A fotografia desta jovem tem sido partilhada nas redes sociais e tem comovido os cibernautas que elogiam a determinação da jovem.

A foto de Daniel Cabrera também se tornou viral. Uma criança filipina estava a fazer os seus deveres escolares à noite, ao lado do restaurante para aproveitar as luzes do letreiro.» [Observador]
   
Parecer:

Apetece perguntar em que lugar do ranking das escolas estará a escola desta menina. Quanto ao ranking da escola não sei, mas aposto que ela estaria no topo do ranking dos nossos estudantes, ela e milhares de crianças do nosso meio rural e da periferia das cidades que não fazem ideia do que são as t-shirts amarelas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
 Não se afundem em Veneza, venham a Lisboa
   
«Todos os dias chegam a Veneza 60 mil turistas em navios de cruzeiro. Para uma cidade pequena, onde vivem cerca de 55 mil pessoas, os efeitos são dramáticos e têm levado a uma degradação crescente das condições de vida, alertam vários grupos de ativistas. No domingo passado, dezenas de venezianos e ambientalistas organizaram um protesto num dos principais canais da cidade, durante o qual gritaram contra os cruzeiros e os turistas que se aproximavam.» [Observador]
   
Parecer:

Enquanto se multiplicam os hotéis e quando pedem aso indígenas para se apresentarem em trajes tradicionais, em Veneza estão fartos deles.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Que venham.»

 Relvas aceitou deixar de ser sotôr
   
«Afinal, Miguel Relvas desistiu de recorrer da decisão judicial que lhe retirou a licenciatura. O mediático caso do diploma do antigo governante social-democrata não ficará, ainda assim, por aqui: é que a Universidade Lusófona não se conformou com a decisão tomada pelo Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa no final de Junho passado, que declarou nulo o acto de atribuição do grau de licenciado a Miguel Relvas e, ao contrário do seu antigo aluno, interpôs recurso da decisão judicial.

O advogado do ex-ministro e braço direito de Pedro Passos Coelho, Castanheira Neves, não dá grandes explicações sobre as razões que levaram o seu cliente a desistir de tentar recuperar o grau académico. Limita-se a dizer que a sentença lhe é “favorável quase em absoluto”. E o próprio Miguel Relvas também se escusa a dar mais esclarecimentos, remetendo-os para o advogado. Revela apenas que a Universidade Lusófona irá recorrer.» [Pública]
   
Parecer:

Ainda bem, por esta altura já podia ter um doutoramento.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  

quinta-feira, setembro 29, 2016

O Setembro negro de Passos Coelho

Passos Coelho previu a ocorrência de uma desgraça durante o mês de Setembro e fê-lo com ar de quem sabia o que se riria passar, mas, apesar de algum nervosismo que se sente para os lados da bancada do PSD, nada ocorreu. Passos Coelho não está, nem é parvo de um todo, ainda que aparente alguns sinais de loucura ainda não enlouqueceu, o líder do PSD tinha de estar ou de ter sido  convencido de que algo de desagradável poderia empenar a gerigonça durante este mês.

Não sendo  mestre em meteorologia, aliás, não é mestre de nada a não ser, talvez, em canto, o líder do PSD parecia saber do que estava a falar, parecia saber do que estava a falar. O único acontecimento relevante para o seu tipo de preocupações só poderiam ser as contas públicas, Passos sabe que se a geringonça sobreviver às exigentes meta orçamentais os seus dias estarão mais do que contados. Se isso suceder será a própria oposição interna à liderança do PSD que sairá da penumbra.

A desgraça anunciada por Passos só poderiam ser más notícias orçamentais contidas na execução orçamental. Usando o seu estatuto de presidente do Conselho de Finanças Públicas, uma coisa que não existe, Teodora Cardoso começou a dramatizar, a seguir veio o representante do FMI informar que já não se iria a tempo de evitar uma desgraça, algumas agências de notação iriam rever a avaliação da situação portuguesa, durante quase um mês o PSD colocou um segundo debate na ordem do dia. Faltava a cereja em cima do bolo, uma execução orçamental desastrosa.

Passos sabia do que falava,  os seus consultores, por ele próprio já referidos, acompanhavam a situação com especial cuidado e já lhe teriam dito que as coisas iriam de mau a pior. Passos Coelho tinha toda a razão e sabia muito bem do que falava, a execução orçamental do mês de Agosto, que divulgada em Setembro, poderia ser a desgraça à muito desejada. Em dificuldades, com as sondagens em queda e os apoiantes a desertar, Passos precisava de falar para os seus, «não fujam, vem aí a desgraça que há tampo tempo desejávamos!».

Passos Coelho falava da armadilha que ele próprio, com a ajuda preciosa de Paulo Núncio, Paulo portas e da máquina do CDS,  montaram  ainda quando era primeiro-ministro. Entre reembolsos de IVA adiados e o aumento exponencial dos reembolsos do IRS, tudo poderia ter descambado quando tivessem encerradas as contras das declarações de rendimentos do IRS de 2015, o que ocorre em Agosto, com a liquidação do imposto para os contribuintes que têm outros rendimentos, para além dos do trabalho e das pensões.

Passos Coelho pensava ter matado dois coelhos com uma cajadada, teve folga orçamental para iludir a realidade em 2015, ludibriou os portugueses com a promessa do reembolso da sobretaxa e sobrecarregou as contas de 2016 com os reembolsos do IVA e do IRS. Se ficasse no poder seria um desvio colossal que conduziria à desejada crise política que lhe permitia ir de novo para eleições. Com alguma sorte ocorreria o desejado segundo resgate, que lhe permitira governar mais uma legislatura sem respeitar regras constitucionais, concretizando os desejados despedimentos no Estado, a consolidação dos cortes de vencimentos e das pensões.

Só que os especialistas que convenceram Passos Coelho de que vinha aí uma desgraça estavam enganados, erraram nas contas e não perceberam o que se estava a passar na economia, sendo surpreendidos com a evolução das receitas fiscais. Ficaram de tal forma desiludidos que agora insinuam uma fraude nas contas públicas, o que aconteceu nunca poderia ter acontecido. Compreende-se a desilusão dos mais próximos de Passos, que certamente estavam informados do que aí viria.

Umas no cravo e outras na ferradura



 Jumento do dia
    
Luís Campos Ferreira, deputado pafioso

Este deputado pafioso do PSD achou que terá tido um rasgo de inteligência e decidiu acusar o governo de rasgar tudo, O que o deputado não explicou é que no tempo do seu governo os investidores estrangeiros não apareceram e que uma boa parte dos reembolsos do IVA e do IRS que chutaram para 2016, a fim de ajeitarem as folgas orçamentais de 2015 seriam mais do que suficientes para promover o investimento público e ainda sobrava para cumprir todas as metas do défice.

Estes senhores aldrabaram as contas do Estado e agora tentam acusar o governo das suas práticas, numa estratégia derradeira de descredibilizar o país junto da DBRS, lutam desesperadamente por um segundo resgate que lhes devolva o poder e, com isso, o acesso aos dinheiros do Estado.

«"Começaram por rasgar contratos firmados, continuaram, voltando com a palavra atrás, e rasgaram compromissos estabelecidos quanto à descida do IRC, prosseguiram rasgando a ideia de que não haveria mais agravamentos fiscais e avançando para um imposto sobre o património imobiliário. Ao passarem a vida a rasgar contratos e compromissos, o Governo e os seus ajudantes do BE e do PCP acabaram a rasgar a confiança em Portugal", disse, sobre a "consequência perversa da ação da geringonça".

Em debate parlamentar de urgência requerido pelo PSD sobre "captação de investimento e crescimento económico", o parlamentar social-democrata defendeu que falhou a estratégia de esperar que fosse o consumo das famílias a puxar pelo crescimento económico, "acompanhado de uma consequência perigosíssima: este Governo e os seus ajudantes do PCP e do BE mataram qualquer ideia de uma alternativa imediata porque mataram o investimento privado, nacional e estrangeiro".

"Quem os viu e quem os vê é o comentário mais apropriado quando olho para a geringonça e os oiço falar de investimento, crescimento e défice", criticou Campos Ferreira, sublinhando que, se "o investimento era escasso até 2015", "hoje é muito mais" e, "para compensar os desvarios, o Governo corta, corta no investimento público e os seus ajudantes do PCP e do BE", segundo o deputado do PSD, "veem e calam-se".» [Notícias ao Minuto]

 Estão cercando Passos Coelho

Ainda ninguém se chegou à frente para sugerir a Passos que se demita na liderança do PSD, isso não sucederá enquanto não estiverem reunidas condições de assalto ao poder, até lá os possíveis sucessores de Passos Coelho preferirão o conforto financeiro dos seus negócios privados.

Mas algo mexe no PSD, ontem Marcelo Rebelo de Sousa, um ex-presidente do PSD, foi a uma cerimónia da treta a Cascais, para elogiar o autarca local, precisamente o homem que no mesmo dia escolheu o mais firme opositor de Passos Coelho, para preparar o programa eleitoral de Lisboa. É uma função original, dantes tínhamos candidatos, agora temos programadores e candidatos.

Uma coisa é evidente, começa o cerco a Passos Coelho e como o PSD tem algumas semelhanças com as práticas do império romano na fase da sua decadência, não podemos colocar de lado a hipótese de o candidato a eliminar Passos na liderança  seja um dos seus apoiantes mais militantes, é o caso, por exemplo, do autarca que Marcelo acabou de elogiar em Cascais, Carlos Carreiras, o coordenador autárquico do PSD que acaba de ver o PSD de Lisboa dar uma facada em Passos Coelho.

 2017 não pode ser igual a 2008, diz Marcelo

Agora espera-se a confirmação presidencial de que 2018 não poderá ser igual a 2009, Teremos de esperar até 2021 para sabermos se em matéria de presidenciais esse ano será igual a 2016. At´pode ser que Marcelo venha a abrir os jardins do Palácio de Belém para um beberete em que declarará que sendo anos de boas colheitas, 2016 e 2021 serão anos vintage da vida política portuguesa, tendo sido ele próprio a boa colheita que justificou a escolha pela confraria vinícola da Quinta do Lago.

      
 Não gostam de bagaço? então aqui vai um pastel de bacalhau
   
«O anúncio de mudança de candidata foi feito pelo primeiro-ministro búlgaro Boiko Borissov em Sofia, nesta quarta-feira. “Nós acreditamos que é uma candidatura de sucesso”, disse o chefe do governo de centro-direita aos jornalistas na capital búlgara referindo-se a Kristalina Georgieva.

O nome de Irina Bokova tinha sido proposto pelos socialistas da Bulgária.» [Público]
   
Parecer:

Seria interessante pedir a Passos Coelho que explique qual foi o papel do Partido Popular Europeu neste processo e qual foi o seu contributo internacional em apoio de Guterres, ele que sempre se apresentou como o homem muito influente na Europa e, em especial, junto de Merkel.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «»
  
 Provocação a Passos?
   
«O PSD ainda não tem candidato para a Câmara Municipal de Lisboa, mas a concelhia do partido já escolheu o homem que vai preparar as propostas para as eleições na capital, um crítico da liderança de Passos Coelho, José Eduardo Martins. Uma escolha que, sabe o DN, não foi concertada com a direção do PSD e que alguns dirigentes classificaram como uma "provocação" a Passos.

E se o objetivo é pressionar o líder social-democrata, estes responsáveis garantem que não vai haver resposta, porque o rumo está traçado: a escolha do candidato à autarquia de Lisboa não vai ser anunciada nos próximos meses, conforme garantiu Passos há duas semanas.» [DN]
   
Parecer:

Com ou sem provocação notam-se sinais de mau cheiro no PSD, que parecem resultar da decomposição da liderança de Passos Coelho.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»

 A agonia do Deutsche Bank
   
«As autoridades alemãs, governo e reguladores financeiros, estão a preparar um plano de resgate para o Deutsche Bank, noticia esta quarta-feira o semanário Die Zeit. O Ministério das Finanças da Alemanha já veio, contudo, desmentir a notícia que apresentava esse resgate como um “plano B” caso o banco não consiga angariar capital nos mercados para pagar os custos da litigação nos EUA.

Segundo o Die Zeit, o plano passaria por dar uma oportunidade ao Deutsche Bank para vender alguns ativos a outros bancos — não a preços de saldo mas a preços que garantissem receitas semelhantes ao valor contabilístico desses ativos, caso contrário as vendas poderiam ser penalizadoras para o capital do banco. Não há mais detalhes sobre como se garantiriam esses preços mais confortáveis para os ativos.

Além disso, o plano prevê que o governo alemão pudesse assumir uma participação acionista até 25% no capital do banco, caso fosse necessário. Seria, portanto, uma nacionalização parcial, segundo a informação do Die Zeit, que não especifica onde obteve a informação.» [Observador]
   
Parecer:

vamos ver se a senhora Merkel e o seu ministro das finanças vão defender que sejam os depositantes do banco s suportar os prejuízos a a exigir que em caso de nacionalização os prejuízos sejam contabilizados no défice.

É bom recordar que estes bandidos andaram nos países em dificuldade a aproveitar-de do pânico para captar os depositantes mais ricos. Agora seria da mais elementar justiça que sejam os depositantes alemães do banco a suportar os custos da sua opção.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proponha-se.»
  

quarta-feira, setembro 28, 2016

Notícia mentirosa

Confirmando-se a desgraça prevista para Setembro, foi declarado o segundo resgate financeiro a Portugal, dias depois de Passos Coelho se dirigir ao país pedindo desculpa aos portugueses por, numa tentativa desesperada de impedir a bancarrota, ter aprovado mais um pacote de austeridade. Foi uma decisão penosa, assegurou o líder do PSD, assegurando que nunca foi desejo dele aprovar mais medidas de austeridade a suportar por um povo que foi exemplar.

Entretanto, o PSD e o CDS abandonaram as grandes manifestações nacionais contra o encerramento de uma escola primária numa aldeia de Celorico, para começarem a preparar a recepção da troika, no Aeroporto Humberto Delgado. Deverá ser a última vez que a troika chega a Lisboa por Sacavém, da próxima vez deverá chegar ao novo Aeroporto do Montijo cujo nome ainda não foi escolhido, havendo quem defenda que se chame Aeroporto Goldman Barroso.

Passos Coelho que se recusou a abandonar o estatuto de primeiro-ministro no exílio, não reconhecendo legitimidade à Geringonça, apela aos portugueses que se dirijam em massa ao aeroporto para receber os libertadores. Assegura que com a reposição dos cortes nos vencimentos e nas pensões dos inúteis do país será condição para que a economia cresça sem investimento, público ou privado, como sucedeu em 2015, ou que as exportações continuem a crescer, igualmente sem investimentos.

Passos Coelho que sempre defendeu que os investidores estrangeiros preferem o se governo vai defender que a vinda da troika é um sinal de confiança desses investidores num país governado por si. Como o país poupou com a eliminação de quatro feriados, Passos já decidiu que desta vez só elimina três, reservando o quarto para celebrar o dia em que a troika regressou.

Eduardo Catroga, o economista que por ser reconhecido internacionalmente, o economista que além de uma licenciatura tem Program for Management Development de Harvard, curso de 7.000 dólares que o levou a presidente dessa importante associação que é o Harvard Clube de Portugal, distinguido pelo ISEG como professor catedrático a tempo parcial 0%, já pediu autorização ao Partido Comunista da República Popular da China para acumular as funções de negociador com a troika, em representação do primeiro-ministro no exílio.

Multiplicam-se as manifestações de rua em sinal de regozijo pelo regresso da troika, com Passos a exigir as eleições antecipadas que deveriam ter-se realizado logo que Marcelo voltou a ter o poder de dissolução do parlamento.

Umas no cravo e outras na ferradura


   
 Jumento do dia
    
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República

É fácil dizer aquilo de que Portugal precisa, o difícil é encontrar a fórmula sem o seguir, não recorrendo à antiga fórmula de reformas que mais não são do que perdas de direitos e cortes dos rendimentos de alguns. Para exportar é preciso que haja quem queira comprar aquilo que temos para vender, já que não é num ano e com pouco investimento que se diversifica a oferta ou se aumenta a capacidade de produção.

A política económica exige mais do que objectivos e discursos políticos e é preciso encontrar soluções pois os problemas são conhecidos de todos. Marcelo devia pedir soluções aos seus assessores pois é de soluções que precisamos.

«Num momento em que o Governo ultima o Orçamento do Estado para o próximo ano, o Presidente da República avisa: só um bom equilíbrio entre consumo interno, investimento e exportações pode permitir o crescimento do país. “2016 e 2017 não são e nunca poderão ser 2011”, avisa Marcelo Rebelo de Sousa, numa referência ao ano em que foi pedida ajuda financeira.

“Fomentar exportações e atrair investimento é essencial para evitar os problemas das contas externas. Controlar o défice no Orçamento do Estado é fundamental para evitar os contratempos das contas internas. E nestes dois pontos é inevitável haver em Portugal acordo largamente partilhado, ainda quando não plenamente assumido”, afirmou o chefe de Estado no encerramento da III Cimeira do Turismo Português, em Lisboa.

Depois de uma semana em que a palavra ‘resgate’ voltou ao palco político, ainda que fosse para todos o negarem, os avisos de Marcelo são claros, mas as palavras cautelosas. Quando falou de investimento, por exemplo, não se limitou a insistir na necessidade de atrair investimento, antes sublinhou também, repetidamente, a importância de “não o retrair”.» [Público]

 O derradeiro argumento

O PSD está próximo da loucura e já questiona a honestidade dos dados oficiais. Lamentavelmente Santana Lopes sugere que esta acusação pode ter fundamento. Enfim, quem torto nasce tarde ou nunca se endireita.

Parece que o PSD aderiu à escola de Bruno de Carvalho e já só falta contratarem o Octávio machado para secretário-geral de Passos Coelho.

      
 O regresso à guerrilha
   
«A secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, foi recebida esta terça-feira por cerca de 30 manifestantes em fúria pelo encerramento da escola básica do 1.º ciclo da freguesia de Rego, em Celorico de Basto.

A governante deslocou-se à região para assinar mais um pacote de acordos com câmaras municipais com vista à realização de obras nos estabelecimentos do ensino básico e secundário. 

Segundo a Lusa, entre os manifestantes, na maioria pais dos alunos da escola do 1.º ciclo,  encontrava-se o presidente da Câmara de Celorico de Basto, o social-democrata Joaquim Mota e Silva, com quem a governante se encontrou em Mondim de Basto, onde se realizou a cerimónia de assinatura destes acordos. O autarca assinou os acordos e depois foi acompanhar  os pais, que se manifestavam no exterior do edifício camarário. A atitude do autarca de Celorico foi já criticada pelo seu homólogo socialista de Mondim de Basto.» [Público]
   
Parecer:

Aos poucos o PSD volta às velhas tácticas de guerrilha com os seus direigentes a disfarçarem-se de populares em manifestações espontâneas. Este multiplicar de ódios não  é novidade, foi ensaiada no passado com os encerramentos de serviços de saúde medievais
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
  
 O novo aeroporto já faz falta
   
«O empresário David Neeleman, um dos donos da TAP, disse esta terça-feira que é necessário um aumento do aeroporto de Lisboa, sugerindo a utilização do Montijo, e defendeu que este processo tem de avançar rapidamente porque a TAP não pode esperar mais.

"Nós precisamos de mais pistas, mais terminais. Nós temos um aeroporto do lado de lá [do Tejo, a base do Montijo] que tem de ser aberto, porque sem isso não vamos poder crescer ", afirmou o empresário, do consórcio Atlantic Gateway, o acionista privado da TAP.» [DN]
   
Parecer:

Aos poucos vão lá.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  

terça-feira, setembro 27, 2016

Concorrência desleal

O normal num transporte tipo táxi é o motorista ter a camisa aberta até ao umbigo, resmungar em vez de falar, dirigir palavrões a todos os condutores que os incomodem quando querem conduzir sem respeitar normas de transito. Fazer o contrário, um motorista de um transporte cumprir as regras de trânsito, vestir como se não estivesse na tasca da coxa é concorrência desleal.

O normal de um transporte privado é o cliente não saber por onde o condutor pretende ir se sendo alguém que não conhece a cidade ou mesmo um idoso com receio de maus trates deve comer e calar, mesmo quando se apercebe que o táxi vai no sentido contrário do destino. Concorrência desleal é informar antecipadamente o utente do percurso e do custo do transporte.

O normal é o condutor passar a viagem a dizer impropérios porque estava na praça de táxis a discutir futebol, há duas horas e em vez de levar um estrangeiro a Cascais, com escala em Peniche, tem de levar alguém num percurso de dois ou três quilómetros. Responder a uma chamada com educação e independentemente do percurso pretendido é mesmo concorrência desleal.

O normal é o carro estar com ar de sujo, cheirando aos muitos cigarros fumados na paragem de táxi, sem contar com o perfume do sovaco do condutor. Apresentar um carro limpinho e sem cheiros conduzido por alguém que se sabe cuidar só pode resultar em concorrência desleal.

O normal é as mulheres terem algum receio de apanhar um táxi por se sentirem permanentemente olhadas pelo retrovisor, sendo obrigadas a esconder as pernas ou qualquer centímetro de pele, ou que jovens adolescentes tenham medo de ir de transportes privados para casa. Transportar com edução e proporcionando ao utente uma sensação de segurança é concorrência desleal.

Compreendo a queixa dos taxistas de que sofrem de concorrência desleal, se eu já há anos que não sei o que é um táxi porque considero que qualquer transporte público ou mesmo andar a pé é bem melhor do que recorrer a um táxi, imagino o que sucede com  as adolescentes, as mulheres, os idosos ou os turistas que conhecem ou foram informados das qualidades dos nossos taxistas.


Umas no cravo e outras na ferradura



 Jumento do dia
    
Miguel Sousa Tavares

Miguel Sousa Tavares compara as várias posições em relação aos números da execução orçamental e fica perplexo. Tem toda a razão para isso se não reparar que o FMI fala tendo como referência  meta de 2,2% e a Comissão Europeia exige 2,5%. Como é lógico aqueles que queriam cortes de vencimentos e de pensões exigem um plano B para poderem dizer que os acórdãos do TC não eram para cumprir e os cortes eram mesmo reformas definitivas como um Passos aldrabão andou a dizer em Bruxelas.

Mas há mesmo razões para estarmos perplexos, pela primeira vez não é necessário um orçamento rectificativo e pela primeira vez a execução orçamental está em linha com o estabelecido no OE, isto é, pela primeira vez um governo aplica o OE tal como foi aprovado pela maioria do parlamento.

«Miguel Sousa Tavares esteve no seu habitual espaço de comentário da antena da SIC, mais precisamente no ‘Jornal da Noite’, e analisou os dados da Execução Orçamental até agosto, diferenciando a posição do Governo e dos observadores.

“Não é fácil ver, no meio desta floresta de dados e de previsões cruzadas entre o Governo - sempre na sua posição otimista - e por outro lado a UTAO, o FMI e a Comissão Europeia - todos dizendo que vão ser novas medidas excecionais para que o Governo cumpra o défice que prometeu”, começou por dizer.

Nesta senda, Sousa Tavares salvaguardou que só no final do ano haverá uma “resposta”, contudo, ironizou com o facto de “não deixar de ser perplexizante que o Governo esteja tão otimista enquanto os observadores estão todos eles pessimistas”.» [Notícias ao Minuto]


 Bas Dost está a aprender português

O Jorge Jesus podia aproveitar a oportunidade e ir às aulas com o Bas Dost.

 O livro do arquitecto que ia ser Nobel da Literatura

Ao contrário do que por aí se diz, o que mais deprime nio livro do Arq. Saraiva não são as inconfidências de cariz sexual, domínio em que a montanha pariu um rato, nada de especial se diz, seja sobre mortos, sobre vivos ou sobre mortos-vivos.

O pior do livro é o precisamente o que mais o valoriza enquanto instrumento de compreensão da vida política portuguesa. Como é que uma alcoviteira que fica a milhas das minhas vizinhas foi durante tanto tempo director de um jornal como o Expresso, que supostamente tinha alguma credibilidade? As revelações das relações de promiscuidade com muitos políticos e da forma como alguns lhe lambiam as botas mostra um lado da política que pouco se conhece.

O livro ajuda-nos a perceber porque motivo este país não passa da cepa torta, quando são jornalistas como o arq. Saraiva a fazer e desfazer governos ou a promover políticos o resultado só pode ser miserável.

      
 Assim pensa o líder dos transportes chunga!
   
«Contactado pela agência Lusa, o presidente da Federação do Táxi mostrou-se insatisfeito com algumas questões do projeto. “Apesar de ainda não ter lido o projeto, e numa primeira abordagem, o que posso dizer é que o Governo está a falsear, não está a cumprir com a palavra dada”, acusou.» [Observador]
   
Parecer:

Não leu mas sabe o que lá está.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
  
 Governo quer reduzir custos do fisco o para as empresas
   
«Recusando antecipar as alterações específicas previstas, que serão apresentadas em outubro, o governante disse que a alteração ao IVA é ” uma prioridade” do Governo” e que vai constar já do próximo orçamento um “alívio” dos custos que os impostos representam para as empresas e que não se traduzem em receita fiscal.

“Quando as empresas, por causa dos impostos, têm de cumprir mais um dever que custa horas de trabalho, constituir garantias, recorrer ao crédito, tudo isso são custos adicionais do funcionamento da economia que não se traduzem em receitas fiscais”, explicou o governante, que falava na conferência comemorativa dos 30 anos do IVA em Portugal, hoje em Lisboa.» [Observador]
   
Parecer:

Muitas vezes o fisco pede por pedir, não medindo as consequências em termos de custos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «»

 Quem informa Marques Mendes?
   
«Luís Marques Mendes antecipou na noite deste domingo as linhas da execução orçamental relativa a agosto que será conhecida esta segunda-feira: houve uma quebra na receita e a despesa está “controladíssima”.

À imagem do que vem sendo hábito, Mendes aproveita o seu espaço de comentário televisivo na SIC para avançar com “informações em primeira mão” — como lhes chama — antecipando, desta vez, os números da execução orçamental até ao mês passado. “Posso adiantar que na receita os dados não serão famosos, com a receita em queda, designadamente no IVA. Do lado da despesa, as notícias são boas porque a despesa não está controlada, está controladíssima“, afirmou o ex-líder do PSD, que acredita que isto se deve ao “corte no investimento”.» [Oservador]
   
Parecer:

Marques Mendes consegue a sua informação de forma legítima ou há funcionários pagos pelos contribuintes a trabalhar para o órgão não oficial do governo de Passos Coelho?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investigue-se.»

 PCP e BE ao lado dos transportes chunga
   
«O deputado bloquista Heitor de Sousa criticou hoje que o Governo legalize a atividade de plataformas como a Uber sem alterar a regulamentação do setor do táxi, considerando que a proposta conhecida não garante equidade e disciplina na "concorrência".

O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, revelou hoje a vários jornais que o Governo tem pronto o decreto-lei que regula a atividade das plataformas eletrónicas de transporte de passageiros, como a Uber ou a Cabify, e que o diploma segue esta semana para os parceiros do setor, para um período de consulta pública.» [DN]
   
Parecer:

Era de esperar.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Viva o proletariado e os micro empresários dos transportes chunga!»
  

segunda-feira, setembro 26, 2016

É possível reduzir a evasão fiscal a mínimos históricos

São milhares de pequenos negócios onde não emite factura, como não têm como justificar as compras ou os ordenados compram uma boa parte dos produtos sem factura, os empregados declaram ordenados mínimos ou nem sequer beneficiam de ordenados declarados, alguns até podem rodar entre o emprego e o desemprego, onerando a Segurança Social com subsídios de desemprego. 

Gota a gota são muitos milhões de euros eu alimentam pequenas ribeiras e estas vão alimentar rios de dinheiro não declarado que alimenta uma economia sem impostos. São milhares de empregos eu a Segurança Social desconhece, são contribuições sociais, IRS, IRC e IVA eu ficam por pagar. São milhares de trabalhadores e de patrões que Ajudam o país a viver permanentemente em crise e que usam as estruturas pagam pelos outros, usam as estradas que pagamos, são internados nos hospitais que pagamos, os seus filhos andam nas escolas que pagamos.
  
O prejuízo que provocam ao país não se fica pelas receitas fiscais e contributivas que ficam por pagar, fazem concorrência desleal às empresas que cumprem com as obrigações. Prejudicam os outros empresários e trabalhadores, roubam-lhes mercado e pressionam no sentido de salários baixos nas empresas que por cumprirem não conseguem concorrer com empresas com custos muito inferiores.

Na evasão fiscal não há esquerda nem direita, ricos ou pobres, quem não cumpre com as obrigações fiscais está prejudicando outros patrões e outros trabalhadores, destruindo empresas que cumprem e praticam salários mais elevado, destroem a economia boa e ajudam o país a ficar nas mãos das instituições internacionais. Patrões ou trabalhadores, ricos ou pobres, de direita ou de esquerda são marginais da economia, são uma praga a combater.

Nunca como hoje o país dispôs das condições para combater a evasão fiscal reduzindo-a a níveis mínimos e não é preciso recorrer a super-poderes policiais. Basta que haja vontade política, que o país invista meia “dúzia de milhões” que renderão centenas de milhões, que dê a volta ao fisco de que este carece. Os resultados dos últimos anos revelam que o combate à evasão fiscal e a modernização de procedimentos como os da cobrança gera mais receitas do que os impostos da Mortágua.

O combate à evasão fiscal não se faz com debates ideológicos e com mais ou menos impostos, faz-se com competência, sem capelinhas institucionais, com uma cultura moderna e com vontade e competência política. Se alguns pagam impostos acima do que podem não é só porque uns quantos ricos não os pagam, é porque muitos milhares de portugueses, desde o homem das bolinhas de Berlim ao grande empresário da construção civil, não pagam o que devem.



Umas no cravo e outras na ferradura


  
 Jumento do dia
    
Catarina Martins

Quem ouve Catarina Martins fica sem perceber se ela é a nova líder do proletariado, o que na perspectiva, uma espécie de filha de Lenine que este mandou à terra, se é líder do PS, se é primeira-ministra, se é ministra das Finanças ou se lidera a oposição. O frenesim mediático da líder do BE, no que é auxiliada por Mariana Mortágua, permite-lhe abordar todos os papeis em poucas horas.

Depois de uma semana em que passou a imagem da líder comunista que odeia quem consiga poupar cinco tostões depois de feito o avio no supermercado, optou agora por ser a amiga dos menos pobres e quem a ouve até acha que é a ela que os rendimentos mais elevados vão ter de agradecer o fim da sobretaxa.

Acontece que há um ano estes ficaram desiludidos pois tiveram mais um ano de austeridade apoiado por Catarina Martins, que na ocasião tinha as suas antenas eleitorais viradas para os que menos declaram para efeitos de IRS.

«Catarina Martins, que se juntou em Torres Novas à "Marcha pelo Tejo" promovida pelas Distritais do Bloco de Esquerda de Castelo Branco, Portalegre e Santarém, confessou a sua "surpresa" pela "não notícia" que hoje fez manchete no semanário Expresso.

"Confesso a minha surpresa. Em alguns dias somos acusados de atacar a classe média, a classe média baixa. Hoje pelos vistos o problema é ao contrário", disse, classificando de "não notícia" a manchete do Expresso que afirma que os "rendimentos altos vão pagar menos IRS".

"Há uma lei para acabar com a sobretaxa de IRS, que foi uma medida injusta sobre salários e sobre pensões e como sabem o acordo que foi feito com o PS, e para o BE isso foi importante, é que as primeiras pessoas a ficarem sem sobretaxa fossem as dos rendimentos mais baixos e portanto em 2016 a sobretaxa acabou para quem tem salários e pensões mais baixas", disse.

Catarina Martins afirmou que acabar com a sobretaxa resulta do "compromisso assumido antes das eleições por todos os partidos, da esquerda à direita", lembrando que a medida "fez parte do gigantesco aumento de impostos de Vítor Gaspar sobre os salários".» [MSN]

 Ana Gomes e Sócrates

Quando vejo personalidades públicas tecerem considerações sobre alguém com base em peças processuais tornadas públicas por forças estranhas que violam o segredo de justiça ou as publicam designando um comportamento criminoso como um exercício de liberdade de expressão sinto nojo.

Tenho um princípio de que não prescindo para além do elementar princípio da presunção da inocência, não formulo opiniões acerca de ninguém com base em informações vindas da polícia, seja da polícia com farda ou da polícia com toga, sejam polícias formados nas escolas de polícias, sejam polícias mais finos formados no Centro de Estudos Judiciários. Pode ser uma opção errada na opinião de muitos que vejo por aí, mas é a minha, só formula opinião depois de as vítimas da difamação se poderem defender segundo regras.

A acusação tem duas fases a investigação e o julgamento, na primeira os polícias acusam socorrendo-se dos meios legais e ás vezes de meios menos legais. Na segunda o acusado tem a oportunidade de se defender e os tais polícias deixam de ter a liberdade de dar golpes baixos, têm de provar o que acusam e demonstrar que a acusação é feita com base em provas válidas. Ora, se há esta fase porque motivo anda tanta gente a tirar conclusão quando a primeira ainda vai a meio?

Alguns fazem-no porque são parvos, deixam-se manipular por polícias pouco corajosos pois não dão a cara pela violação do segredo de justiça ou porque acreditam no que lhes dizem. Mas nem todos são parvos, há os que têm uma grande cultura judicial, que conhecem muito do que de errado a justiça já produziu ao longo da história, mas preferem tirar conclusões agora, quando o acusado não tem nada de que se defender.

Porque será que gente culta, deputados, jornalistas, políticos e até juízes e advogados, preferem julgar antes de que os acusados se possam defender, pior ainda, antes de ser produzida qualquer acusação? Por ódio, por vaidade, acima de tudo por cobardia, nesta fase é mais fácil condenar, difamar destruir.


Ana Gomes é uma destas pessoas, não quer esperar que o acusado se defenda, quer destruí-lo agora porque é mais fácil. Só que esta é a forma mais cobarde de tentar destruir alguém politicamente. Nem mesmo no tempo do fascismo se viu isto.

Não estamos eprante uma questão de estratégia política do PS, talvez Ana Gomes não perceba, mas por mais que deteste Sócrates estamos perante uma questão de princípios. Prefiro os meus aos de Ana Gomes. E quanto a prejuízos para o PS seria interessante se fossem contabilizados os provocados por muitas intervenções desta deputada rica.

      
 Já irrita!
   
«A eurodeputada Ana Gomes mantém as críticas que fez aos dirigentes do PS por não levantarem a voz contra o facto de José Sócrates estar a "manipular" o partido e a tentar reabilitar a sua imagem política.

"Sei que sou uma voz isolada, mas não me importo", disse ao DN a eurodeputada socialista, apesar de admitir que há militantes que lhe ligam indignados com as aparições do ex-primeiro-ministro em iniciativas do partido. Como a de ontem, em que foi homenageado num almoço no Parque das Nações. E no dia anterior, numa iniciativa promovida pela Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL).

Foi neste encontro de sexta-feira que José Sócrates afirmou que "muitos quiseram afastar-me. Detemos-te, pomos-te na prisão, não dás entrevistas. O primeiro objetivo era isolar-me da sociedade portuguesa. Porventura conseguiram esse objetivo com a direção do PS, mas quero dizer-vos que não conseguiram afastar-me do coração dos militantes".» [DN]
   
Parecer:

Este ódio de Ana Gomes a Sócrates já vem de longe.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Investigue-se a causa.»
  
 O Sporting é como a Grécia
   
«Questionado sobre se o Sporting beneficia de um tratamento mais favorável por parte da banca, Domingos Soares Oliveira, administrador da SAD do Benfica, traçou um paralelismo entre a Grécia e o clube de Alvalade.

"As condições de que a Grécia beneficia, do ponto de vista de financiamento, são melhores do que as de Portugal. E no entanto Portugal tem sido um excelente cumpridor e à Grécia foi perdoada parte da dívida", disse o dirigente do Benfica, em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1.

Sem mencionar o nome do Sporting, o administrador da SAD do Benfica notou que "o sistema não é justo" e que "quem tem mais dificuldade em pagar é alvo de maior tolerância".» [DN]
   
Parecer:

O o presidente do SCP faz lembrar o Varoufakis.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

 Ando a pagar a energia dos outros?
   
«O PÚBLICO sabe que a CIP - Confederação Empresarial de Portugal já pediu para ser ouvida no Ministério da Economia e que o encontro com a tutela está para breve. A consequência de se mexer neste regime – baptizado como interruptibilidade – é a provável deslocalização de algumas empresas, dizem os industriais.

Para já, sabe-se que a intenção do executivo é mesmo a de alterar o regime criado no tempo de José Sócrates (com Manuel Pinho na pasta da Economia) para que os efeitos das alterações se reflictam nas tarifas da electricidade do próximo ano. “O Governo está a aguardar da Direcção-geral de Energia e Geologia [DGEG] uma proposta de portaria de revisão do mecanismo para que as alterações sejam incorporadas nas tarifas de 2017”, disse ao PÚBLICO o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches. A ERSE apresenta a proposta tarifária da electricidade em meados de Outubro, coincidindo habitualmente com a apresentação do Orçamento do Estado.» [Público]
   
Parecer:

Vai ser divertido ver como o Saraiva justifica que sejam os outros a pagar a sua energia.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  

domingo, setembro 25, 2016

Semanada

Nesta semana o país ficou a saber que a palavra de Passos Coelho vale muito pouco, começou por assegurar que iria apresentar o livro do arq. Saraiva, porque era homem de palavra e quando percebeu que estava a ficar mal na fotografia esqueceu-se da palavra dada e tramou o o jornalista, condenaod o seu livro a ir para o lixo. O mais divertido é que o livro do senhor do Sol nem sequer tem assim tanta matéria pornográfica como se dizia. É muito mau, mas nesse capítulo nem sequer tem nada de muito ofensivo.

E por falar na palavra do líder do PSD o país ficou a saber que não há grandes diferenças ideológicas entre ele e Mariana Mortágua. Há dois anos Passos Coelho disse num congresso do PSD quase o mesmo que Mariana Mortágua disse a propósito do imposto sobre o património. Passos ainda tentou justificar-se com a situação de excepção, mas a verdade é que nem mesmo nessa situação ele tributou os ricos, apenas impôs a sobretaxa sobre o rendimento dos que trabalham ou recebiam pensões.

Parece que os inquéritos à morte de dois soldados vão demorar até ao fim do ano. Esperemos que tanto tempo se justifique por causa de alguma carta derrogatório enviada para a Suíça ou Reino Unido e que passado todo este tempo o ministro da Defesa não se lembre de dar mais seis meses de prazo com opção de um ano.

O Subir Lall, o funcionário indiano do FMI que não percebe porque motivo os portugueses não hão-de morrer de fome na rua como sucede no seu país, reapareceu para fazer comentários. Mas foi para misturar mentiras com baboseiras, não foi desta que o rapaz veio explicar porque falhou tudo o que no passado exigiu que fosse feito ou com que base é que decidiu apoiar a transformação de um país independente num banco de ensaio de economistas de Harvard.

Durão Barroso insiste que sair do Goldman para a Comissão é a mesma coisa que sair da Comissão para ir para o Goldman, o que nele deve fazer muita confusão pois as suas relações com o banco são antigas, chegou mesmo a dar-lhes muitos milhões no tempo em que foi primeiro-ministro deste país. Para ele a mudança de emprego entre o banco e a comissão ou vice-versa, é a mesma coisa que ir de Lisboa a Cacilhas ou fazer a viagem no sentido onverso. Enfim, a estrada da beira é a mesma coia que a beira da estrada.


Umas no cravo e outras na ferradura


  
 Jumento do dia
    
António Costa, primeiro-ministro

Há uns meses atrás uma conhecida procuradora dizia numa entrevista a uma televisão que quem não tivesse cometido qualquer crime não precisava de temer a vaga anti-corrupção que aí vinha e que limparia o país. É a aplicação do princípio das pragas do Egipto à acção do Estado.

É mais ou menos o mesmo que diz António Costa a propósito do acesso do fisco aos saldos bancários, quem cumprir não tem de ter medo. Enfim, quem não é criminoso não tem de ter medo de ninguém, a sua vida pode ser devassada mas podemos ficar descansados que nada nos vai acontecer.

Enfim, esta é a forma mais desastrosa de justificar este tipo de medidas que, aliás, são de eficácia muito duvidosa.

«António Costa foi este sábado confrontado com as críticas de José Sócrates (e não só) à decisão de levantar o sigilo bancário para contas com saldo superior a 50 mil euros e garantiu que “não há nenhuma concentração de poderes”. O primeiro-ministro explicou que, em parte, o Governo está a seguir uma diretiva europeia e um acordo celebrado pelo anterior Governo, e que a aplicação das normas a residente “é uma prática normal da atividade da administração fiscal”. Depois concluiu: “Quem cumprir as suas obrigações nada tem a temer ou a recear”.

O socialista falou nos Açores, onde está este fim de semana em ações de pré-campanha por causa das eleições regionais, e voltou a defender que “o Estado e a administração fiscal têm de ter os instrumentos necessários para combater fraude e evasão porque se todos pagarmos o que devemos ninguém tem de pagar mais do que aquilo que pode“. Sobre Sócrates, Cota disse respeitar a opinião: “Não é a única pessoa que é contra”.

Não, não há nenhuma concentração de poderes. Parte desta legislação parte de uma obrigação de uma diretiva comunitária relativamente a não residentes, outra parte resulta de um acordo fiscal assinado pelos EUA, e outra parte de um acordo assinado pelo anterior Governo. A extensão aos residentes é uma prática normal da atividade da administração fiscal de combater a fraude e a evasão, que é o que se procura”.» [Observador]

 O que o arq. Saraiva pensa do Marcelo

É uma pena que o Saraiva não saiba ou não contou segredos de alcova sobre Marcelo Rebelo de Sousa, mas tece algumas opiniões sobre o agora Presidente da República que, no mínimo, são interessantes:

A avó africana de Marcelo

«Um dia, em almoço no Pabe, Almeida Santos contou‑‑me esta curiosíssima história: Baltazar Rebelo de Sousa (o pai de Marcelo) tinha uma avó moçambicana negra. E quando ia a Moçambique, mesmo em visita oficial — ele foi ministro do Ultramar antes do 25 de Abril —, fazia questão «de ir visitar a avó à machamba», nos arredores de Lourenço Marques (hoje Maputo), pois a senhora nunca quis sair de lá. Marcelo tinha, assim, uma bisavó indígena que recusou até ao fim integrar‑‑se na «civilização».

Marcelo o leviano:

«Tudo isto mostrava uma certa leviandade, uma certa infantilidade — e, pior do que isso, uma preocupante falta de convicções. Marcelo viciou se ao longo dos anos em analisar os assuntos como se não tivesse opinião sobre eles. «Se fulano fizer assim, ganha por isto e por aquilo; se fizer assado, perde» — e tudo na sua cabeça se resume a ganhos e perdas, e nunca a ideias, princí¬pios e convicções.»

O catedrático com traquinice de escola primária:

«Pois bem: imediatamente a seguir Marcelo fala para o meu colega José António Lima (cujo gabinete é ao lado do meu) a arrasar o artigo, dizendo que não tinha pés nem cabeça. E acrescenta: «No Verão, o Zé António ainda estará a pensar no que significou o meu telefonema.» Marcelo era assim: uma criança grande. Brilhante mas leviano. Professor catedrático com a traquinice de aluno da escola primária.»

Só é pena que o arquitecto que um dia disse que ganharia o Prémio Nobel não dedique um capítulo à sua própria pessoa.

 A lição de economia dada pelo arq. a Passos Coelho

Parece que Passos não aprendeu tudo com a sotôra Maria Luís na Lusíada, o candidato a Noberl da Literatura deu-lhe uma lição de geo-economia, justificando as diferenças de níveis de desenvolvimentos segundo uma óptica inteiramente desconhecidos. O homem enganou-se, em vez de dizer que sria Nobel da Economia devia ter apostado na economia:

«Faço‑‑lhe ver que, à medida que se caminha de Norte para Sul, os estádios de desenvolvimento e de progresso vêm diminuindo. Os países do Norte da Europa estão num patamar alto, os do centro da Europa num patamar mais baixo, e os do Sul noutro ainda mais baixo. E quando se passa da Europa para o Norte de África, a descida continua: o Norte de África tem um nível de desenvolvimento, a África negra tem outro, inferior. Há um dégradé, de Norte para Sul, com a riqueza a ser progressivamente substituída pela pobreza. Pelo que nós nunca poderemos ser muito diferentes dos outros países do Sul que estão no nosso paralelo. Ele parece aceitar a ideia. Não sei se o faz por delicadeza ou por estar convencido. Mas fico com a impressão de que nunca vira as coisas por este prisma.»

Talvez o problema de Passos fossem as suas mãos muito femininas:

«Outro pormenor que retive no contacto com ele: apesar de ter umas mãos muito brancas e quase femininas, o seu aperto de mão transmitia confiança.»

 Dúvidas que me atormentam a alma

Agora que tanto se fala do Goldman  Sachs e da Comissão Europeia vem-me à memória o doloroso processo de nomeação do comissário europeu que iria ocupar a vaga portuguesa deixada vaga pelo agora conhecido empregado bancário.

Na ocasião a grande vedeta candidata ao lugar era Maria Luís Albuquerque, a preferência do presidente da Comissão Europeia era Valente de Oliveira e Passos Coelho condicionava a escolha à entrega ao futuro comissário português de uma importante pasta económica, como o argumento de que a candidata Maria Luíz ser uma grande vedeta mundial da economia. É óbvio que Passos Coelho sabia muito bem que levaria "sopa" e já que as suas pretensões não foram aceites, foi escolhido Carlos Moedas.
 
Isto é, Carlos Moedas, homem do Goldman Sachs no governo de Passos, onde representava o falecido António Borges, outro homem do Goldman, foi o escolhido para Comissário Europeu, o que certamente deu muitas alegrias ao grande banco. Maria Luís lixou-se, ficou com o rabo nas duras cadeiras parlamentares e estranhamente aparece como gorjeteira de uma financeira londrina.

De certeza que não houve qualquer envolvimento do Goldman Sachs em todo este processo?
      
 Medo do fisco?
   
«Demorou um pouco mais de 20 minutos, e o ex-primeiro-ministro até se fez de difícil – “eu prometi a mim mesmo não falar do mesmo processo” -, mas José Sócrates acabou mesmo por abordar o tema. E fê-lo, numa conferência em que devia falar sobre “Política Externa e Globalização”, para atacar o PS e o Governo por estarem a dar demasiado poder ao Fisco.

“O PS no governo acha que deve dar ao Estado, à Autoridade Tributária, ao Fisco, a possibilidade de ter acesso às contas bancárias de todos os cidadãos acima de 50 mil euros, em nome do combate a fraude”, começou por enquadrar Sócrates, para depois concretizar que o que o preocupa “é que por trás do discurso de combate [à evasão fiscal] está uma concentração de poder nos organismos do Estado que é perigosa para todos”.

Mas as críticas de José Sócrates não se centraram apenas no PS. Esta sexta-feira, em Lisboa, numa conferência organizada pelo departamento de mulheres socialista da capital, o ex-primeiro-ministro criticou também a “duplicidade moral” de PSD e CDS, questionando a “autoridade moral” dos partidos para criticar o acesso do Fisco às contas com saldos bancários acima dos 50 mil euros.

“Afasto-me também de todos aqueles que com uma duplicidade moral que é verdadeiramente impressionante criticam agora esta medida do governo quando, durante quatro anos do governo, assistiram à transformação da autoridade tributaria numa máquina de guerra que até lhes tirava as casas”, referiu o socialista.» [Observador]
   
Parecer:

Até agora a única razão de queixa que tenho do fisco é o facto de a IGF ter andado a vasculhar os e-mails dos seus funcionários, a pedido de um tal paulo Macedo que gostava de perseguir este blogue. Curiosamente, quem deu autorização para essa indignidade foi um tal Teixeira dos Snatos, ministro das Finanças de José Sócrates.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Compreende-se a preocupação de Sóccrates mas o melhor será agendar uma conferência sobre o tema.»
  
 Durão, o bom cliente do Goldman Sachs
   
«

Estavam em curso duas das maiores privatizações de sempre em Portugal e o importante sector da energia estava em profunda redefinição. Galp e EDP procuravam, cada uma, o seu espaço e novos accionistas privados. O Governo, liderado por Durão Barroso, contrata então o Goldman Sachs para assessorar as duas empresas e montar a operação de privatização da Galp. Num só ano pagou 1,7 milhões pelo trabalho dos consultores. O contrato previa ainda outros 13 milhões de success fee (remuneração por objectivos) e 200 mil euros mensais. Mas os custos desta operação ainda hoje estão em cima da mesa, com as compensações que o Estado garante à EDP (CMEC).

O responsável por Portugal, no Goldman Sachs, era, desde 2002, António Borges. Mas o contributo do Goldman acabaria por ser rejeitado em Bruxelas. A Comissão Europeia considerou que o plano de entregar à EDP a distribuição de gás natural era ilegal, à luz das regras europeias.

Enquanto este processo se desenrolava, Durão Barroso foi eleito Presidente da Comissão Europeia, e substituído por Pedro Santana Lopes na chefia do Governo. Em Dezembro de 2004, o presidente da Parpública, João Plácido Pires, defende que o contrato com o Goldman deve acabar, dada a oposição de Bruxelas e os “elevados encargos” para o erário público (Sábado, 8/5/2005). Bagão Félix, ministro das Finanças, aceita a sugestão.

Com a entrada do Governo seguinte, de José Sócrates, todos os outros contratos do Goldman com o Estado foram cancelados. António Borges queixou-se de perseguição política: “Eu já fui vítima dessa situação [asfixia democrática] e denunciei-a. A empresa para a qual trabalhava perdeu negócios em Portugal.”

Mas não seria para sempre… Em 2008, a Metro do Porto decide fazer um swap de 126 milhões da sua dívida com o Goldman Sachs. Poucos meses depois a empresa portuguesa já devia 120 milhões ao banco americano. O contrato é um caso de estudo. Moorad Choudhry, professor de Matemática da Universidade de Brunel, Reino Unido, classificou-o, desta forma, ao jornal inglês Independent: “É possivelmente a transacção financeira mais estupidamente complicada que alguma vez foi feita.” Outro especialista afirmou: “Fez-me rir e chorar, em igual medida. Em que raio é que aquela gente estava a pensar? Já vi muitos maus produtos financeiros na vida, mas este é outra coisa. É o momento Apocalipse Now da indústria bancária, quando toda a gente cai na loucura.” Esta era a equação contratual para estimar os limites de perdas: “{SumDCF [n] x 6.33% - SumCpn[I,n-1]}/DCF[n], where I = 1,2,3”.» [Público]
   
Parecer:

Velhos amigos....
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «E o Moedinhas era o homem do Goldman no governo de Passos, pergunte-se onde ele está»

 Estes gajos não têm uma televisão em casa
   
«Vítor Escária, assessor do primeiro-ministro, também faz parte da lista de pessoas que a Galp levou a assistir aos jogos do Campeonato Europeu 2016, avança o jornal Expresso. O membro do staff de António Costa foi convidado pela empresa petrolífera a assistir ao jogo Portugal-Aústria, que aconteceu a 18 de junho em Paris.

Ao jornal, a Galp recusou-se a comentar a situação, dizendo apenas que “os convites foram endereçados a diversas pessoas de instituições com as quais a empresa se relaciona nos mais diversos quadrantes”. Já Vítor Escária limitou-se a explicar que não foi convidado na qualidade de assessor do primeiro-ministro, mas sim “a título pessoal por um amigo”, assumindo a existência do convite.» [Observador]
   
Parecer:

Triste e lamentável.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ofereça-se uma televisão, um garrafão de vinho, dois quilos de courato e uma assinatura da Sport TV ao senhor.»